Acolhimento e atendimento multiprofissional em reabilitação pós covid-19

Autore(s)
JESSICA KEHRIG FERNANDES
Co-Autore(s)
Nissandra Karsten
Leticia Royer

Contextualização

Palotina é um município localizado no oeste do estado do Paraná, com aproximadamente 32.121 mil habitantes. Possui em sua
estrutura de serviços, 10 ESF, distribuídas em 7 UBS , com 100% de cobertura de APS e ESF. Conta também com 01 equipe NASF Núcleo Ampliado a Saúde da Família (tipo 1), 1 CAPS ¿ Centro de Atenção Psicossocial (tipo 1), 1 Unidade de Especialidades
Médicas, 1 SAD  Serviço de Atenção Domiciliar, 1 Centro de Triagem de Doenças Respiratórias (ambulatorial), 1 Hospital Municipal ¿Prefeito Quinto Abrão Delazeri¿, com 50 leitos, sendo 10 leitos UTI COVID-19 e 08 leitos enfermaria COVID-19, e também Pronto Socorro porta aberta e retaguarda para o SAMU 192. Através da percepção de profissionais que compõe esta rede de atendimento, identificou-se a presença de pacientes inseguros, sem acolhimento, com dúvidas, apresentando queixas persistentes após acometimento pela COVID-19, e principalmente sem fluxo definido para atendimento na rede de atenção à saúde

Objetivo

A estruturação de um atendimento centralizado para pacientes com suspeita de COVID-19, o Centro de Triagem de Doenças
Respiratórias, contribuiu para a estruturação do serviço de acompanhamento do paciente pós covid-19. Organizar o fluxo de
atendimento para o paciente pós covid-19.

Metodologia

Criou-se um instrumento de estratificação de risco, baseado em modelos pré existentes, à ser aplicado ao paciente no momento de sua liberação do isolamento social, onde é possível identificar os sintomas pré existentes, para encaminhamento do paciente.Baixo risco-acompanhamento pela equipe do NASF e ESF, através de encontro multidisciplinar de orientação, realizado presencialmente.
Caso o paciente não compareça ele recebe via aplicativo de mensagens, um folder e vídeo de orientação multidisciplinar.Risco
intermediário-agendados para o profissional de referência do risco intermediário (médico), que procede com a avaliação e realiza os encaminhamento necessários. Se identificada a necessidade de intervenção de profissionais que compõe a equipe multidisciplinar do NASF, estes pacientes são acolhidos por esta equipe. Alto risco-encaminhados a equipe SAD. Para acompanhamento em tempo real dos dados, utiliza-se um formulário on-line. A equipe NASF atua como matriciador do processo todo.

Resultados

De maio a outubro de 2021, foram realizadas 1.511 (mil quinhentas e onze) estratificações, sendo 98,4% estratificados imediatamente após a liberação do isolamento (menos de trinta dias após o resultado positivo). Destes 96,5% foram identificados sendo de baixo risco; 2,5% identificados como risco intermediário e apenas 1% alto risco. As principais queixas identificadas como persistentes no momento da liberação do isolamento domiciliar foram: tosse (34,2%), perde de olfato e de paladar (32,6% e 32,1% respectivamente), cansaço aos pequenos esforços (28%), cefaleia (24,8%), fraqueza (17,6%), ansiedade e dor muscular (12% cada), perda de peso (10,9%), falta de apetite (9,7%), insônia (7,6%), falta de ar (6,9%) e tristeza e desanimo (6,4%). Outros sintomas/sinais também foram relatados como, dificuldade de concentração, queda de cabelo, perda do equilíbrio, alterações visuais, alteração no coordenação motora, etc.

Considerações Finais

A determinação do fluxo de atendimento possibilitou a intervenção precoce nas principais queixas relatadas, aproveitando-se a janela de oportunidade. Não menos importante possibilitou ao usuário o acolhimento adequado, tornando a equipe referência de informação de qualidade, e estabelecendo um vínculo de confiança; Vale ressaltar que a ficha de estratificação é um instrumento ¿direcionador para o cuidado, porém a avaliação profissional tem peso importante no direcionamento do acompanhamento.

Participante(s)
Nara Cibele Torres do Couto Sponchiado
Sandra Marta Berticelli Trombeta
Lívia Cristine Kunimatsu