O Distrito Federal encerra, nesta quarta-feira (17/07), o preenchimento do Censo das Unidades Básicas de Saúde (UBS), iniciado em 3 de junho. São 177 questionários preenchidos por 98 gestores locais da Atenção Primária em Saúde (APS), distribuídos pelos distritos sanitários da capital federal. A estratégia utilizada pela coordenação da APS da Secretaria Estadual de Saúde do Distrito Federal está sendo compartilhada com outros municípios para agilizar a operacionalização do Censo das UBS no país. O prazo para preencher o questionário encerra dia 31 de julho na plataforma do Ministério da Saúde, e-Gestor APS.
O Censo das UBS é uma ferramenta que vai permitir fazer um diagnóstico situacional das quase 50 mil UBS do país, a principal porta de entrada do usuário com o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por responder por 70% das demandas de saúde da comunidade. Há mais de 10 anos que o país não faz essa radiografia da Atenção Primária em Saúde. O Censo das UBS está organizado em 15 dimensões, abordando questões desde infraestrutura, equipamentos, insumos, tipo de consultas ofertadas, até as necessidades dos trabalhadores da saúde, entre outros pontos.
Metodologia de cinco etapas
A coordenadora da APS do Distrito Federal, Sandra Araújo, explica que foi planejado cinco etapas para o executar o Censo das UBS. “A primeira etapa foi o planejamento coletivo com reuniões de alinhamento entre a administração central e os gestores regionais e locais; depois fizemos a designação dos respondentes no E-Gestor com a solicitação de acesso. A terceira etapa foi estipular que 20% do total das UBS preencheriam o questionário por semana, sendo que a administração regional escolhe as UBS a administração regional as monitora. A quarta e quinta etapas foram de monitoramento da meta por meio da coordenação compartilhada e, por fim, o incentivo semanal daquelas UBS selecionadas para responder”, explica Araújo.
Segundo a coordenadora Sandra Araújo, os respondentes tiveram mais dúvidas no tema saúde digital. “Há uma dificuldade de compreender o quanto nós já avançamos em relação a saúde digital no DF e tivemos que acompanhar de perto, quase em tempo real, para esclarecermos essas dúvidas”, explica. A gestora está otimista com o Censo das UBS pois para ela é uma ferramenta que pode apontar caminhos para melhorar a política nacional da APS no país e o seu financiamento.
Sobre a principal fragilidade da APS no Distrito Federal, Sandra Araújo elenca a falta de conhecimento do perfil epidemiológico da comunidade por parte das equipes de saúde. “A gente precisa conhecer o perfil epidemiológico da comunidade para oferecermos o que a comunidade precisa. Ficamos os últimos três anos cadastrando usuários e agora precisamos aprofundar neste conhecimento. Se tivéssemos no Prontuário Eletrônico a informação da classificação de risco familiar também seria uma forma de apoiar as equipes de saúde e melhorar a oferta de serviços para a comunidade”, finaliza.