A melhoria na distribuição do número de usuários por equipe é um dos benefícios alcançados em Santo Antônio do Monte depois da reestruturação da Atenção Primária à Saúde (APS). Antes, algumas unidades básicas eram responsáveis pelo atendimento de até cinco mil pessoas. Atualmente, o limite é de três mil pessoas por equipe.
O redimensionamento do número de usuários foi possível graças à introdução de macroprocessos básicos na Atenção Primária, como o cadastramento das famílias e a territorialização, realizados em todas as Unidades Básicas de Saúde. O município é dividido em áreas e microáreas, que podem ser visualizadas no mapa do território, onde constam os limites geográficos e a população atendida.
O primeiro passo para a reestruturação foi o cadastramento das famílias. Os agentes comunitários de saúde visitaram todas as casas, realizando o levantamento da quantidade de usuários e das condições crônicas existentes. Em seguida, os agentes desenharam as microáreas, delimitando seu território de atuação.
A coordenadora da APS de Santo Antônio do Monte, Juliana Lacerda, conta que, ao desenhar o mapa do território, as equipes perceberam a existência de barreiras físicas, como uma rodovia e uma linha férrea que cortavam a área de atuação de algumas unidades. “A partir desta constatação, nós vimos a necessidade de construir um plano de melhoria da infraestrutura da Atenção Primária”, relata Lacerda.
O Laboratório de Inovação na Atenção às Condições Crônicas de Santo Antônio do Monte acompanhou a introdução dos macroprocessos e microprocessos que permitiram uma nova organização da Atenção Primária.
Além do cadastramento das famílias e da territorialização, o município implantou a classificação de riscos das famílias, diagnóstico local, planejamento da infraestrutura física, planejamento de recursos humanos, estratificação de risco das condições crônicas, acolhimento e atendimento aos eventos agudos, programação e monitoramento, agenda e contratualização.
Cada Unidade elaborou uma planilha de programação, utilizada para conhecer melhor a população atendida e organizar o atendimento. “É uma planilha feita no Excel, sem custo, um instrumento que qualquer outro profissional pode preencher, pode desenvolver e é uma ferramenta de gestão muito rica, muito importante”, explica Giselle Aparecida Pinto, gerente da ESF Centro e ESF Dom Bosco.
Segundo Giselle, a planilha auxilia a gestão das equipes, possibilitando desde o agendamento das consultas até a previsão de férias dos profissionais. “Com a planilha, nós conseguimos planejar uma agenda adequada de atendimento, para médico, enfermeiro, dentista, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde”, enfatiza a gerente.
Os microprocessos básicos da Atenção Primária à Saúde foram implantados em todas as unidades básicas, reformulando e padronizando as atividades cotidianas, como acolhimento dos usuários, higienização e prática de curativos.
Para cada microprocesso, foram desenvolvidos Procedimentos Operacionais Padrão, os POPs. “Podemos dizer que todas as unidades falam a mesma língua. Hoje, nós temos uma padronização das ações que são realizadas,” afirma Camila Mesquita, coordenadora de Vigilância Sanitária de Santo Antônio do Monte.
Veja o vídeo: Macro e microprocessos do modelo de atenção às condições crônicas