“Oficina de Alimentação Saudável”

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
JUCIANY MEDEIROS ARAUJO Nutricionista/NASF Recife
Maria Heloisa Lira Rodrigues dos Santos Residente/NASF Recife
Ana Cláudia Serra Silva Coordenadora/ Coordenação do NASF Recife
Fernanda Leite Carapeba Psicologa/NASF Recife
Catarina de Melo Barros Farmaceutica/NASF Recife
Andrea Barbosa de Melo Assistente Social/NASF Recife
Aline Arcelino de Oliveira Terapeuta Ocupacional/NASF Recife
Andrêsa Florêncio Gomes Fonoaudióloga/NASF Recife

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Núcleo de Apoio a Saúde da Família-NASF/Recife

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Pernambuco Recife

1.5 Região do país

Nordeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
JUCIANY MEDEIROS ARAUJO Nutricionista/NASF Equipe 1.1 Recife

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 1 - EAN no campo da Saúde

1.8 Público participante da experiência

Crianças - 0 a 2 anosCrianças - 2 a 5 anosCrianças - 5 a 10 anosAdolescentesAdultosIdososMulheresEstudantesFamíliasGestantes/nutrizesPessoas com necessidades alimentares especiaisPessoas com transtornos alimentaresPessoas com transtornos mentaisPúblico atendido por Programas SociaisPessoas NegrasPopulação em situação de ruaTrabalhadoras/esComunidade em geralComunidades/famílias em vulnerabilidade social

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

saúde
Unidade Básica de Saúde
Sala de Espera
Polo da Academia da Saúde
Territórios de Saúde junto a Agentes Comunitários de Saúde
OUTROS
Centro/Associação Comunitária
Espaços públicos (áreas de lazer, praças, mercados)
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de estarem livres da fome
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
universalidade
integralidade
equidade
intersetorialidade
participação social
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

O projeto tem como base fortalecer os princípios doutrinários e organizativos dos SUS, estimulando a participação social, corresponsabilização do sujeito com ações voltadas para sua saúde, estímulo da autonomia e das boas escolhas para uma alimentação adequada e saudável dentro de suas possibilidades.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

A oficina tem como objetivo estimular um habito alimentar e escolhas alimentares saudáveis, dentro da realidade socioeconômica da população que é acompanhada pelas Unidades de Saúde em que ocorrem as oficinas. A oficina tem como proposta somar todas as ferramentas que os profissionais da atenção básica possui para realizar ações e estratégias de educação em saúde, voltadas para alimentação saudável, com o intuito de contribuir para uma melhor qualidade de vida, focando na alimentação saudável, em todos os ciclos de vida baseada nos princípios da Educação popular em saúde, Educação alimentar e nutricional e da garantia do direito humano à alimentação adequada (DHAA).

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

I - Sustentabilidade social, ambiental e econômica
II- Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
VII- A diversidade nos cenários de prática
VIII- Intersetorialidade
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Em relação ao Guia Alimentar para População Brasileira, que é uma das ferramentas que utilizamos como base desde quando foi iniciado as oficinas há 11 anos atrás, costumamos informar que, o guia é uma forma de produzir e oferecer à população informações acessíveis sobre alimentação saudável, considerando os aspectos da cultura alimentar local. As informações claras sobre os princípios, a escolha dos alimentos, a alimentação da população local, o ato de comer, a compreensão e a superação de obstáculos, além dos dez passos para uma alimentação adequada e saudável, são alguns temas abordados e transversais nas oficinas realizadas. E os princípios do guia são ferramentas para fundamentar cada escolha de elaboração de um prato nas oficinas: Alimentação é mais que ingestão de nutrientes; recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo; alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável; diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares e; guias alimentares ampliam a autonomia nas escolhas alimentares. Com a produção do Guia Alimentar para crianças menores de 2 anos, ganhamos mais uma ferramenta para colaborar com nossas oficinas e fundamentar nossas falas, e vale ressaltar que a nutricionista do NASF também colaborou na construção desse guia, enquanto profissional de saúde, quando ele estava sendo validado nos municípios. Por ter um conteudo bem abrangente, e por ter de uma compilação das evidências científicas mais atualizadas sobre a alimentação das crianças pequenas e apresenta um diagnóstico da situação alimentar e nutricional dos menores de dois anos, podemos trabalhar as percepções, práticas e tabus alimentares e proporciona orientações e recomendações para a melhoria do quadro nutricional que temos no território.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS1 - Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares
ODS 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4- Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
ODS 5 - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
ODS 7 - Assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos
ODS 8 - Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
O NASF Recife foi implantado em 2010, e a minha equipe foi a primeira equipe NASF a ser implantada, em um território com diagnostico epidemiológico de alta vulnerabilidade social, com muitos moradores de rua e um dos territórios com o menor IDH da cidade. O primeiro momento de nossa equipe foi identificar quais as principais dificuldades que as UNidades de Saude do nosso territorio encontrava em trabalhar a prevenção ou o tratamento da saúde com a população, e foi sem duvida a obesidade, dislipidemias, enfim as doenças cronicas não transmissiveis. Com uma demanda alta e reprimida, trabalhar em grupos seria a melhor maneira de alcançar um maior numero possível, e todos os ciclos de vida, mas mesmo assim ainda era grande o numero de pessoas encaminhada para o NASF, e então pensamos em fazer um recorte das pessoas que recebiam o Bolsa família inicialmente, pois alguns profissionais da USF, falavam que essas pessoas acabavam comprando com o pouco dinheiro que recebiam, alimentos industrializados, ultraprocessados, e ou faziam preparações que não contribuía para melhoria da sua saúde. Assim surgiu a proposta de fazer uma oficina com a proposta de abordar o tema alimentação saudável, mas que os pratos a serem feitos fossem de baixíssimo custo, com ingredientes que encontrasse na comunidade, que ressaltasse os hábitos alimentares e a cultura local. Mas precisavamos de uma cozinha, utensilios e alimentos. Então a diretora do distrito Sanitario a principio disse que poderia ver algum recurso, e os utensilios seriam os nossos e das pessoas , pois pensamos em fazer nas casas das pessoas ou dos agentes comunitarios. Mas a nossa ideia foi se divulgando no boca boca da comunidade, e conseguimos a cozinha da associação comunitária, que fica ao lado da USF, e uma assistente social que trabalha na area social de um Shopping que fica ao lado da comunidade, disse que se escrevêssemos a nossa proposta da oficina, e enviasse para ela, poderíamos conseguir uma colaboração para compra dos alimentos, mensalmente e que veria doações de utensílios( fogão, panelas , liquidificador). Desde então, as oficinas ocorrem mensalmente, na associação , com pessoas que são encaminhadas pelos atendimentos na USF, e ou pessoas que os ACS identificam que necessitam de orientações e compreensão de uma alimentação saudável , acessível e adequada para seu ciclo de vida e as suas necessidades nutricionais.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
A partir da do levantamento territorial da equipe NASF, e as reuniões de matriciamento com as equipe de saúde sobre a concepção do projeto, a partir disso a equipe NASF idealizou.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
As prioridades foram definidas de acordo com as principais demandas clínicas, como forma de orientar de forma prática a população, e pelas demandas levantadas pelos comunitários como assuntos de interesse.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Sim

sim, em quais etapas e como participaram ?
Eles participaram desde o inicio , na idealização das oficinas, nas escolhas dos temas, quantas vezes seriam essas oficinas por mes, quanto tempo, local, estrutura, pessoas a serem envolvidas e que poderiam participar, perfil do grupo, enfim, tudo que é pensado e feito na oficina é primeiramente dialogado com os sujeitos da ação, para depois ser colocado em pratica.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
As atividades tiveram como objetivo metodologias ativas, baseadas na educação popular em saúde, com a corresponsabilização dos envolvidos. As oficinas são em formato de rodas, todos metem a colher, e antes de preparar é feito o resgate cultural, da preparação, e levantado o conhecimento de todos sobre o tema abordado e juntos construímos o prato sugerido, muitas mãos e muito conhecimento são ingeridos e digeridos nas oficinas.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Foram utilizados materiais de papelaria e utensílios de cozinha e alimentos.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

não se aplica

Descreva sobre o material/tecnologia social
Não se aplica
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
A experiência, ao longo dos últimos 11 anos, tem tido uma avaliação positiva dos participantes e boa adesão. É referencia para a secretaria de saude do Recife, já foi premiada duas vezes como uma ação exitosa na atenção básica, e em vários congressos de relevância como o congresso internacional de Educação em Saúde, CONBRAN, e é um campo de aprendizagem para estudantes de Nutrição e Residentes estagiar, outros profissionais da Saude, irem pra compreender como funciona e replicar em seus territorios.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
O trabalho do projeto tem tido uma relevância importante para a equipe, pois facilita o acesso a vários ciclos de vida e a disseminação de informação, diminuição de demandas reprimidas, e abordagem dos mais variados temas de ações do calendário da saúde, com envolvimentos de todos os profissionais da USF e da rede de apio da comunidade. Sendo um espaço piloto para ser replicado em outros espaços e territórios. Nesses 11 anos , 02 outras USF foram inseridas nas oficinas e as demais USF que são do território da nossa equipe, participam pontualmente, de acordo com o tema abordado, e varios profissionais já visitaram para replicar em suas USF.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
Ao longos dos anos de realização do processo tem sido um projeto de grande importância tanto para a equipe, quanto para os participantes, ganhando reconhecimento dentro do território e proporcionando um espaço de compartilhamento, emancipação de práticas alimentares saudáveis e fonte de conhecimento de saberes populares e científicos. É uma oficina que ocorre mensalmente, na associação dos moradores, ou na sala de espera ou em casas de pessoas que são acompanhadas pelas USF, com temas trazidos pelos usuários encaminhados pelos profissionais da USF, onde esses temas são discutidos e a receita sugerida é preparada e degustada por todos os participantes. Estas receitas devem ser fáceis, acessíveis e de baixo custo e que valorize a cultura e o habito alimentar local e que promova saude. Com uma metodologia ativa, freiriana que a EAN pode proporcionar, realizamos nossas rodas de conversa e comilança.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência

APSREDES

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e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
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