A experiência: Cuidado à Obesidade: Integrando corpo e mente para uma vida mais saudável surgiu após a identificação de uma demanda significativa de pacientes portadores de obesidade em sofrimento psíquico no território de cobertura das Unidades Básicas de Saúde (UBS) nº 1 e nº 2 de Águas Claras atendidos pelos profissionais da unidade Objetivo: Propiciar um espaço de acolhimento, reflexão e promoção de qualidade de vida para pessoas com obesidade. Metodologia: Para caracterizar a amostra foi utilizado o questionário de marcadores de consumo alimentar – SISVAN do Ministério da Saúde e o Inventário SF-36, que avalia a qualidade de vida e os aspectos relacionados à saúde física, mental e social. O protocolo de intervenção teve dez encontros semanais, conduzidos pelas residentes em nutrição e psicologia do Programa de Saúde Mental do Adulto da FEPECS-DF e supervisionado pelas preceptoras, nutricionista e psicóloga do NASF-AB da GSAP-01 de Águas Claras. Os temas trabalhados foram construídos de acordo com as demandas e necessidades identificadas pelos participantes: Autocuidado, Como são suas refeições? Imagem corporal; Emoções e comida; Importância da atividade física para o bem estar; Ciclo vicioso e virtuoso da alimentação; Compulsão alimentar e o processo de escolha; Atividade física e o encerramento teve lanche comunitário contendo refeições preparadas pelas participantes. A cada 15 dias o grupo teve prática integrativa de automassagem ou auriculoterapia. Resultados: O sexo feminino foi o que mais aderiu ao formato proposto. A faixa etária variou de 21 a 67 anos. Todos tinham obesidade, IMC maior que 30kg/m2 e apresentaram valores de circunferência da cintura compatíveis com o risco cardiovascular (maior de 88cm e de 102 cm para mulheres e homens, respectivamente). Com base no questionário SF-36, foi observado que, quanto aos aspectos físicos, a grande maioria considera não apresentar perdas de autonomia e funcionalidade. Já no tocante à saúde mental, nota-se que os problemas emocionais estão presentes na maior parte dos participantes. Conclusão: ficou evidenciado que fatores emocionais podem apresentar correlação com a obesidade e experiências semelhantes podem ser ferramentas de cuidado, acolhimento e reflexão e considerando que a experiência alcançou a ideia inicialmente proposta, possibilitou aos participantes um espaço de promoção da saúde e qualidade de vida. Portanto a equipe recomenda que mais atividades em grupo com intervenção interdisciplinar sejam implantadas no cuidado da pessoa com sobrepeso e obesidade em todos os níveis de atenção à saúde.