Observatório IFome: o ato político que é se alimentar

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Isis Costa D'Eça Nutricionista Vitória da Conquista
Mateus Alves Vieira Estagiário Vitória da Conquista

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Instituto Federal de Ciências e Tecnologias da Bahia

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Bahia Vitória da Conquista

1.5 Região do país

Nordeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Mateus Alves Vieira Estagiário Vitória da Conquista

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

AdolescentesAdultosEstudantes

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Escola Pública
Universidade
Ensino Médio
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
universalidade
intersetorialidade
participação social

Por favor justifique/comente sua resposta

No atual projeto em execução busca-se por meio de atividades gráficas apresentar aos estudantes que a alimentação escolar é feia de forma saudável, além de incentivas de forma direta e indireta o consumo de alimentos saudáveis. Por ser um grupo composto com muitos adolescentes é notório a necessidade de observação e análise do que esses comensais estão sendo expostos fora da instituição, como por exemplo as comidas rápidas, como miojo, bebidas lácteas saborizadas, buscando por meio de materiais gráficos demonstrar os malefícios e alternativas para melhor qualidade da alimentação. Para além disso um dos principais meios de avaliação dessa abordagem é o grupo focal com alunos que representam as classes estudantis do campus, fazendo com que a parede entre servidores e alunos se quebre e que haja diálogo entre ambas as partes, conduzindo uma relação plural, de forma que haja uma participação direta dos membros com os materiais e que os mesmos cheguem de forma facilitada a maioria dos grupos.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

Propor a criação de um Observatório de Segurança Alimentar e Nutricional no Campus Vitória da Conquista do Instituto Federal da Bahia, como estratégia de controle social das Políticas de Alimentação e como espaço fomentador do debate sobre a fome e o DHAA na comunidade estudantil.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
VII- A diversidade nos cenários de prática
VIII- Intersetorialidade
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Alimentação é mais que ingestão de nutrientes; Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com seu tempo; Diferentes saberes geram o conhecimento para a formulação de guias alimentares.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
ODS 12 - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis
ODS 16 - Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
O campus do IFBA Vitória da conquista atende um público estudantil variado, quanto idade, modalidade de ensino (médio técnico, subsequente e superior), além de ter uma grande rotação de alunos de diferentes cidades circunvizinhas. O refeitório institucional é um ambiente onde políticas públicas alimentares são ofertadas para alunos que estão em vulnerabilidade social por meio Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)que abrange apenas os alunos do ensino médio integrado e subsequente. Tendo em vista sua relevância interpretativa em torno da complexidade de um fenômeno, especificamente atrelado à temática da Fome e às políticas públicas institucionais locais voltadas para a mitigação dessa problemática, por conta disso e para estudar e aprofundar sobre as temáticas alimentares dos alunos afim de buscar alternativas construir uma mentalidade alimentar crítica é que o IFome nasce como observatório, sendo um alternativa de ambiente para se discutir as temáticas.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
Previamente ao desenvolvimento da pesquisa foram aplicados questionários com uma amostra de 32 estudantes titulares de direito dos Programas Institucionais de Alimentação, representada pelos quatro cursos de Ensino Médio Integrado da Instituição, que demonstrou a necessidade de retomar a página da mídia social previamente utilizada no Refeitório (Instagram). Além disso, os estudantes relataram a importância de democratizar as informações publicadas, para além do Instagram, utilizando-se de outros instrumentos de divulgação, visando atender um maior número de titulares de direito que frequentam o Setor supracitado. Como resultado do diagnóstico também foi posto em pauta pelos estudantes a importância de disponibilizar canais de comunicação com o Setor de Nutrição, sugerindo a retomada da Caixa de Sugestões a ser novamente instalada no Refeitório Institucional (R.I.).
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
As prioridades e objetivos da experiência foram definidos com base nos resultados obtidos com os grupos focais, valorizando-se as vozes dos titulares de direito das Políticas Institucionais de Alimentação.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Sim

sim, em quais etapas e como participaram ?
Existe um grupo focal, onde pegamos informações de representações dos alunos e construímos materiais com as tratativas trazida pelos mesmo, além disso temos portais de comunicação para que haja a entrada dessas informações. Além disso o grupo focal auxilia no teste do conteúdo apresentado, por meio deles observamos se a linguagem está adequada para a os estudantes, se a forma que está sendo abordado tal assunto está sendo direto e atraente para eles.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
O desenvolvimento dos grupos focais se configuraram como estratégias de EAN baseadas em metodologias ativas tendo em vista que os titulares de direito das políticas públicas de alimentação puderam participar da construção dos materiais audiovisuais com os pesquisadores, incentivando-se os mesmos a desenvolver a sua autonomia, participação, criticidade ao debaterem temáticas relacionadas ao ato político que é se alimentar.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Foi utilizado televisores dispostos no refeitório institucional.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

sim

Descreva sobre o material/tecnologia social
Os materiais educativos desenvolvidos podem ser reproduzidos em outros campi dos Institutos Federais que possuem Refeitório em sua estrutura física, por fomentar temáticas que compõem as estratégias de Educação Alimentar e Nutricional previstas em seu marco de referência, além de trabalhar a dimensão política do ato de alimentar-se
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
Podemos observar hoje com os grupos focais que o ambiente do refeitório não é só um lugar para se nutrir de alimentos, mas um local de aprendizado, que há motivações por trás de um prato de legumes, que não são apenas alimentos, mas que existe uma política por trás daquilo. Com a continuidade do da intervenção, esperamos construir esse senso crítico na maior parcela do corpo estudantil.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Embora a estratégia tenha sido implementada recentemente, percebe-se que os grupos focais avaliaram positivamente a criação de um plano de mídias que fomentará uma cultura de direitos local no que se refere à sensação de pertencimento dos titulares de direito no espaço que utilizam para realizar as refeições institucionalizadas, adquirindo também um caráter de controle social das políticas públicas de alimentação locais. A ampliação da discussão em torno da temática da Fome, do DHAA e da dimensão política da alimentação se alinha com o caráter de formação integral e unilateral dos estudantes dos Institutos Federais, almejando sua formação crítica e autônoma.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
O IFome é um projeto que visa a construção de um observatório de estudos sobre a alimentação e a fome no ambiente de um instituto federal no interior da Bahia. O produto tem como finalidade abrir um espaço de ensino e aprendizado com alunos de diferentes faixas etárias que estudam no campus, em sua maioria adolescentes e jovens, no entanto existem adultos em menor quantitativo. Com esse grupo o intuito é desenvolver atividades que estão diretamente associadas com a exposição de materiais gráficos e momentos de diálogo. Um dos resultados esperados por esse trabalho é a construção é a modificação do olhar crítico dos discentes, além da construção de um hábito saudável pelos mesmos. Trazendo essa forma de material para dentro de um refeitório quebra os paradigmas de educação apenas dentro de sala, além de configurar esse espaço de construção de conhecimento, e também um local político, por ter sua operação voltada a políticas públicas de alimentação. O uso da frase “o ato político de se alimentar” está diretamente vinculado com esse ambiente, como comer nesse espaço está ligado não só em nutrir, com macros e micronutrientes, mas enriquecer e fortalecer a relação dos comensais com as políticas públicas de alimentação. A produção dos materiais está diretamente associada com os hábitos alimentares da comunidade, buscando inicialmente desmistificar mitos propagados sobre alimentação, que fazem parte da fase dos adolescentes, fase na qual tudo tem um potencial de influenciar nos hábitos nutricionais. Sabe-se que muitos dos estudantes que estão na instituição vem de outras cidades, então o consumo de comidas rápidas como miojo, bebidas prontas, bolachas doce, é bem recorrente, então inicialmente foi visto esse ponto como fundamental para ser focado, buscando alternativas para esse problema. Na criação dos materiais focou-se também na produção de conteúdo que está ligado com a cultura baiana e sua ancestralidade, para que isso não seja perdido dentro da comunidade. Outro fator que foi importante para a produção dos dispositivos gráficos está relacionado com questões associadas a dúvidas antigas dos alunos, principalmente dúvida de cardápio dos lanches “por que fruta?” “por que tal fruta?”, e com isso produzimos materiais sobre as safras alimentares mensais, os benefícios de alimentos ali citados e após isso na semana encontra-se refeições com esse alimento no cardápio. Na constituição desse espaço utilizamos um grupo focal onde testamos os materiais além de avaliar se esse produto está diretamente ligado com a realidade e a linguagem dos estudantes. Esse grupo é formado de representações dos alunos na instituição, formando uma amostra de teste, além de ser uma porta de entrada entre os idealizadores e a comunidade acadêmica. Os materiais são postados em rede social (Instagram) e em televisores que estão disponíveis no refeitório da instituição. A cada dia buscamos transmitir conhecimentos que auxiliam na produção de conhecimento dos estudantes, sabemos que o cardápio de refeições já é um início para a educação alimentar e nutricional nesse espaço, mas usamos de ferramentas virtuais para potencializar esse aspecto, assim construindo uma comunidade politizada e crítica, além da estruturação de hábito alimentar saudável. Por meio desse projeto estamos quebrando a parede do local onde pode-se fazer educação e levando a ambientes diferentes e atrativo a determinados públicos.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência

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É considerado conflito de interesses:

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  • Produtos incluam organismos geneticamente modificados, agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, bebidas e produtos comestíveis com altas concentrações de açúcar, gorduras, sal, energia, outros produtos ultraprocessados ou quaisquer outros produtos que necessitem ter sua demanda, oferta ou disponibilidade reduzida para melhorar a alimentação e a saúde da população;

e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
  • Utilizar material educativo e/ou publicitário de empresas privadas ou fundações/organizações a elas relacionadas que atuam direta ou indiretamente com o setor alimentício, farmacêutico, tabaco, bebidas alcoólicas;