Implementação das orientações contidas no Guia Alimentar para a População Brasileira em escolas de Pelotas, RS

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Leonardo Pozza dos Santos Professor/Coordenador Pelotas
Cristina Corrêa Kaufmann Professora/Colaboradora Pelotas
Gicele Costa Minten Professora/Colaboradora Pelotas
Ludmila Correa Muniz Professora/Colaboradora Pelotas

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Faculdade de Nutrição/Universidade Federal de Pelotas
Secretaria Municipal de Educação e Desporto de Pelotas

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Rio Grande do Sul Pelotas

1.5 Região do país

Sul

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Leonardo Pozza dos Santos Professor/Coordenador Pelotas

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

AdolescentesEstudantesTrabalhadoras/es

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Escola Pública
Ensino Fundamental
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de estarem livres da fome
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável

Por favor justifique/comente sua resposta

Estão sendo organizadas e realizadas atividades de educação nutricional para implementação das orientações do Guia Alimentar para a População Brasileira na rotina de dez escolas municipais de Pelotas, RS. Trata-se de atividades de educação nutricional realizadas individualmente em cada escola, divididas em seis partes. A primeira atividade tratará sobre os princípios do Guia Alimentar e sobre o conceito de alimentação adequada e saudável apresentada pelo Guia Alimentar. Nessa atividade, está prevista a abordagem ao direito de estar livre da fome e ao direito ao acesso à alimentação adequada e saudável.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

Objetivo geral: Implementar orientações contidas no Guia Alimentar para a População Brasileira na rotina de escolas municipais de Pelotas, a fim de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e, assim, prevenir o sobrepeso e a obesidade. Objetivos específicos: – Capacitar estudantes de escolas municipais a respeito dos dez passos para uma alimentação saudável contidos no Guia Alimentar para a População Brasileira. – Capacitar estudantes de escolas municipais a classificar corretamente os alimentos com base em seu grau de processamento, reconhecendo, principalmente, alimentos processados e ultraprocessados. – Aumentar a adesão às práticas alimentares saudáveis recomendadas pelo Guia Alimentar – Reduzir o consumo de alimentos processados e ultraprocessados nos estudantes das escolas da rede municipal atendidas pelas capacitações. – Reduzir ou manter estáveis medidas de adiposidade geral nos estudantes das escolas da rede municipal atendidas pelas capacitações.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
As atividades de educação nutricional que estão sendo programadas para serem realizadas nas escolas englobam seis atividades específicas. A primeira trata sobre os princípios do Guia Alimentar. A segunda trata sobre a classificação dos alimentos e a terceira sobre os passos 1 a 4 do Guia Alimentar (passo 1: fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação; passo 2: utilizar óleos, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias; passo 3: limitar o consumo de alimentos processados; passo 4: evitar o consumo de ultraprocessados). A quarta atividade terá como tema desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. A penúltima atividade de educação nutricional trabalhará o comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. Por fim, a última atividade abordará os principais obstáculos para uma alimentação saudável e como superá-los, focando na questão da publicidade, preço e rotulagem dos alimentos). As atividades de educação nutricional serão elaboradas utilizando dois instrumentos como referência: o Manual Instrutivo Implementando o Guia Alimentar para a População Brasileira em equipes que atuam na atenção primária à saúde e o Caderno de Atividades Promoção da alimentação adequada e saudável para o Ensino Fundamental. Ademais, nas atividades de educação nutricional em questão, os estudantes também serão habilitados a classificar adequadamente os alimentos de acordo com o seu grau de processamento, identificando alimentos in natura, minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados e ultraprocessados.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4- Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos
ODS 5 - Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
A necessidade de realização desta experiência foi identificada a partir de outros trabalhos realizados pelos autores (ainda não publicados) que mostraram que adultos atendidos em Unidades de Saúde da Família da cidade de Pelotas apresentaram baixo conhecimento acerca do Guia Alimentar, sendo que a frequência de baixo conhecimento foi maior nos indivíduos com menor nível de renda. Outro trabalho, dessa vez realizado com profissionais da atenção primária à saúde da fronteira oeste do RS, evidenciou que os profissionais apresentavam baixo conhecimento sobre as recomendações do Guia Alimentar, bem como sobre a classificação dos alimentos com base no grau de processamento, apresentada por este Guia. Esses dados evidenciam a necessidade de implementação e disseminação das recomendações do GAPB sobre maneiras de alimentação e nutrição saudável, bem como sobre a classificação dos alimentos. Como crianças e adolescentes são o grupo etário mais vulnerável à publicidade de alimentos, cuja presença predominante é de alimentos ultraprocessados, a implementação do Guia Alimentar no ambiente escolar é de fundamental importância para estimular a autonomia dos estudantes nas escolhas alimentares, visando a diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados, prevenindo e combatendo a obesidade e as doenças crônicas associadas.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
Antes das atividades de educação nutricional, estamos realizando uma etapa de diagnóstico onde um questionário está sendo aplicado aos estudantes matriculados no nono ano do ensino fundamental das escolas selecionadas. O questionário é dividido em oito blocos (informações gerais sobre o estudante, alimentos e refeições, o ato de comer e a comensalidade, obstáculos à adoção de uma alimentação saudável, percepção de saúde e hábitos de vida, características socioeconômicas, conhecimento sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira e variáveis antropométricas). Especificamente nessa etapa de diagnóstico, estamos avaliando as práticas alimentares dos estudantes de acordo com o Guia Alimentar. Para tal, estamos utilizando o instrumento elaborado por Gabe & Jaime (Práticas alimentares segundo o Guia alimentar para a população brasileira: fatores associados entre brasileiros adultos, 2018) que permite avaliar a adesão às práticas alimentares saudáveis recomendadas pelo Guia Alimentar. Como estamos lidando com estudantes do nono, estamos avaliando apenas a dimensão de escolha dos alimentos e modos de comer do instrumento, já que a parte de organização doméstica e planejamento se adequa mais à população adulta e idosa. Na etapa de diagnóstico, também estamos avaliando outros aspectos relativos às práticas alimentares dos estudantes, relacionados ao ato de comer e à comensalidade e aos obstáculos à adoção de uma alimentação saudável. Os alunos estão sendo questionados, por exemplo, se os alunos comem com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e em companhia, conforme recomenda o Guia Alimentar. Em relação aos obstáculos para uma alimentação saudável, os alunos estão sendo questionados sobre a compreensão e conceito de alimentação saudável, se eles consideram o conhecimento deles suficiente para ter uma alimentação considerada saudável, se eles acham que o preço dos alimentos dificulta para ter uma alimentação saudável, entre outros obstáculos. Além disso, o diagnóstico também está nos permitindo ter uma ideia sobre o conhecimento dos estudantes a respeito das orientações contidas no Guia Alimentar e sobre a classificação dos alimentos com base em seu grau de processamento. O intuito disso é verificar a habilidade dos estudantes em avaliar como verdadeiras ou falsas algumas afirmativas sobre as recomendações do Guia Alimentar, bem como em classificar determinados itens alimentares previamente identificados como sendo in natura, minimamente processados, processados ou ultraprocessados. Na etapa de diagnóstico, também estamos avaliando o consumo alimentar e medidas antropométricas dos estudantes. O consumo alimentar está sendo avaliado utilizando-se um questionário de frequência alimentar (QFA) contendo 30 itens alimentares e oito opções de resposta correspondente a frequência de consumo semanal. O objetivo da avaliação do consumo alimentar é verificar a frequência de consumo semanal de alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados. Na avaliação antropométrica, a adiposidade geral está sendo mensurada a partir das medidas de peso e estatura dos estudantes. Este questionário detalhado que estamos aplicando nos permitirá ter um olhar não apenas para o consumo alimentar e para o estado nutricional dos estudantes, mas também sobre práticas alimentares, modos de comer e obstáculos para o alcance de uma alimentação saudável, informações que nem sempre são levantadas no âmbito de pesquisas quantitativas. Os resultados desse processo nos permitirão direcionar melhor nossas atividades de educação nutricional, que já estão preparadas mas que podem ser adaptadas de acordo com os resultados que obtivermos. Junto aos arquivos enviados para a submissão dessa proposta, estamos anexando o questionário do diagnóstico, para que os avaliadores possam ter uma melhor clareza sobre o que está sendo coletado nessa etapa.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Além dos professores incluídos na proposta, neste projeto estão participando alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Nutrição da UFPel. Os objetivos e prioridades de nossa experiência com esse projeto de implementação do Guia Alimentar nas escolas têm sido construídos de maneira coletiva entre os atores citados. Em um primeiro momento, construiu-se o questionário a ser utilizado na coleta de dados inicial, que já está em andamento. Atualmente, estamos no processo de finalização da construção das atividades de educação nutricional a ser realizadas nas escolas. Em todas as etapas há participação de professores e alunos da faculdade de Nutrição.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Não

sim, em quais etapas e como participaram ?
Não houve participação dos estudantes no planejamento da experiência.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
De forma indireta, a construção de nossas atividades de educação nutricional visou a utilização de abordagens educativas que privilegiam processos ativos de aprendizagem, incorporando conhecimentos e práticas alimentares dos estudantes e possibilitando a integração entre a teoria e a prática. Ademais, as atividades de educação nutricional elaboradas e que serão desenvolvidas nas escolas estimulam a autonomia dos estudantes, colocando-os no centro do processo pedagógico e fazendo-os compreender que eles são corresponsáveis por suas práticas alimentares.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Em cada uma das seis atividades de educação nutricional planejadas em nosso projeto, estão previstos o uso de materiais específicos, conforme descrito detalhadamente nos arquivos em anexo dessa submissão.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

não se aplica

Descreva sobre o material/tecnologia social
Não se aplica
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
Ao final de cada uma das atividades de educação nutricional, o processo de trabalho será avaliado pelos estudantes envolvidos nas atividades, bem como pelos professores responsáveis pela turma no momento das atividades. Nessas avaliações, estudantes e professores serão questionados sobre elementos-chave que possam ter impactado positivamente ou negativamente a atividade de implementação do GAPB na turma/escola. Como ainda estamos na fase do diagnóstico, ainda não temos resultados sobre estas avaliações. Além disso, o sucesso da implementação do Guia Alimentar nas escolas por meio de atividades de educação nutricional será avaliado a partir dos critérios de Glasgow para ciência da implementação (REAIM – Reach, Effectiveness, Adoption, Implementation and Maintenance). Serão analisados quatro dos cinco critérios, a saber: o alcance (Reach) será medido a partir do percentual de alunos participantes em todas as etapas do treinamento sobre o Guia. A efetividade (Effectiveness) será verificada através do aumento do conhecimento dos estudantes a respeito das orientações contidas no GAPB, bem como no aumento do conhecimento sobre a classificação dos alimentos. Diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados e diminuição ou manutenção das medidas de adiposidade dos escolares também serão critérios utilizados para avaliar a efetividade da implementação. Além disso, será feita uma comparação dos resultados entre as escolas que receberem as atividades de educação nutricional com um grupo de escolas que servirá como grupo controle. A adoção e a implementação (Adoption e Implementation) serão avaliadas a partir da mudança na adesão às práticas alimentares saudáveis recomendadas pelo GAPB após a intervenção. As medidas em questão serão comparadas com as informações do baseline, bem como com as escolas que não passarem pela intervenção (grupo controle).
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Mesmo que nossas atividades de educação nutricional tenham sido construídas, mas ainda não foram colocadas em prática (o que ocorrerá em breve), nossa avaliação é que é possível fazer um escalonamento das atividades nas demais escolas após a avaliação da efetividade de nossas ações. Até porque a construção das atividades que serão desenvolvidas foi feita com base em outros documentos publicados pelo Ministério da Saúde e adaptadas para o contexto escolar, o que facilita tal escalonamento. Nossa percepção é que o conjunto de atividades que estão sendo construídas em nosso projeto podem ser desenvolvidas em outras localidades e/ou instituições. Resultados preliminares de nosso diagnóstico mostram a importância do projeto. Por exemplo, mais de 80% dos estudantes entrevistados relataram nunca ter ouvido falar sobre o Guia Alimentar para a População Brasileira nem ter participado de atividades de educação nutricional nas escolas.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
Trata-se de um projeto de intervenção, longitudinal, que tem como objetivo implementar as orientações contidas no Guia Alimentar para a População Brasileira em turmas de 9° do ensino fundamental de escolas da rede municipal da cidade de Pelotas (RS). O presente projeto está sendo realizado em oito escolas da rede municipal da zona urbana do município que apresentaram alta prevalência de consumo de ultraprocessados, conforme resultados de outro projeto. No momento, informações diagnósticas como práticas alimentares de acordo com o Guia Alimentar, o ato de comer e comensalidade, os obstáculos à adoção de uma alimentação saudável, bem como o conhecimento dos estudantes sobre as recomendações e orientações do Guia Alimentar estão sendo coletadas por meio de entrevistas nas escolas. Resultados preliminares desse diagnóstico mostram que 81,1% dos estudantes relataram nunca ter participado de qualquer atividade de educação nutricional nas escolas e que quase 85% relatou nunca ter ouvido falar do Guia Alimentar para a População Brasileira. Além disso, as oito escolas foram alocadas aleatoriamente para o grupo intervenção (n = 4), grupo que receberá as atividades de educação nutricional para implementação das orientações do GAPB, ou para o grupo controle (n = 5). A alocação aleatória das escolas foi feita pelos coordenadores da pesquisa, que foram devidamente cegados em relação à identidade das escolas no momento da alocação. As atividades de educação nutricional para implementação das orientações do Guia Alimentar na rotina das escolas foram construídas com o auxílio de estudantes de graduação e pós-graduação da Faculdade de Nutrição da UFPel e tiveram como base o Manual Instrutivo Implementando o Guia Alimentar para a População Brasileira em equipes que atuam na atenção primária à saúde e o Caderno de Atividades Promoção da alimentação adequada e saudável para o Ensino Fundamental. Assim, foram elaboradas seis atividades de educação nutricional para objetivando a implementação do Guia Alimentar nas escolas. A primeira atividade tratará sobre os princípios do Guia Alimentar. A segunda tratará sobre a classificação dos alimentos e a terceira sobre os passos 1 a 4 do Guia Alimentar (passo 1: fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação; passo 2: utilizar óleos, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias; passo 3: limitar o consumo de alimentos processados; passo 4: evitar o consumo de ultraprocessados). A quarta atividade terá como tema desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. A penúltima atividade de educação nutricional trabalhará o comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. Por fim, a última atividade abordará os principais obstáculos para uma alimentação saudável e como superá-los. Mais detalhes a respeito de cada uma das seis atividades de educação nutricional estão disponíveis nos materiais anexos desta essa submissão. Nas atividades de educação nutricional em questão, os estudantes também serão habilitados a classificar adequadamente os alimentos de acordo com o seu grau de processamento, identificando alimentos in natura, minimamente processados, ingredientes culinários, alimentos processados e ultraprocessados. Nossas atividades estão previstas para ocorrer entre outubro e dezembro de 2022, a depender da disponibilidade das escolas. Ao final de cada uma das atividades de educação nutricional, o processo de trabalho será avaliado pelos estudantes envolvidos nas atividades, bem como pelos professores responsáveis pela turma no momento das atividades. Nessas avaliações, estudantes e professores serão questionados sobre elementos-chave que possam ter impactado positivamente ou negativamente a atividade de implementação do GAPB na turma/escola. Ao final do projeto, quando as atividades de educação nutricional nas escolas tiverem sido concluídas, o mesmo questionário diagnóstico que está sendo aplicado nas escolas será aplicado novamente, permitindo a reavaliação de todas as medidas coletadas anteriormente tanto nas escolas do grupo intervenção, quanto nas escolas do grupo controle. Como já mencionado, o sucesso da implementação das orientações do Guia Alimentar nas escolas será avaliado a partir dos critérios de Glasgow para ciência da implementação (REAIM – Reach, Effectiveness, Adoption, Implementation and Maintenance). Serão analisados quatro dos cinco critérios, a saber: o alcance (Reach) será medido a partir do percentual de alunos participantes em todas as etapas do treinamento sobre o Guia. A efetividade (Effectiveness) será verificada através do aumento do conhecimento dos estudantes a respeito das orientações contidas no GAPB, bem como no aumento do conhecimento sobre a classificação dos alimentos. Diminuição do consumo de alimentos ultraprocessados e diminuição ou manutenção das medidas de adiposidade dos escolares também serão critérios utilizados para avaliar a efetividade da implementação. Além disso, a comparação dos resultados entre o grupo intervenção e o grupo controle também servirá de base para avaliar a efetividade da implementação. A adoção e a implementação (Adoption e Implementation) serão avaliadas a partir da mudança na adesão às práticas alimentares saudáveis recomendadas pelo GAPB após a intervenção. As medidas em questão serão comparadas com as informações do baseline, bem como com as escolas que não passarem pela intervenção (grupo controle). Espera-se que as atividades de educação nutricional baseadas nas orientações do GAPB sejam capazes de aumentar o conhecimento sobre os “dez passos para uma alimentação saudável”, bem como sobre a classificação dos alimentos com base em seu grau de processamento nos estudantes das escolas selecionadas aleatoriamente para receberem a intervenção, quando comparados aos estudantes das escolas do grupo controle. De posse de maior conhecimento sobre essas questões, espera-se que os estudantes das escolas que receberem a intervenção tenham maior aderência às práticas alimentares saudáveis, conforme recomendado pelo Guia, e diminuam o consumo de alimentos ultraprocessados. Os resultados gerais do presente estudo serão apresentados à Secretaria Municipal de Educação de Pelotas e à direção de todas as escolas envolvidas no estudo, no intuito de avaliar as atividades de intervenção e promover a realização nas demais escolas da rede municipal do município, em parceria com a UFPel. É importante ressaltar que será realizado um escalonamento da implementação caso seja detectado que a intervenção realizada foi capaz de melhorar a adesão às práticas alimentares saudáveis recomendadas pelo Guia Alimentar, de reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados e/ou as medidas de adiposidade dos adolescentes, independente dos potenciais fatores de confusão incluídos nas análises. Nesse escalonamento, a ideia é que a intervenção seja replicada, em um primeiro momento, naquelas escolas municipais que não foram selecionadas para receber as atividades de implementação (escolas do grupo controle). Posteriormente, a ideia será fazer o escalonamento para as demais escolas das redes municipal, estadual e privada do município.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência

APSREDES

Lote 19 – Avenida das Nações

SEN – Asa Norte, DF – 70312-970

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É considerado conflito de interesses:

Associação, afiliação ou link com atores do setor comercial, entidades de setores das indústrias de armas, tabaco, álcool, indústrias, empresas e organizações relacionadas a quaisquer outras organizações e/ou alianças e iniciativas concebidas, fundadas, financiadas, lideradas, controladas ou organizadas por essas indústrias e empresas, cujos:

  • Produtos incluam organismos geneticamente modificados, agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, bebidas e produtos comestíveis com altas concentrações de açúcar, gorduras, sal, energia, outros produtos ultraprocessados ou quaisquer outros produtos que necessitem ter sua demanda, oferta ou disponibilidade reduzida para melhorar a alimentação e a saúde da população;

e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
  • Utilizar material educativo e/ou publicitário de empresas privadas ou fundações/organizações a elas relacionadas que atuam direta ou indiretamente com o setor alimentício, farmacêutico, tabaco, bebidas alcoólicas;