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APRESENTAÇÃO – INOVAÇÃO DA GESTÃO DO TRABALHO
O Portal da Inovação na Gestão do SUS é uma ferramenta de gestão do conhecimento dedicada aos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS), trabalhadores da saúde e pesquisadores. A finalidade é ampliar o acesso a conhecimentos organizados e sistematizados sobre os desafios dos serviços e sistemas de saúde, por meio de conteúdos inéditos que resultaram dos laboratórios de inovação, materiais técnicos produzidos pelos gestores locais, além de artigos, documentos, publicações, notícias e entrevistas. O portal foi desenvolvido pela OPAS/OMS Brasil em parceria com Ministério da Saúde, Conass e Conasems. O Portal passa a incorporar o Laboratório de Inovação da Gestão do Trabalho ampliando assim seu campo de atuação. A iniciativa do Laboratório de Inovação da Gestão do Trabalho une-se á experiência do prêmio INOVASUS inspirado na necessidade da valorização de práticas inovadoras em Gestão do Trabalho na Saúde. A ideia é envolver o conjunto de trabalhadores do SUS, representados nas respectivas Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal; Consórcios e Fundações Públicas, e busca atender os critérios de inovação, multiplicação, correlação e incorporação. O Laboratório de Inovação da Gestão do Trabalho, é uma iniciativa do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho na Saúde do Ministério da Saúde (DEGERTS/SGTES/MS), em parceria com a Opas/OMS e o ObservaRH/Nesp/UnB. Para a primeira fase do laboratório de Inovação da Gestão do Trabalho prevê-se o acompanhamento de cinco experiências: Implantação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos dos Profissionais de Saúde do Município de Vitória (ES); Implantação do Plano de Cargo e Carreira Estadual do SUS em Mato Grosso; Implantação do Plano de Empregos, Carreiras e Salários na Fundação Estatal Saúde da Família da Bahia – FESFSUS; Mesa Municipal de Negociação Permanente do SUS e a Efetivação da Política de Gestão do Trabalho no Município de Betim (MG) e Avaliação de Desempenho: Um Instrumento de Gestão e Democratização nas Relações de Trabalho, Curitiba (PR).
METODOLOGIA DOS LABORATÓRIOS DE INOVAÇÃO
Os Laboratórios de Inovação, iniciativa conjunta da OPAS com o Ministério da Saúde do Brasil, com participação do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, em funcionamento desde 2011, podem ser definidos como espaços de produção de evidências de boa gestão, a partir de práticas inovadoras desenvolvidas pelos gestores do SUS, além de organizações não governamentais e, eventualmente, mesmo de outros países. O objetivo dos laboratórios é produzir e disseminar conhecimentos com foco em soluções práticas e instrumentos inovadores, visando transformar o conhecimento tácito em explícito. O desafio dos Laboratórios de Inovação é transformar o conhecimento desenvolvido nos órgãos de gestão e serviços, valioso, porém ainda em fase tácita, instituído como é pela iniciativa e pela criatividade dos gestores e técnicos, em instrumentos práticos e explícitos para o beneficio de comunidades interessadas pelo mesmo tema. Na prática, os laboratórios buscam valorizar experiências inovadoras, resgatando e analisando os processos, as práticas, as ferramentas e os instrumentos que foram desenvolvidos. Os Laboratórios de Inovação representam uma ferramenta potencial para a produção e disseminação de conhecimentos e de evidências, a partir de práticas e experiências locais implementadas no SUS, tendo como foco essencial a inovação na gestão e na assistência á saúde, Os Laboratórios buscam, assim, introduzir mudanças que resultem em melhoramento concreto e mensurável das práticas, o que pode envolver diferentes conteúdos, como desempenho, qualidade, eficiência, comunicação e satisfação dos usuários. Deve ainda ser considerado que a inovação é uma função fundamental da gestão e que seus agentes necessitam de competências para poder administrar o processo de mudança da melhor forma possível visando conter os custos, os tempos, minimizar os riscos e maximizar o impacto. Um Laboratório de Inovação pode abranger estratégias diversas de realização, como, por exemplo, formação de grupos de trabalho; realização de reuniões técnicas ou ciclos de debates; seleção de experiências por mérito ou grau de inovação; desenvolvimento de processos de cooperação nacional e internacional; publicação física ou virtual de produtos; além de estudos de casos e visitas de intercâmbio, sempre fundamentados por revisão bibliográfica e foco em evidências. O quadro a seguir resume as características principais de um Laboratório de Inovação.;
- Palavras-chave: evidências; boa gestão; inovação; produção de conhecimentos; divulgação; soluções práticas; criatividade; desenvolvimento de ferramentas de gestão
- Transformação do conhecimento gerado nos serviços em instrumentos práticos e explícitos para o beneficio de outros interessados.
- Análise de processos, práticas, e ferramentas desenvolvidos localmente.
- Fases: seleção do tema; preparatória, operacional e de resultados, com adaptações de contexto e tema.
- Foco em mudanças: concretas e mensuráveis, em termos de desempenho, qualidade, eficiência e satisfação dos usuários.
- Foco em inovação: função fundamental da gestão, de geração múltipla, que requer competências para mudanças – conter custos e tempo, minimizar riscos e maximizar impactos.
Em linhas gerais, os resultados esperados de um Laboratório de Inovação estão representados pela produção de evidências no campo específico de trabalho, desenvolvimento de ferramentas, além de gestão do conhecimento, compreendendo sua produção e divulgação. As estratégias empregadas se iniciam em uma fase preparatória, na qual se dá a seleção do tema, revisão bibliográfica e formação do grupo de trabalho. Essa fase inicia com escolha do tema objeto do laboratório e pela constituição do grupo de trabalho e identificação do coordenador do grupo, que irá conduzir o processo. Segue pela etapa de estudo, com a pesquisa e revisão da literatura nacional e internacional recente sobre o tema, com a possível identificação de experiências internacionais e especialistas de referência nacionais e em outros países. Na fase seguinte, dita operacional deve ser realizada uma seleção de experiências e práticas bem sucedidas, acompanhada de estudos de caso e, eventualmente, de sessões de debates. Essa etapa é focada na detecção de práticas potencialmente inovadoras, seguida pela seleção e priorização das práticas mais significativas que poderão ser alvo de estudo de caso. Nessa etapa inicia a sistematização dos conhecimentos e evidências produzidas, sendo complementada por debates que servem para aprofundar a reflexão acerca dos temas e envolver mais atores no cenário de discussão. A última fase é a da apuração de resultados, cuja apresentação pode ser feita via web ou mediante publicações materiais. Nesta etapa os conhecimentos produzidos devem ser divulgados mediante espaços permanentes e dinâmicos para troca de experiências e divulgação das inovações produzidas. A inserção na web permite a divulgação dos produtos e resultados durante todo o processo de desenvolvimento de um laboratório, por meio de páginas exclusivas de cada tema, permitindo criar acervos e recomendações de literatura, trazendo entrevistas com atores-chaves, notícias além de outros componentes, tornando-se uma referência atualizada para discussão e reflexão sobre o tema e espaço para divulgação de práticas, experiências e produções locais.
METODOLOGIA DO LABORATÓRIO DE INOVAÇÃO EM GESTÃO DO TRABALHO
O Laboratório de Inovação em Gestão do Trabalho, representa o resultado da interação interinstitucional sistemática entre os integrantes do ObservaRH/Nesp/UnB, Degerts/MS e Opas Brasil. Contou ainda com parceria e apoio estratégico da Diretoria Regional da Fiocruz Brasília. No mesmo, com a finalidade de compreender o processo de criação, implantação e implementação das experiências selecionadas, premiadas no InovaSUS, buscou-se uma abordagem qualitativa, com amostragem intencional, de acordo com a metodologia de um Laboratório de Inovação típico. Assim buscou-se uma maior da compreensão do significado inovador de cada experiência, a partir dos mesmos referenciais de boas práticas dos demais laboratórios, mas considerando também que a inovação faz parte de um movimento onde também está presente a preservação ou conservação de uma bagagem ou trajetória específica. Assim, o que aqui se denomina de inovação é o que ocorre quando a demanda da realidade requer mudanças e atualizações constantes, já que, supostamente, respostas que vêm sendo dadas às diversas situações da prática dos serviços, podem não se mostrar tão eficazes e adequadas como dantes. Isso significa que qualquer proposta de inovação deve possuir um caráter contextual. Ao criar soluções novas e criativas, seria, então, natural que se invista em sua institucionalização, para assegurar que os resultados e ações se consolidem. Aqui, portanto, a prática inovadora estará começando a entrar no movimento de preservação, dentro de uma dinâmica temporal que também caracteriza o movimento de inovação, sempre em estado de se superar. Assim, o conceito de inovação se constrói social e coletivamente, embora em determinados contextos e em determinados momentos pode-se estar ou não diante de uma inovação real. Na saúde, a inovação deve ter sempre seu foco na permanente busca da qualidade nas práticas dos serviços. Em tal perspectiva, a avaliação e o intercâmbio possuem papel fundamental, já que facultam que diferentes realidades se vejam nas situações ocorridas em outras experiências e possam traçar seus caminhos a partir destes subsídios, em sintonia com os momentos e contextos respectivos. Assim, as escolhas das experiências aqui focalizadas partiram do Degerts/MS, com uma amostra deliberada, cujos elementos de informação têm como base o julgamento dos gestores do referido Departamento, bem como dos pesquisadores, ao considerá-los notável fonte de informação, buscando neles o estatuto de atores ou informantes estratégicos reconhecidos. A escolha das experiências pelo Degerts teve como referência básica sua premiação no InovaSUS, buscando, porém, o foco em temas considerados mais candentes ou desafiadores. A opção por um número restrito de experiências (oito) se deu por questões de viabilidade financeira. A aproximação às experiências, desde a concepção do estudo, para efeito de maior aprofundamento, foi prevista para se dar em duas etapas (clique para conhecer a metodologia específica dos sites das experiências).
Grupo de Trabalho
O grupo de trabalho do Laboratório de Inovação da Gestão do Trabalho na Saúde é composto por representantes do Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho na Saúde (DEGERTS/SGTES) do Ministério da Saúde, pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e pelo Observatório de Recursos Humanos da Universidade de Brasília (ObservaRH/Nesp/UnB).