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Atenção secundária inova no cuidado

No Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida e Hiperdia em Santo Antônio do Monte/MG, as estatísticas comprovam os resultados do Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Usuários hipertensos, diabéticos, gestantes e crianças de até um ano de idade vêm apresentando respostas satisfatórias às tecnologias inovadoras de cuidado.

Foram observadas melhoras nos valores da hemoglobina glicada em 77% dos usuários diabéticos. Em 94% dos casos, os hipertensos apresentaram melhoras nos valores da pressão arterial. E 97% dos usuários portadores de lesão nos pés e mãos, em decorrência do diabetes, evoluíram para cicatrização.

O sucesso no tratamento dos usuários com condições crônicas se deve à adoção de tecnologias inovadoras, como autocuidado apoiado, cuidado compartilhado e atenção por pares. “A mudança do estilo de vida, com atividade física, melhora da alimentação, é o alicerce do nosso tratamento aqui no Centro”, destaca o médico Raldner Borges e Réges, coordenador de Cardiologia do Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida e Hiperdia.

As tecnologias do cuidado implantadas pelo Centro Integrado Viva Vida e Hiperdia, que cobre 13 municípios da microrregião de Divinópolis, são testadas e avaliadas pelo Laboratório de Inovação na Atenção às Condições Crônicas em Santo Antônio do Monte. A articulação entre a Atenção Primária à Saúde e a Atenção Secundária é outra inovação acompanhada pela iniciativa.

O Centro Viva Vida Hiperdia atua na capacitação dos profissionais das Unidades Básicas de Saúde. “Nós estamos propondo a organização da Atenção Primária. À medida que esses indivíduos vinham para atendimento no Centro, era checada essa estratificação de risco feita pela Atenção Primária, era feito um contato com essas equipes, e aos poucos nós fomos trazendo elas para dentro do Centro, recapacitando, visitando esses municípios, auxiliando nessa implantação dessas ferramentas, e a partir daí ocorreu toda a implantação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas,” relata Priscila Rabelo, coordenadora do Centro Integrado de Referência Secundária Viva Vida e Hiperdia.

O acompanhamento dos usuários do Centro é realizado por uma equipe multiprofissional, que trabalha de forma interdisciplinar, contrastando com o modelo tradicional de atenção especializada, em que o atendimento é realizado predominantemente por médicos.

A atenção é contínua: em um mesmo dia, os usuários são atendidos por profissionais de diferentes especialidades, como por exemplo, médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais. “Quando você tem apoio, com equipe multidisciplinar, com psicólogo, assistente social, há uma elevação significativa da taxa de adesão desses pacientes ao tratamento. Consequentemente, há uma redução significativa da taxa de mortalidade entre toda a população alocada,” salienta o cardiologista Réges.

A equipe do Centro trabalha com uma programação, definida de acordo com as necessidades de saúde. “Se a gente tem 20 gestantes de alto risco, nós deveremos ter consultas e exames suficientes para todas. Isso é um avanço. Nós trabalhamos com programação assistencial, com matriciamento da população”, afirma Priscila Rabelo.

Rabelo cita um dos exemplos da maneira diferenciada como os usuários do Centro são tratados: “Aqui, nós não usamos senha. As pessoas são chamadas pelo nome”. Esse diferencial pode ser percebido desde a recepção. A equipe conhece os casos e trata cada usuário de maneira personalizada.

O plano de cuidado é elaborado em conjunto, por meio de pactuação de metas entre o usuário e os profissionais de saúde, considerando as necessidades e a motivação para aderir ao tratamento.  “Nós queremos que esse usuário seja cuidador, suficientemente capaz de cuidar de si”, reforça a psicóloga Rozane Oliveira, que compõe a equipe multidisciplinar do Centro Viva Vida e Hiperdia.

Veja o vídeo: Autocuidado apoiado no Centro Viva Vida e Hiperdia e na Atenção Primária à Saúde

renata

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