Cerca de 80 docentes, vinculados às Escolas de Saúde Pública (ESP) em 16 estados do país, concluíram o curso “Desenho de propostas educativas virtuais no marco da Educação Permanente em Saúde”. Ministrado à distância, entre os meses de outubro a dezembro, o curso faz parte da agenda estratégica estabelecida pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, com o apoio do Campus Virtual de Saúde Pública/OPAS, para qualificar a resposta da gestão estadual aos problemas de saúde, inclusive, no combate à Covid-19.
“Esperamos que as equipes pedagógicas tenham a percepção de suas capacidades e também dos desafios, para que as Escolas de Saúde Pública se convertam em um espaço de mudanças, com capacidade de articular diversos interlocutores nos estados, e protagonizar mudanças velozes nos serviços de saúde por meio de processos pedagógicos incorporados na prática”, ressaltou Mónica Padilla, coordenadora da Unidade Técnica de Capacidades Humanas em Saúde da OPAS, no encerramento do curso virtual realizado no dia 11 de dezembro, quando as equipes apresentaram propostas pedagógicas para 2021.
O assessor técnico do Conass, Haroldo Pontes, destacou o trabalho do Conselho para fortalecer as Escolas de Saúde Pública, promovendo encontros nos estados para apoiar as já existentes e incentivar a criação de novas estruturas. “Mesmo com a dificuldade da pandemia, apoiamos a constituição de duas novas Escolas de Saúde Pública, a do Maranhão e do Rio Grande do Norte, com perspectiva de criação de mais três. Compreendemos que as Escolas de Saúde Pública tem um papel diferenciado das universidades, que também são muito importantes, mas as ESP fazem parte da estrutura, da organização de prioridades da gestão estadual do Sistema Único de Saúde (SUS)”, destacou Pontes, que reafirmou também a importância da parceria com a OPAS para a constituição de uma rede colaborativa entre as escolas. “O SUS define com muita clareza como se dá a Educação em Saúde por meio das ESP. O maior desafio, no entanto, é a participação das ESP nas estruturas de planejamento e definição de prioridades das secretarias estaduais de saúde, a integração. Se as escolas têm essa missão de aparelho formador do SUS, isso de fato isso precisa ser exercido”, pontuou Pontes.
Qualificação dos docentes
O curso “Desenho de propostas educativas virtuais no marco da Educação Permanente em Saúde” aborda métodos inovadores de ensino, utilizando as tecnologias da educação à distância. O coordenador do Campus Virtual de Saúde Pública da OPAS, Gabriel Listovsky, explicou que foram apresentadas as ferramentas virtuais para apoiar as mudanças no processo de educação permanente das Escolas. “Mostramos, com apoio de toda equipe, uma possibilidade de atuação para as equipes pedagógicas trabalharem com a Educação Permanente no marco da virtualidade, que não dependem de grande expertise. Queremos que os usuários sejam ativos e criativos nas salas virtuais nos seus Estados e desenvolvam projetos pedagógicos para acompanharmos em 2021”.
Seguindo os princípios da Educação Permanente em Saúde (EPS), onde as práticas educativas proporcionam uma reflexão crítica dos problemas cotidianos enfrentados pelos trabalhadores da saúde, o curso foi dividido em quatro módulos, com conteúdos e atividades, individuais e grupais, em dois eixos: problematização e desenvolvimento das práticas.
“Na problematização utilizamos leituras, vídeos, estudos de caso e pesquisas para pensar os fundamentos das propostas educativas virtuais. O segundo eixo convida os participantes a desenvolver cursos no ambiente virtual, que sejam coerentes com o posicionamento político sobre a EPS”, explica a coordenadora executiva do projeto Mônica Durães. “Uma das principais características desta proposta é o trabalho em grupos com tutoria”, ressalta Durães. Participaram da equipe pedagógica do curso Silvia Freitas, Bethânia Meireles, Evellin Bezerra, Fátima Plein e Marina Weizenmann. O desenho pedagógico e a coordenação pedagógica são feitos por Gabriela Rodríguez, professora em Ciências da Educação e especialista em Tecnologia Educativa, que atua como consultora do CVSP na Argentina.
Participaram da primeira turma as equipes pedagógicas de 16 Escolas de Saúde Pública ligadas às secretarias de saúde dos seguintes estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe, Santa Catarina e Tocantins.
Enfrentamento da Covid-19
A primeira etapa do projeto de cooperação entre o CONASS e a OPAS permitiu que os ambientes virtuais de aprendizagem das Escolas de Saúde Pública replicassem quatro cursos disponibilizados pelo CVSP/OMS, com tradução em português, visando o enfrentamento da Covid-19. São eles:
- Doenças ocasionadas por vírus respiratórios emergentes, incluindo COVID-19
- Projeto para Unidade de Tratamento de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG – 2020 (COVID-19)
- Cuidados Clínicos na Síndrome Respiratória Aguda Grave – 2020 (COVID-19)
- Prevenção e controle de infecções (PCI) causadas pelo novo coronavírus (COVID-19).
A cooperação técnica desenvolvida entre o Conass e a OPAS completou uma década este ano. Dividida em eixos temáticos que visam a sustentabilidade do SUS, a cooperação busca qualificar as atividades das secretarias estaduais de saúde abrangendo, além da área de recursos humanos, a organização da rede de atenção à saúde, a governança do SUS, o controle social, entre outros temas.
Cerimônia de encerramento do curso “Desenho de propostas educativas virtuais no marco da Educação Permanente em Saúde” (11/12/2020)