APSREDES

POP em Atenção Domiciliar

Laboratório de Inovações em Atenção Domiciliar
Instituição proponente: Hospital Nossa Senhora Conceição/ Grupo Hospitalar Conceição.
Endereço: Av. Francisco Trein, 596/ Bairro Passo d´Areia.
Município/Estado: Porto Alegre/RS.
CNPJ:
Autor(es): Diani de Oliveira Machado, Verlaine B. Lagni, Sati J. Mahmud, Adriana Moog, Anita L. Leitão, Cristina O. Cecconi, , Dirce R. P. Nunes, Edimara P. L. Fontes, Gislaine S. Jardim, Guilherme E. Bruning, Inara L. Gornidki, Igor Padova, Karine Zortéa, Jeronima S. Arnoud, Jesaías G. Rosa, Luis Eduardo R. Moraes, Mateus C. Becker, Mauro B. Kalil, Nilson S. Venturini, Patricia Pilatti, Patricia T. Alievi, Rosane P. Coelho, Vivian D. Souza
Contato:
Telefone: 51 33572443
E-mail: dianimachado@hotmail.com
Eixo: Gestão da Atenção Domiciliar.
Tema Principal: Protocolos assistenciais para a atenção Domiciliar
Título do Trabalho: Procedimento Operacional Padrão em Atenção Domiciliar
Período de desenvolvimento: 2012-2013.
Abrangência/Número de pessoas beneficiadas:
Atores envolvidos: funcionários do PAD/GHC.

 

O Programa de Atenção Domiciliar (PAD) foi implementado no ano de 2004 pelo Grupo Hospitalar Conceição (GHC) na cidade de Porto Alegre-RS com os objetivos de reduzir o tempo de internação hospitalar por meio do término do tratamento de saúde no domicilio, diminuir a superlotação das emergências, realizar a transição do cuidado hospitalar para o domicilio e unidade básica de saúde, orientar e auxiliar usuários e familiares na produção do cuidado e atuar de forma a reduzir as reinternações hospitalares de usuários com doenças crônicas.
Os usuários acompanhados pelo serviço são provenientes das unidades de internação ou dos serviços de emergência dos quatro hospitais do GHC. A área de abrangência do PAD é a zona norte de Porto Alegre com cerca de 400.000 habitantes. O serviço funciona por meio de visitas domiciliares semanais.
Inicialmente faziam parte do PAD duas equipes de núcleo mínimo compostas por médico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Atualmente, o PAD conta com seis equipes de núcleo mínimo e uma equipe de apoio composta por nutricionista, fisioterapeuta e assistente social. O PAD presta atendimento a cerca de 700 usuários por ano.
A ampliação considerável do quadro funcional e a crescente demanda originou a necessidade de padronização dos procedimentos técnico-assitencias do serviço e, diante disso, o PAD iniciou o processo de estruturação de suas rotinas por meio de Procedimento Operacional Padrão (POP).
O POP consiste na descrição das tarefas técnico-assistencias, administrativas ou gerenciais de forma estruturada, sistematizada e adequada ao cuidado domiciliar. Entende-se que existem algumas particularidades específicas em cada atendimento ao usuário, no entanto, a padronização possibilita conhecer o percurso que levou a atingir o objetivo final da tarefa e os fatores envolvidos na obtenção do resultado. Isso não exclui as combinações a serem realizadas na elaboração do plano terapêutico ao usuário.
A elaboração dos POP’s teve inicio no ano de 2012 com a formação de um grupo de referência composto por seis enfermeiras e uma fisioterapeuta, denominado Comissão de POP’s na Atenção Domiciliar.
As experiências profissionais aliadas às demandas do serviço deram origem aos temas iniciais, referentes às atividades de enfermagem. Dentre elas, destacam-se:
– heparinização e curativo de cateter venoso central,
– administração de medicação endovenosa,
– técnica limpa para realização de curativos em ferida aberta e incisão simples,
– instalação de oxigênio por cateter nasal e óculos nasal,
– passagem de sonda nasoentérica,
– cateterismo vesical de demora,
– cateterismo vesical de alívio,
– aspiração de vias aéreas e traqueostomia.
Para a elaboração dos POP’s, primeiramente foram definidos os temas de maior demanda do serviço. Posteriormente, realizou-se uma pesquisa na literatura científica, através de artigos e livros de relevância nas áreas propostas. Nesta etapa, percebeu-se uma escassez de publicações específicas sobre os procedimentos em atenção domiciliar. Diante disso, o grupo optou por aliar o conteúdo teórico com a experiência profissional nas rotinas já implementadas.
Os POP’s do PAD são estruturados por meio dos seguintes tópicos:
– Tipo de tarefa;
– Responsável pela execução;
– Conceito do procedimento;
– Local onde a tarefa será desenvolvida;
– Forma de registro da tarefa;
– Material necessário;
– Descrição da atividade;
– Observações;
– Resultado esperado;
– Ações corretivas;
– Referências utilizadas para elaboração.
A Comissão está em processo de finalização da elaboração dos POP’s. Após a revisão final, será realizada uma discussão com equipe multiprofissional do PAD e com a Comissão de Controle de Infecção do Hospital Nossa Senhora Conceição a fim de validar os procedimentos. Posteriormente, serão desenvolvidas atividades de capacitação aos profissionais envolvidos nos processos.
Também serão elaborados POP’s de cunho administrativo ou que envolvam atividades de outros profissionais. Em 2013, a Comissão tem o plano de elaborar os seguintes POP´s: orientação ao cuidador sobre administração de dieta enteral e higienização de materiais, acompanhamento da evolução de feridas através de registro fotográfico, coleta de exames laboratoriais no domicílio, desbridamento instrumental, instalação e troca de bolsa de colostomia, ileostomia e nefrostomia, transporte e precauções-padrão para pacientes portadores de germes resistentes, higienização de nebulizadores e aspiradores portáteis, gerenciamento de resíduos no domicílio, solicitação de materiais e insumos do setor e confecção de espaçadores descartáveis para inalação de medicamento.
O uso de protocolos como os POP’s está entre as estratégias essenciais para a execução segura da assistência direta ao paciente e é fundamental para organização do serviço. Esta prática permite a incorporação de evidências científicas à prática clínica, o acompanhamento dos resultados obtidos e a documentação das ações. Assim, com a elaboração dos POP’s, o PAD pretende garantir a uniformidade das práticas assistenciais e administrativas, de forma a garantir a segurança e qualidade no atendimento ao usuário, no desempenho profissional e na organização do serviço. A padronização das ações também tem como objetivo minimizar a ocorrência de eventos adversos, reduzir as adaptações e estratégias sem embasamento científico e detectar as fragilidades dos processos, possibilitando o acionamento de correções e o constante aprimoramento das práticas clínicas na atenção domiciliar.

Esta gostando do conteúdo? Compartilhe