Metodologia

As informações sobre a experiência, que permitiram a organização de sua análise e difusão, foram trabalhadas pela equipe do ObservaRH/NESP/UnB  e colaboradores do MS e Opas/OMS, a partir de análises documentais e oficinas de trabalho com representantes do projeto, culminando com a interação, aprofundamento e captura da visão dos gestores e trabalhadores nas visitas in loco. As visitas ocorreram entre os meses de setembro e novembro de 2014.

Apesar de não se poder caracterizar o presente estudo como uma pesquisa clássica, com moldes éticos e científicos tradicionais, foram adotados referências e fundamentos que validassem os procedimentos adotados e a escolha de sujeitos para as diversas atividades.

As fases do processo de campo podem ser assim resumidas: (a) análise documental; (b) pesquisa exploratória; (c) realização das entrevistas não estruturadas; (d) realização de grupos focais; (e) produção e revisão de notas de campo.

Em duas das cinco experiências visitadas na primeira etapa ocorreu a realização prévia, em Brasília, de oficinas de trabalho específicas com representantes da experiência em foco, procedimento que se revelou interessante, embora com acúmulo de custo, pois permitiu entendimento mais aprofundado do ocorrido em evento com todas as experiências, gerando também a possibilidade de o representante da experiência já retornar a seu local de trabalho, com a programação das atividades da visita a ser realizada, facilitando sua execução, sendo considerado que tal procedimento seja analisado em cada situação.

Adotou-se a técnica de grupo focal, que se constitui como um método de investigação que permite a observação de um determinado grupo sobre uma abordagem específica, possibilitando ao entrevistador perceber durante a sua aplicação as opiniões, manifestações de sentimentos e percepções sobre o enfoque a ser investigado.

Tanto no grupo focal como em entrevistas individuais são utilizadas perguntas norteadoras objetivando favorecer o conhecimento e registro das informações, com foco na percepção individual e coletiva dos atores, levando em consideração: o contexto, os antecedentes, os eixos que sustentam a experiência, suas potencialidades, desafios, lições aprendidas e suas perspectivas.

Foi elaborado pela equipe do ObservaRH/NESP/UnB um roteiro ampliado norteador de pontos importantes para captação nas visitas , tendo como referências o objetivo do trabalho, a leitura de estudos e a expertise de cada pesquisador. Neste momento, teve especial importância o estudo realizado por pesquisadores do Observatório de RH do IMS/UERJ intitulado Avaliação de Políticas e Programas Nacionais da Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde no SUS

A metodologia do estudo abrangeu, ainda, a construção de uma página na web sobre Inovação na Gestão do Trabalho, integrando o Portal de Inovação no SUS, gerenciado pela Opas, além de novas páginas individualizadas por experiência, porém associadas à página principal do Laboratório de Inovação em Gestão do Trabalho. Tal opção certamente trará contribuições ao intercâmbio de agentes, com efeito multiplicador de resultados, já que organiza informações sobre o processo de construção de cada experiência, seus resultados, documentos de referência, desafios e lições aprendidas, entre outros.

A construção do site da experiência envolveu, além da equipe do ObservaRH/NESP/UnB, especialistas na área de comunicação. Precedendo seu lançamento houve compartilhamento interinstitucional e validação pela entidade propositora da experiência. O site foi organizado com base em experiências individualizadas e foi projetado para organizar os conteúdos de tal forma que pudessem, efetivamente, subsidiar outros gestores de pessoal nas instituições de saúde, elucidando passo a passo os temas, desafios, lições aprendidas.

Um aspecto que deve ser cogitado ao longo do processo de acompanhamento de experiências, mesmo que fora do momento presente do Laboratório de Inovação, seria o de divulgação e retorno das narrativas e análises junto aos atores envolvidos, sejam entrevistados ou não, particularmente membros dos quadros sobre os quais se aplica o processo de gestão do trabalho estudado, no âmbito de cada contexto, além de outros interessados eventuais.