A experiência do Ambulatório de Nutrição em Obesidade Grave (Anog) do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC/UFG/GO), em Goiânia/GO, foi desenvolvida com o objetivo de oferecer opção terapêutica aos indivíduos com obesidade grave por meio do tratamento nutricional/dietoterápico especializado, visando à redução de peso, ao controle de comorbidades, à Ministério da Saúde / Organização Pan-Americana da Saúde 76 adesão a um perfil alimentar e estilo de vida saudável. O Anog foi desenvolvido para atuar dentro da rede de atenção do SUS do Município de Goiânia, estabelecendo a referência e a contrarreferência, que ocorreu gradativamente com todo o processo de regulação do Hospital das Clínicas.
Para isso, reuniões entre diferentes gestores, incluindo a equipe de Nutrição da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a Coordenação da Estratégia de Saúde da Família, a Coordenação do Programa de Doenças Crônicas e a Chefia dos Ambulatórios foram necessárias para que o fluxo de encaminhamento de indivíduos ocorresse dentro dos critérios de inclusão e parâmetros estabelecidos. Os critérios de encaminhamento dos indivíduos foram estabelecidos e repassados ao nível central da SMS e enviados às unidades de saúde. Os critérios definidos foram: indivíduos adultos, maiores de 18 anos, não gestantes ou lactantes e com obesidade grave (IMC ≥35 kg/m2 ). O ambulatório atende indivíduos encaminhados da Atenção Básica e de outros ambulatórios do HC/UFG.
Atualmente, o Anog já atendeu 240 indivíduos encaminhados. Um protocolo de tratamento nutricional especializado para o indivíduo com obesidade grave foi desenvolvido com enfoque na mudança dos hábitos alimentares. O plano alimentar possui um formato gráfico moderno com cardápio e lista de substituição, de forma a facilitar a compreensão das trocas e substituição de alimentos, e, assim, incentivar a adesão ao tratamento. Busca-se envolver a família solicitando que os indivíduos levem um familiar às consultas para sensibilização e mudança de hábitos no ambiente familiar.
Os indivíduos também são convidados a participar de reuniões mensais do grupo de educação em saúde, quando são abordados temas como: estratégias de combate a estresse e ansiedade, formas de cocção de alimentos, opções de trocas alimentares saudáveis, bem como são incentivados a atuarem como multiplicadores dos conhecimentos sobre alimentação saudável em seu território familiar e social. A equipe do Anog é composta por nutricionistas, educadores físicos, enfermeira e psicólogo com enfoque na mudança dos hábitos alimentares. No ambulatório são desenvolvidas atividades de ensino, pesquisa e extensão com alunos de graduação, iniciação científica, bolsistas de extensão, mestrandos e doutorandos, o que possibilita a formação de recursos humanos para atuar no tratamento longitudinal da obesidade grave com uma visão crítica.
Para pensar e refletir:
Sua equipe utiliza o Telessaúde? Em seu município há ponto de Telessaúde? Telessaúde é o uso das modernas tecnologias da informação e da comunicação para atividades a distância relacionadas à saúde em seus diversos níveis (primário, secundário e terciário). Um Núcleo de Telessaúde (NT), ou serviço de Telessaúde, pode ser caracterizado como um serviço de apoio diagnóstico e terapêutico, com ênfase no caráter educativo de suas ações, ao prover apoio assistencial, por meio das teleconsultorias e/ou descentralizando a realização de procedimentos diagnósticos/terapêuticos. O Programa Telessaúde Brasil Redes objetiva não apenas fomentar as atividades de Educação Permanente em Saúde, aproximando-as das equipes de saúde localizadas em qualquer ponto do País, mas ofertar estratégias de apoio assistencial que fortaleçam a integração entre os serviços de saúde ampliando a resolubilidade deles.
Para saber mais: Conheça a Portaria nº 2.546, do Ministério da Saúde Brasileiro, publicada em 27 de outubro de 2011, e o Manual de Telessaúde para Atenção Básica.
– O cuidado ofertado ao indivíduo com sobrepeso e obesidade possui protocolo terapêutico?
Leia mais: