Intervenção de Educação Alimentar e Nutricional com o grupo de Assistência em Nutrição para Pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Andhressa Araújo Fagundes Docente São Cristóvão
Adriann Lima De Barros Discente São Cristóvão
Aline Nascimento Silva Discente São Cristóvão
Josefa Stéfani Oliveira Reis Discente São Cristóvão
Lucimara Correia Dos Santos Discente São Cristóvão
Rita Patrícia Silva Do Bomfim Discente São Cristóvão

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Universidade Federal de Sergipe - UFS

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Sergipe São Cristóvão

1.5 Região do país

Nordeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Rita Patrícia Silva do Bomfim Discente São Cristóvão

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 1 - EAN no campo da Saúde

1.8 Público participante da experiência

AdultosIdososMulheres

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Universidade
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
integralidade
intersetorialidade
participação social
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

A intervenção, voltada para um grupo com uma condição prévia, HAS, considerou diversos aspectos importantes na promoção de uma alimentação saudável, por exemplo, estimulando o resgate às práticas culinárias, fortalecendo o consumo de alimentos regionais em detrimento aos processados e ultraprocessados, aliando com a instrução sobre a rotulagem dos alimentos a partir de saberes interdisciplinares e complementares contribuindo para o reconhecimento e exigibilidade do DHAA. Os participantes, com a bagagem adquirida, passam a ser potenciais disseminadores, configurando um retorno e participação social em seus núcleos de convivência.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

Promover EAN continuada com os participantes do grupo de extensão de assistência nutricional no contexto da Hipertensão Arterial Sistêmica; Desenvolver oficinas culinárias com abordagem teórico-prática com ênfase na rotulagem de alimentos; integrar o aprendizado teórico-prático ao contexto dos participantes, fomentando a autonomia dos mesmos; elaborar caderno com receitas regionais; associar a leitura de rótulos com a aplicação de substituições mais adequadas para promover uma alimentação saudável.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Classificação NOVA; incentivo às práticas culinárias; desenvolvimento da criticidade em relação aos produtos industrializados, com foco na rotulagem nutricional.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 12 - Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
Identificou-se a necessidade de promover educação alimentar e nutricional (EAN) continuada com os participantes do grupo de “Assistência nutricional a pacientes com Hipertensão Arterial Sistêmica” da Universidade Federal de Sergipe (UFS), formado por pacientes adultos e idosos, predominantemente com excesso de peso e obesidade a partir de uma demanda trazida pela coordenadora do grupo na universidade, com vistas na necessidade de reativar o grupo ocioso devido à pandemia.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
Foi realizado levantamento a respeito do tipo de HAS, sexo, idade, nível socioeconômico e perfil de consumo, assim como forma de contato com o grupo. Diagnosticou-se um grupo majoritariamente feminino, idoso, com baixo nível socioeconômico e HAS secundária, encaminhados por outros setores da universidade. A partir disso, foi observado, junto à coordenadora do grupo, a Profa. Dra. Analícia Rocha Santos Freire, as demandas do grupo, que incluem a assiduidade aos encontros, dificuldade de manter a educação continuada e a adesão às recomendações propostas.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Em conversa a coordenadora do grupo, a partir das demandas apontadas e elegidas como principais necessidades para o momento de retorno às atividades.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Não

sim, em quais etapas e como participaram ?
Não houve a possibilidade de envolver os integrantes no planejamento do projeto de intervenção pois o grupo encontrava-se desativado devido à suspensão das atividades no período pandêmico.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
A criação da Árvore dos Problemas como método para proporcionar a reflexão da equipe e dos participantes por meio da identificação das causas, consequências e potenciais soluções para um determinado problema, considerando também o contexto social e a visão de mundo que engloba o processo de saúde e doença e os seus determinantes. Nesse sentido, a abordagem humanista pensada como justificativa à metodologia levando em conta o grupo e a equipe como agentes de ação, considerando suas experiências e demandas na construção da intervenção, por exemplo, na elaboração do livro de receitas que, apesar de ter sido pensado inicialmente entre os autores, tem como objetivo ser alimentado a partir das considerações da coletividade.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
O principal produto da intervenção é a realização de oficinas culinárias para despertar nos participantes a retomada das práticas culinárias e aumentar a criticidade em relação aos produtos industrializados com o objetivo de promover a autonomia para escolhas alimentares mais conscientes e sustentáveis social, econômica e ambientalmente. Nesse sentido, a ação teria como base a elaboração de um material didático com ênfase culinária, contemplando, inicialmente, quatro receitas práticas para o dia-a-dia dos participantes, com a pretensão de ser alimentado a partir de demandas e conversas em grupo. Além disso, foram confeccionados cartazes com os pontos críticos da rotulagem, escolhendo produtos alimentícios consumidos no hábito alimentar local. Também foi desenvolvido um vídeo didático a respeito das repercussões da HAS na saúde, assim como sua relação com o estilo de vida.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

não se aplica

Descreva sobre o material/tecnologia social
O projeto de intervenção foi pensado para ser executado pela equipe do Grupo de Atendimento Nutricional em Nutrição (GaNuH), composto majoritariamente por nutricionistas, formados ou em formação, com o auxílio dos autores do projeto, também estudantes de Nutrição, dado o caráter dietoterápico. Porém, parte dos materiais desenvolvidos, assim como o modelo do projeto, são passíveis de aplicação por outros profissionais da saúde com devida capacitação, a exemplo do vídeo didático.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
A intervenção tem aplicação prática fundamentada na realização de uma série de oficinas culinárias sustentadas nos materiais de apoio desenvolvidos, levando a reflexões prático-teóricas durante os processos. A ação de educação alimentar e nutricional está fundamentada na construção de oficinas culinárias com preparações comuns ao hábito local, nas quais, normalmente, são adicionados um ou mais ingredientes ultraprocessados, com altos teores de sódio, açúcar, gorduras saturadas e trans, sendo esse um ponto de partida para conversar sobre rotulagem de alimentos e sobre a importância da substituição de processados e ultraprocessados. O principal objetivo das oficinas é promover a educação continuada, assim, a duração prévia proposta pelo grupo é de que os encontros sejam divididos em 4 momentos, com possibilidade de serem prolongados, a depender da necessidade do grupo. A avaliação será feita de forma qualitativa pelos membros da equipe por meio do diálogo informal.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
O projeto foi pensado como uma série de oficinas culinárias, com inerente aplicação prática como forma de retomada das atividades, no contexto de pós-pandemia do grupo. O principal ponto de ação está relacionado à Educação Alimentar e Nutricional permanente com o intuito de promover a autonomia dos participantes em relação ao autocuidado na HAS. Nesse sentido, foram desenvolvidas ações em relação à ingestão de sódio, tanto de adição como nos alimentos industrializados. Por isso, a sensibilização sobre a análise da rotulagem foi utilizada, assim como o incentivo à prática culinária, principalmente, com ingredientes in natura e minimamente processados, através de oficinas culinárias. Considerando também a característica de baixa escolaridade do grupo, optou-se pelo uso de métodos imagéticos para facilitar a absorção e compreensão das discussões propostas, no caso, foram incluídos cartazes informativos e vídeo didático. Tendo em vista o desenvolvimento do projeto com base no Arco de Mergarez, a experiência pode ser adaptada e utilizada em diferentes condições e públicos-alvos. Ressaltamos que, no percurso, esperamos que os participantes tenham papel ativo no processo, colaborando para a aprendizagem e criando novos agentes de promoção à hábitos alimentares mais saudáveis. Tendo em vista os objetivos e elementos trabalhados, a intervenção está em consonância com os princípios citados no Marco de EAN, sendo potencialmente benéfico à repercussão da EAN em contextos distintos.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
A intervenção teve seu início e desenvolvimento com base no Arco de Margarez, passando pelas 5 etapas, a Observação da Realidade, Determinação dos Pontos-Chaves, Teorização, Hipótese de Solução e Aplicação à Realidade. No primeiro momento, foi realizado o levantamento do perfil do público-alvo, majoritariamente feminino, idoso, com baixa escolaridade e portadores de HAS, e das demandas trazidas pela coordenadora. Em seguida, foram definidos os pontos-chaves para a teorização, na qual foram reunidas as principais informações sobre o grupo em questão, assim como sobre a patologia e métodos de abordagem. A teorização foi usada para direcionar a hipótese de solução, sendo selecionados os aspectos em relação à Educação Alimentar e Nutricional continuada através de oficinas culinárias com preparações voltadas para o uso de alimentos in natura e minimamente processados de origem regional. Ainda foram discutidos a classificação NOVA e a repercussão dos hábitos alimentares no desenvolvimento e manutenção da HAS, através de cartazes com rótulos e vídeo didático, respectivamente. As preparações culinárias elaboradas foram incluídas em um livreto de receitas, que fará parte do grupo como documento em constante modificação para utilização em oficinas culinárias nas quais todos os materiais e temas propostos neste projetos serão utilizados, pretendo estar cada vez mais próximo das necessidades e da realidade da coletividade para qual a intervenção foi elaborada. A atividade foi elaborada e desenvolvida durante o período 2020.2 da Universidade Federal de Sergipe. Os documentos elaborados estão no anexo de fotos da intervenção.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência

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e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

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