A atuação da Enfermeira de Ligação no Modelo CHC/UFPR de gestão de altas

Ampliação do escopo de práticas

Trata-se do relato de experiência da implantação de um serviço de gestão de altas no Complexo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (CHC-UFPR). O serviço é pioneiro no Brasil e é coordenado por enfermeiras de ligação como estratégia para assegurar a continuidade do cuidado entre o hospital e os demais pontos da rede de atenção à saúde da cidade de Curitiba, região metropolitana e demais regiões do estado do Paraná. O serviço foi direcionado inicialmente para o manejo de pacientes com doenças crônicas ou em condições crônicas que precisavam de um apoio da atenção primária e secundária.  Usando resultados de estudos feitos no Canadá, Espanha e Portugal, bem como visitas técnicas nesses serviços foi concebido um modelo híbrido de gestão de alta. 

 

Os principais objetivos do serviço de gestão de alta foram: estabelecer canal de ligação formal entre hospital e a rede de atenção para dar suporte a pacientes que necessitam de cuidados continuados; aumentar a resolutividade assistencial após a alta hospitalar; evitar a agudização precoce de condições crônicas; fortalecer o compromisso profissional e institucional para com o cuidado integral e o bom uso de recursos públicos e, promover o desenvolvimento de expertises e de colaboração institucional.

 

Centralizado na Unidade de Regulação Assistencial (URA) do HC, a Gestão de Altas tem ênfase na enfermeira de ligação, mas pressupõe a colaboração de outros profissionais temporários, ocasionais ou definitivos com o serviço. A implementação do serviço trouxe uma maior visibilidade dos enfermeiros de ligação que passaram a ser requisitados por toda a equipe assistencial e valorizados pelos profissionais da rede de atenção. Acredita-se que o gerenciamento da alta hospitalar constitui uma ferramenta administrativa, direcionada a promoção de intervenções mais efetivas e planejadas numa perspectiva de integração com outros pontos de atenção à saúde, como garantia do bem-estar do usuário, promoção do autocuidado, autonomia e acesso aos recursos de saúde disponíveis, para que os usuários recuperem a saúde por meio de recursos assistenciais entre os diferentes níveis e ocorra a divulgação dos princípios e diretrizes do SUS.