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Gestores das Américas debatem doenças crônicas

O Ministério da Saúde e a Opas Brasil participaram, entre os dias 7 e 8 de maio, da Reunião Bienal da Rede Carmen (Conjunto de Acciones para la Redución Multifatorial de Enfermidades No Transmissibles) que contou com a presença de gestores de saúde de 34 países das Américas. O encontro, realizado em Brasília, estimulou o desenvolvimento de programas e estratégias nacionais e regionais para prevenção das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e seus fatores de risco dentre os países envolvidos. A Rede Carmen foi criada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em 1995, e desde 2006, os encontros ocorrem a cada dois anos.

Este ano, o Brasil foi escolhido para sediar o evento principalmente por ser referência no combate às doenças crônicas a partir do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das DCNT no Brasil, lançado no ano passado pelo Ministério da Saúde. Além dos gestores dos 34 países também estiveram presentes representantes da Opas e parceiros como o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde(Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Conselho Nacional de Saúde (CNS).

Fórum Pan-Americano promove alianças multissetoriais contra as doenças não transmissíveis

A criação de alianças estratégicas entre múltiplos parceiros para controlar e prevenir as Doenças Não Transmissíveis (DNT) nas Américas foi o principal acordo alcançando entre os representantes do setor público, sociedade civil, universidades e o setor privado que participaram da primeira reunião do Fórum Pan-Americana de DNT, realizado após o encontro da Rede Carmen, entre os dias 8 e 9 de maio, em Brasília.

O Fórum Pan-Americano, uma iniciativa da Opas/OMS, procura dar resposta à epidemia causada por doenças não-transmissíveis na região através da convocação de vários grupos de interesse para trabalhar em conjunto para prevenir e controlar doenças crônicas. Mais de 250 representantes de governos, empresas privadas, instituições acadêmicas e da sociedade civil participaram da reunião.

Câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias fazem parte do grupo de doenças não-transmissíveis. Nas Américas, três em cada quatro pessoas sofrem com essas doenças. Aproximadamente 3,9 milhões de pessoas morrem a cada ano devido a complicações por essas doenças, das quais 1,5 milhão morre antes dos 70 anos.

“A situação que enfrentamos não é boa: quatro milhões de mortes por ano, com 37% menos de 70 anos: 145 milhões de fumantes, 139 milhões de pessoas com sobrepeso ou obesidade, 30% a 40% dos adultos com hipertensão e os custos econômicos dessas doenças são insustentáveis para os países”, disse o vice-diretor da Opas,  Jon Andrus.

“A boa notícia é que há soluções efetivas e as análises sugerem que poderemos reduzir em 24% a mortalidade por doenças não transmissíveis até 2025, como proposto pela OMS”, disse ele. Ele acrescentou que em muitos países existem iniciativas que envolvem vários setores para reduzir o peso dessas doenças e o Fórum Pan-Americano apresentou para a região.

“A Opas tomou a iniciativa de organizar o Fórum, mas a sua expectativa de vida vai depender de todos os parceiros e se todos estiverem empenhados em resolver esse problema, não apenas da Opas/OMS”, disse Andrus.

O ministro da Saúde do Brasil, Alexandre Padilha, disse na abertura da reunião que o Fórum é “um passo decisivo para governos, sociedade civil e do setor produtivo, em conjunto, tomarem medidas para enfrentar as doenças crônicas”. “Há dois desafios que só podem ser abordados se tivermos uma aliança global. Um deles está relacionado às atividades econômicas que têm impacto sobre fatores de risco para doenças não transmissíveis, como o tabaco e o consumo de alimentos saudáveis”, disse Padilha. “O outro desafio é a necessidade de garantir acesso a medicamentos e tecnologias para o diagnóstico precoce. As mudanças necessárias só são possíveis com uma ampla aliança global de países, organizações multilaterais e das indústrias envolvidas”, disse ele.

Na reunião, os representantes do setor privado ofereceram parceria para desenvolverem ambiente saudáveis de trabalho e marketing social para estimular mudanças comportamentais necessárias. Membros da sociedade civil manifestaram o seu apreço pelo espaço de diálogo multissetorial criado pela Opas e se comprometeram a promover e monitorar a implementação dos acordos celebrados na reunião. Durante a reunião, os representantes de diferentes setores trocaram opiniões sobre a estratégia Regional de DNT e sobre as práticas bem-sucedidas em lidar com essas doenças com uma abordagem que envolve outros setores além da saúde.

Foram formados grupos de trabalho sobre temas como a redução de sal, controle do tabaco e redução do sofrimento de controle do câncer, doenças cardiovasculares e diabetes. Foi reconhecida a importância de criar ambientes saudáveis, de exercícios físicos e a promoção da alimentação saudável entre a população para reduzir os fatores de risco. Considerou-se essencial desenvolver uma estratégia de comunicação abrangente sobre doenças não transmissíveis.

A reunião do Fórum foi organizado pela Opas /OMS, com o apoio do Ministério da Saúde do Brasil. Ocorreu um dia depois da reunião da Rede CARMEN, onde representantes dos Ministérios da Saúde da região e da sociedade civil concordaram em promover a ação multissetorial para combater as doenças não transmissíveis, em particular como transformar em ações concretas as políticas, os programas da Declaração de Alto Nível das Nações Unidas assinada em setembro de 2011.

Alguns exemplos de ação multissetorial em DNT promovida pela Opas/OMS:

• Enfocar toda a sociedade por meio de políticas e leis para reduzir o consumo de tabaco e exposição à fumaça (controle do tabaco).

• Mudanças nos sistemas de saúde, incluindo programas de prevenção de câncer, ampliação da cobertura de saúde, acesso a medicamentos para doenças não transmissíveis e atenção integrada às doenças não transmissíveis.

• Iniciativas de “cidades saudáveis”, como “ciclovias” onde as ruas temporariamente fechadas ao tráfego para torná-las lugares seguros para a atividade física de ciclistas e pedestres.

• Iniciativas para “crianças saudáveis” como programas de exercícios nas escolas, reformulação da alimentação escolar.

• As iniciativas saudáveis alimentares, incluindo os esforços para eliminar as gorduras trans ou redução de sal nos alimentos produzidos industrialmente. Além disso, campanhas para promover o consumo de frutas e vegetais pela população para reduzir os riscos de doenças não transmissíveis.

ed-pillsss.com Foro Pan-americano de Acción sobre lasEnfermedades no Transmisibles

http://new.paho.org/panamericanforum/ (en inglés)

OPS/ CARMEN:     http://www.paho.org/carmen

OPS/EnfermedadesCrónicas:     www.paho.org/enfermedadescronicas

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