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Atenção por Pares para o controle do diabetes

Um idoso que recuperou a autoestima e a vontade de viver. Uma mãe que aprendeu a aceitar a doença do filho. Um adolescente que encontrou carinho e compreensão que faltavam em casa. Ildeu Barbosa, Pierre da Silva e Maria Oliveira têm histórias diferentes, mas enfrentam o mesmo desafio: conviver com o diabetes, doença crônica que não tem cura, mas pode ser controlada.

Os três se reúnem todas as semanas no Centro Viva Vida Hiperdia de Santo Antônio do Monte – MG, para conversar e renovar a motivação de enfrentar a condição crônica com perseverança e otimismo. Eles fazem parte do grupo de Atenção por Pares, uma das tecnologias do Modelo de Atenção às Condições Crônicas.

O grupo foi criado para compartilhar vivências e trocar informações. Os pares conversam entre si e contam com o apoio de profissionais do Centro. “Nós víamos uma riqueza muito grande de detalhes, da história deles de superação. Mas isso ficava no individual. Nós consideramos que, se houvesse uma partilha, mais pessoas poderiam ser beneficiadas, e o resultado seria, com certeza, maior e melhor”, conta Renata Cristine de Oliveira , coordenadora de Psicologia e do NEP Centro Viva Vida e Hiperdia.

As dinâmicas entre os pares são propostas e conduzidas pelo próprio grupo. Em Santo Antônio do Monte, os encontros são acompanhados pela equipe do Centro Viva Vida Hiperdia. Quando iniciou o tratamento individual no Centro, Ildeu, de 69 anos, já havia perdido um dedo por causa do diabetes e estava prestes a ter o pé amputado. Mas a perda maior era a ausência da vontade de viver. “Eu ficava em casa, deitado, na frente da televisão”, lembra o aposentado.

Aos poucos, a autoestima foi recuperada e a vontade de viver voltou. Ildeu encontrou forças para fazer o tratamento e conseguiu curar a lesão no pé. O diabetes está controlado. Ao invés de ficar em casa, o aposentado vai todos os dias para o Centro Viva Vida Hiperdia, onde foi contratado como porteiro, por meio do projeto De Volta ao Trabalho.

No grupo de Pares, Ildeu representa uma referência para Pierre, o adolescente que mora sozinho com o pai. A aceitação da condição crônica serviu de exemplo para Maria Oliveira, que também passou a encarar com naturalidade o diabetes do filho, Emanuel, de dois anos. Em troca, Ildeu recebe afeto e amizade. “Aqui eu tenho tudo, tenho calor humano. Aqui, eu tenho pai, tenho mãe, tenho filho, tenho tudo aqui. Eu em sinto melhor aqui, que lá em casa”, revela o aposentado.

Para a psicóloga Renata Cristine de Oliveira, a declaração de Ildeu reflete a humanização do atendimento no Centro. “O tempo todo, a escuta não é só em relação à saúde. Ele é ouvido nas necessidades que ele tem enquanto pessoa”.

Veja o vídeo: Relato de um diabético beneficiado pelo Modelo de Atenção às Condições Crônicas 

ildeu

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