Oficina virtual destaca experiência de Prática Avançada em Enfermagem no México

A reunião virtual Prática Avançada em Enfermagem no México aconteceu no dia 5 de novembro, no canal Somos Enfermagem TV, e abordou sobre a situação da enfermagem no país e as estratégias utilizadas para a ampliação e melhoria dos serviços de saúde, principalmente na atenção primária, e para otimização dos recursos humanos.

A iniciativa é promovida pela Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e pelo Centro Colaborador da OPAS/OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem da Universidade de São Paulo/Ribeirão.

No México, a prescrição de medicamentos pelos enfermeiros foi autorizada na atenção primária. As autoridades sanitárias passaram a ter mais interesse no fortalecimento da APS e nos recursos humanos em saúde, e a reformulação do modelo de atenção primária trouxe a possibilidade de contar com o reconhecimento salarial para a categoria.

Claudia Hernández, coordenadora geral da Comissão Permanente de Enfermagem da Secretaria de Saúde do Governo Federal do México, ressaltou a preocupação com a força de trabalho da enfermagem no país. “No México, além da carga de doenças infecciosas, foi somada à demanda crescente de saúde às condições crônicas não transmissíveis. Temos 8,6 milhões de pessoas de jovens que vivem com diabetes e ocupamos o quarto lugar em mortes evitáveis”.

Segundo a coordenadora, a maior deficiência da enfermagem é o déficit de enfermeiras por habitantes: “No México, estamos próximos de três enfermeiras por mil habitantes, o que é muito baixo em relação a outros países da América. Há regiões com sérios problemas de déficit histórico de enfermeiros por mil habitantes e a má distribuição de recursos para a enfermagem. Atualmente, na pandemia, o sistema de saúde fez um enorme esforço para contratar mais enfermeiras para dar resposta à pandemia e agora o desafio é a continuidade dele”.

Claudia Hernández também pontuou o avanço na formação da enfermagem no país. “Antes da pandemia, estávamos trabalhando muito forte no setor educacional para fortalecer essas especialidades, principalmente no primeiro nível, saúde mental e cardiologia no atendimento primário. Percebemos com a pandemia que o desafio é continuar formando enfermeiras que respondam no âmbito hospitalar e comunitário”, considerou Hernández.

Alguns avanços pontuados pela participante foram: fortalecimento da reitoria de enfermagem nos estados, currículo estabelecido com formação complementar como pós-graduação, difusão ativa das capacidades da enfermagem e do quanto podiam somar às atividades dos médicos, e formação de grupos e líderes de saúde.

“Temos barreiras, temos que ir trabalhando, não deixar de lado que no México o atendimento é muito vertical e medicalizado, e isso muitas vezes não ajuda, pois são os médicos que tomam as maiores decisões no sistema de saúde, e isso dá trabalho para compartilhar o potencial técnico que temos com a enfermagem”, ressalta Claudia Hernández.

Para finalizar, Claudia Hernández deixou uma mensagem para as enfermeiras brasileiras, “Quero fazer um reconhecimento ao grande trabalho feito no SUS, principalmente no desafio que enfrentamos com a pandemia em todo o mundo, que não termina e nem será a última que vamos viver. No México, deixou muito medo e angústia, nada foi fácil, mas tudo o que aprendemos temos que deixar por escrito, registrado para os próximos que virão. Sobre a enfermagem de prática avançada, ao estarem fazendo essa análise e revisão estabelecerão por onde transitará o papel dos enfermeiros, em relação à inclusão dos papéis no sistema e fortalecimento profissional e acadêmico dos mesmos.  Compartilhar e deixar tudo por escrito gera conhecimento. Seguimos e vamos somando esforços”.

 

Acesse a apresentação.

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