Nos dias atuais, as discussões sobre a segurança do paciente são frequentes em diversos países, pois está diretamente relacionada com a qualidade da assistência à saúde.1 A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como segurança do paciente a redução de risco de danos e lesões referente ao cuidado em saúde, como por exemplo um evento adverso que é ocasionado pela intervenção da equipe de saúde.2 Em 2004, a OMS criou a Aliança Mundial para Segurança do Paciente, que tem como principal objetivo definir os conceitos de segurança do paciente e propor medidas para diminuir riscos e eventos adversos através de políticas e práticas seguras. O Ministério da Saúde, em 2013, instituiu o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) por meio da portaria 529, que visa auxiliar na qualificação do cuidado em todos os estabelecimentos de saúde em nível nacional.3
No Brasil, a ocorrência de eventos adversos (EA) em instituições de saúde ainda é elevada, devido a publicações tardias de estudos relacionados à temática e a recente implantação do PNSP,4 porém, foi possível verificar que, recentemente, as práticas da assistência à saúde sofreram alterações na tentativa de diminuí-los.5 Um dos EA mais incidentes nas instituições de saúde é a lesão por pressão (LPP) que é definida pela European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) and National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) como “lesão localizada da pele e/ou tecido subjacente, geralmente sobre uma proeminência óssea, resultante da pressão ou da combinação entre pressão e cisalhamento, causado pela fricção”.6 Entende-se por cisalhamento a deformidade ocasionada na pele quando está sujeito a ação de forças cortantes.7 A posição prona (PP) é uma estratégia promissora para melhorar a hipoxemia em pacientes com lesão pulmonar aguda e síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA). Durante sua aplicação, ocorre a ventilação de áreas do pulmão que se encontram em colapso, acompanhada de redistribuição do fluxo sanguíneo e consequente melhora na relação ventilação/perfusão. Com isso, a utilização dessa posição evidenciou algumas complicações, como a alta incidência de lesão por pressão (LP), ocorrida em até 80% dos pacientes colocados em decúbito ventral por mais de 16 horas por dia, inclusive em regiões anteriormente atípicas, como face, região esternal e cristas ilíacas.
As intervenções de enfermagem para o cuidado com as LPP, requerem acompanhamento da equipe por meio de escalas de medição do risco. Existem na literatura, vários instrumentos para predição desse risco, como a escala de Gosnell, Andersen, Braden, Norton e Waterlow. Os fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de LPP têm sido estudados, mas a combinação dos fatores de risco que melhor predizem a sua incidência ainda é pouco compreendida. 9
Desde 23 de março de 2020, o hospital atua como unidade de referência no Município do Rio exclusiva para tratamento de pacientes acometidos por SARS-CoV-2 e absorve pacientes regulados de todo o estado do Rio de Janeiro. Atualmente, o HMRG possui 420 leitos de internação, destes aproximadamente 58% possuem características de Terapia Intensiva (239 leitos).