Entre os dias 16 e 27 de janeiro de 2023, ocorreu o retorno da Colônia de Férias do Macquinho, aparelho cultural localizado no Morro do Palácio, Niterói/RJ. Nesta primeira edição de retorno, mais de cem crianças e adolescentes participaram dessas duas semanas de atividades. Foi produzida por meio de uma parceria entre a Associação de Moradores do Morro do Ingá, o Macquinho e a Universidade Federal Fluminense (UFF) e contou com uma equipe composta tanto por pessoas associadas ao aparelho cultural, quanto por membros da comunidade acadêmica e voluntários da sociedade civil, sobretudo moradores do Morro do Palácio.
Segundo o relato, embora o objetivo inicial da colônia fosse criar um espaço de sociabilidade e oferecer recreação às crianças da comunidade e do entorno, durante as primeiras reuniões da equipe, chegou-se à conclusão de que as atividades de recreação e as gincanas deveriam incorporar discussões e/ou práticas relevantes à educação ambiental, à saúde e à história.
“A proposta integra o debate da sustentabilidade, com a saúde coletiva e as práticas políticas e comunitárias, unindo a comunidade acadêmica com a comunidade pesqueira e marisqueira da região e a associação de moradores. Embora o principal efeito seja relativo aos jovens da comunidade, essa aproximação também é benéfica à comunidade acadêmica, pois os conecta aos problemas reais que ocorrem praticamente ao lado dos muros da Universidade. Além disso, o objetivo principal do projeto é criar ferramentas para que os jovens da comunidade aprendam a lidar com os problemas que enfrentam em suas rotinas, ao mesmo tempo em que busca que essas ferramentas sejam criadas com eles. Acreditamos que a interligação desses elementos tenha um potencial emancipador elevado, criando ferramentas que fortalecem todos os elementos envolvidos, ao mesmo tempo em que tem o potencial de gerar dados importantes para a gestão pública de saúde e infraestrutura”, explicaram os autores do relato, Walkiria Nictheroy Oliveira,
Asy Pepe Sanches Neto e Leonardo da Costa Guimarães.
Sobre a replicabilidade do projeto, os autores explicaram que o “Desafio do lixo” é um processo com início, meio e fim definidos, ocorre como uma nova edição a cada vez. “Entre um processo e outro, atualmente, estudamos formas de utilizar o conhecimento aprendido em edições anteriores como ponto de partida para a discussão subsequente. A replicação do desafio é uma necessidade desde que compreendemos sua importância. Sabemos que os problemas estruturais não se resolvem com ações pontuais, sendo necessários múltiplos conhecimentos, atores e instrumentos. A replicação não somente é possível, como também é esperada. Embora cada espaço, onde esse processo aconteça, determine seus desenvolvimentos, o acúmulo de produções sobre o tema poderá criar novos elementos tanto para as comunidades ligadas ao desafio, quanto para o poder público”, ressaltam