Comida de República e as Práticas Alimentares de Universitários(as)

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Gabriela Milhassi Vedovato Nutricionista Santos
Fabrício Gobetti Leonardi Assistente Social Santos
Isy Faria de Sousa Colussi Nutricionista São Paulo
Anderson da Silva Rosa Pró-Reitor de Assuntos Estudantis São Paulo

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
SP São Paulo

1.5 Região do país

Abrangência Nacional

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Gabriela Milhassi Vedovato Nutricionista Santos

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

EstudantesOutros
Estudantes universitários(as)

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Universidade
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
integralidade
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

Trata-se de uma ação no campo da promoção da saúde, cujo propósito é problematizar questões relativas à alimentação adequada e saudável, o que inclui a dimensão sistêmica, sócio-ambiental e centrada nos indivíduos participantes.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

Promover um espaço virtual participativo e dialógico para a construção de conhecimentos e práticas alimentares saudáveis em diferentes realidades e contextos da vida universitária. Trata-se de um curso de extensão, modalidade educação à distância (EaD), para estudantes universitários(as) de instituições de ensino superior públicas e privadas, que acontece desde 2015 (em 2022 será a décima edição). Pelo curso, até o momento, passaram mais de 200 estudantes. Atualmente, além de consistir em ação de EAN, também se estabelece como uma pesquisa-ação participativa, com métodos mistos (qualitativos e quantitativos), para investigar práticas alimentares de universitários(as). Ainda, a pesquisa tem como propósito avaliar estratégias, conteúdos e recursos educativos do curso, desenvolver e validar instrumentos avaliativos, e avaliar a viabilidade, o processo e o impacto do curso “Comida de República” como intervenção baseada na internet para promoção da alimentação adequada e saudável no contexto universitário.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

I - Sustentabilidade social, ambiental e econômica
II- Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
VII- A diversidade nos cenários de prática
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes – Classificação NOVA de alimentos; Alimentação adequada e saudável deriva de sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável; Diferentes saberes na geração de conhecimentos em alimentação e nutrição; Promoção da autonomia nas escolhas alimentares; Regra de ouro e recomendações do Guia; O ato de comer e a comensalidade (particularmente em contextos universitários e moradias estudantis); Problematização dos obstáculos a serem superados para uma alimentação adequada e saudável na vida universitária: informação, oferta, custo, habilidades culinárias, tempo, publicidade, rede de apoio, colaboração e comensalidade em moradias estudantis.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 2 - Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4- Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
A experiência surgiu a partir da observação da realidade de estudantes universitários diante das mudanças de contexto de vida e de alimentação ao ingressar na universidade. Nesta fase da vida, muitos estudantes passam a residir em moradias estudantis e alguns sozinhos, longe dos pais e familiares e, além disso, demonstram falta de habilidades culinárias e dificuldade para planejar suas refeições. Foi observado que, principalmente em momentos de rotina acadêmica intensa, estudantes apresentam alto consumo de produtos ultraprocessados para substituir refeições. No contexto do Plano Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), as universidades públicas investem em restaurantes universitários, os quais são subsidiados para ampliar o acesso a uma alimentação saudável aos estudantes. Mas, universidades privadas, por exemplo, não dispõem destes serviços. Desta forma, identificou-se a necessidade de promover uma alimentação adequada e saudável a partir de ações educativas para encorajar estudantes a desenvolver autonomia para selecionar, comprar e preparar alimentos e refeições, assim como o espírito colaborativo e a comensalidade nas moradias estudantis.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
Observação da realidade e conversas com estudantes acerca das questões que permeiam a alimentação no contexto universitário. Foram também realizadas conversas complementares com servidores técnicos-administrativos em educação e docentes sobre suas experiências com a alimentação na época da universidade. Além disso, a primeira edição do curso Comida de República (2015) constituiu um projeto piloto, que permitiu identificar por meio dos fóruns de discussão e outros dispositivos educativos, as principais questões, barreiras e facilitadores para uma alimentação adequada e saudável nas diversas realidades socioculturais e ambientais apresentadas. Todas as atividades educativas desenvolvidas nas edições subsequentes do curso foram analisadas e debatidas pela equipe proponente, sob a perspectiva das diretrizes alimentares brasileiras e de evidências científicas, para informar e aperfeiçoar seus conteúdos, estratégias, abordagens e materiais. Assim, há um processo formativo e avaliativo contínuo e concomitante ao processo educativo em questão.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
As prioridades e objetivos do curso foram definidos pela equipe proponente, em parceria com estudantes universitários(as), a partir da tutoria por pares. Desta forma, os(as) bolsistas e estudantes voluntários(as) tutores(as) do curso atuam como facilitadores do processo de ensino-aprendizagem e retroalimentam os objetivos e rumos da experiência a partir da identificação com os contextos de vida e com as vivências acadêmicas e alimentares.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Sim

sim, em quais etapas e como participaram ?
Os sujeitos da ação (estudantes universitários/as) participaram das etapas de planejamento da experiência, de forma indireta, como cursistas e suas contribuições em fóruns, chats e outros dispositivos educativos. Esses materiais foram sistematizados e analisados, a cada edição do curso, para informar o planejamento da edição seguinte. E, de forma direta, a partir da inserção de alguns ex-cursistas como tutores, nas reuniões de equipe para planejamento e avaliação das ações educativas.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
As seguintes metodologias ativas foram utilizadas: -participação em fóruns de discussão temáticos; -participação em oficina culinária proposta como atividade do curso; -produção de portfólios nas primeiras edições do curso; -participação ativa no “caldeirão de dicas”, componente transversal para compartilhamento de experiências na compra e preparo de alimentos e refeições em moradias estudantis; -produto final consistiu em “photovoice” para sistematização da experiência a partir de reflexões sobre alimentação adequada e saudável no contexto universitário; -rodas de conversa promovidas por videoconferência em encontros síncronos na oitava edição.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Foram adotados recursos digitais no contexto da EaD: plataforma Moodle (Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA); câmeras para registros de imagens e vídeos; plataforma Google Meet para encontros síncronos.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

sim

Descreva sobre o material/tecnologia social
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) do curso “Comida de República” constitui um produto central desta experiência, que é constantemente aprimorado a partir de metodologias ativas e participativas. Outro produto muito importante é o componente transversal do curso, intitulado “caldeirão de dicas”, que constitui um espaço de trocas de conhecimentos e experiências na compra, preparo e consumo de alimentos/refeições, no qual os(as) cursistas de todas as edições compartilharam receitas, dicas práticas/culinárias e estratégias para facilitar o preparo de alimentos e refeições nos diversos contextos e realidades de vida universitária. Este componente constitui um acervo de vídeos, imagens, relatos e outras linguagens em promoção da alimentação adequada e saudável no cotidiano dos universitários, especialmente em moradias estudantis. Ainda, o processo de ensino-aprendizagem estabelecido no AVA, que é pautado na dialogicidade e na troca horizontal de saberes e experiências mediado por tutoria de pares, constitui uma tecnologia social que pode ser replicada ou adaptada por outros profissionais em outros setores e realidades.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
Realizou-se avaliação de viabilidade, de processo e de impacto da experiência. A avaliação de viabilidade é estabelecida a partir do interesse em relação ao curso (em termos de recrutamento e retenção de participantes) e a interação virtual no AVA. Foram abertas de 70 a 120 vagas para cursistas a cada edição, de acordo com o tamanho da equipe e a disponibilidade de professores e tutores. No período de 2015 a 2019, houve um total de 201 participantes que iniciaram as atividades no AVA, com 82 concluintes do curso (taxa de adesão de 40,8%). A avaliação de processo adota os seguintes indicadores: “contexto”, como o AVA e a interação com a equipe de professores/tutores influenciam as dinâmicas do curso; “alcance”, número de pessoas expostas a cada um dos componentes da intervenção (universitários Unifesp e de outras instituições); “dose oferecida”, número de tutores e de estratégias/materiais educativos; “dose recebida”, usos dos materiais educativos, aproveitamento, interação e engajamento nas atividades propostas; “fidelidade” da edição do curso com o objetivo central da proposta, especialmente em termos de qualidade da implementação. O impacto do curso é avaliado a partir das mudanças alimentares dos universitários participantes, com métodos quantitativos e qualitativos. São adotados questionários iniciais e finais para preenchimento no AVA. Uma variável central indica a relação do estudante com sua alimentação antes e depois da intervenção (muito boa, boa, regular, ruim e muito ruim). Em relação à análise qualitativa (questões abertas dos questionários), são aprofundadas as mudanças alimentares percebidas, assim como as barreiras e facilitadores para uma alimentação adequada e saudável. Resultados da avaliação de impacto das edições de 2015 a 2019 foram reportados em publicação científica (Vedovato GM, Leonardi FG. The “Comida de República” web-based course to promote healthy eating among college students. Revista de Nutrição. 2021;34). Antes do curso, 89,6% dos cursistas indicaram a necessidade de melhorar a alimentação e 57,3% a indicaram como “regular”. Após o curso, houve uma significativa melhora na percepção sobre a alimentação, com 58,5% dos cursistas classificando sua alimentação como “boa”. Na análise temática de conteúdo das respostas sobre mudanças alimentares emergiram duas dimensões: visão sobre a produção e distribuição de alimentos e o consumo de alimentos e refeições. Identificou-se uma conscientização e visão crítico-reflexiva sobre os sistemas alimentares e um maior interesse em cozinhar, na comensalidade e no consumo de alimentos in natura e minimamente processados. A maior parte dos participantes (67,1%) identificou barreiras em nível ambiental, pessoal e interpessoal para as mudanças alimentares, sendo que o curso (ação de EAN) foi identificado como um importante facilitador deste processo.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Considera-se que a experiência tem papel central em ampliar a compreensão sobre “o comer” e a comida nos cenários contemporâneos, além de promover reflexões e pensamento crítico e sistêmico acerca dos desafios para uma alimentação adequada e saudável à toda a população. Como se trata também de uma pesquisa científica, foram identificadas mudanças alimentares dos participantes em relação à conscientização sobre a importância de cozinhar, de planejar as refeições e da comensalidade, assim como um interesse em aumentar o consumo de alimentos “in natura”/minimamente processados e a diminuição de ultrapassados, mesmo diante da intensificação da rotina acadêmica e de trabalho. Observou-se também, ao final do curso, uma percepção mais positiva dos participantes acerca da sua alimentação, apesar das barreiras reportadas (como falta de acesso físico e financeiro a alimentos mais saudáveis, falta de tempo e de apoio de amigos e familiares). O curso, suas estratégias e conteúdos foram identificados pelos participantes como sendo facilitadores do processo de mudança alimentar a partir das diferentes realidades apresentadas. Desta forma, considera-se que a experiência pode contribuir para práticas em outros cenários e realidades, pois é pautada no conceito freireano de “praxis”. O percurso formativo emerge das experiências dos participantes e das suas histórias de vida e segue como um processo horizontal e dialógico em prol de promover transformação individual, social e ambiental. Ainda, merece destaque a utilidade e importância do uso de tecnologias digitais em processos de educação e comunicação envolvendo grupos de jovens, adultos e universitários. O desafio central neste campo é a adoção de metodologias dialógicas e participativas, para a criação de ambientes virtuais inovadores em promoção da saúde.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
A experiência “Comida de República e as Práticas Alimentares de Universitários(as)” constitui uma ação de EAN, promovida como curso de extensão (curta duração/gratuito) pela Coordenação de Atenção à Saúde do Estudante da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da Universidade Federal de São Paulo (PRAE-Unifesp), modalidade Educação a Distância (EaD). O público-alvo é formado por estudantes universitários da Unifesp e de outras instituições brasileiras de ensino superior públicas e privadas. É desenvolvido no Moodle da PRAE-Unifesp (Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA) desde 2015 e, em 2022, terá sua décima edição. Também se estabelece como pesquisa-ação participativa, cujos objetivos são: investigar práticas alimentares de universitários no contexto do curso e avaliar sua viabilidade, processo e efetividade como intervenção baseada na internet. O Curso “Comida de República” promove um espaço educativo baseado no diálogo, no pensamento crítico e sistêmico e na problematização de questões que permeiam a alimentação no contexto da vida universitária. O curso promove reflexões e conhecimentos sobre a diversidade e a complexidade das dimensões que envolvem o ato de comer na contemporaneidade, com ênfase para o compartilhamento de vivências e práticas no cotidiano da vida universitária, especialmente em moradias estudantis (“repúblicas”). As últimas edições (2020 e 2021) também abordaram os impactos da pandemia de COVID-19 na alimentação universitária, assim como os contextos sociais e alimentares diante da retomada das aulas presenciais. As atividades propostas no AVA (Moodle) são essencialmente assíncronas (imagens, vídeos, apresentações, leitura de textos, participação em fóruns, produção de materiais), mas algumas edições contaram com atividades síncronas pelo Google Meet (rodas de conversa entre cursistas, professores e tutores). Os(as) professores(as) são nutricionistas e assistentes sociais da Universidade, responsáveis pelos conteúdos, estratégias pedagógicas e apoio técnico-científico aos tutores(as); estes últimos são estudantes universitários (bolsistas, voluntários, cursistas em edições anteriores) responsáveis pela interação direta com os(as) cursistas ao longo do percurso formativo. As práticas educativas são orientadas pelos princípios da Educação Popular Freireana e têm como referencial teórico-metodológico o Marco de Referência em Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas e o Guia Alimentar para a População Brasileira. As atividades estão organizadas em um módulo de apresentação e cinco módulos temáticos, desenvolvidos ao longo de oito semanas (total de 20 horas), e estão detalhadas em publicação científica (​​Vedovato GM, Leonardi FG. The “Comida de República” web-based course to promote healthy eating among college students. Revista de Nutrição. 2021;34). Resumidamente, o módulo 1 introduz a ideia de que a alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes e contextualiza as diversas dimensões do comer e da comida; ao final, o cursista é estimulado a relatar seu contexto de vida e rotina alimentar. O módulo 2 explora a oferta e a escolha de alimentos e refeições, bem como as relações do cursista com seu universo de vivência e moradia, assim como propõe conhecer e dialogar com outras realidades de colegas do curso. Nestes primeiros módulos a proposta é criar uma atmosfera de reflexão e análise sobre o ato de comer na vida universitária. O módulo 3 apresenta os dilemas estruturais e conjunturais dos sistemas alimentares atuais e como eles incidem sobre as nossas escolhas alimentares e a saúde; com destaque para a problemática dos ultraprocessados. O módulo 4 encoraja os cursistas a se aventurarem na cozinha e produzir uma preparação culinária sob os princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira. Neste módulo também são trabalhados os conceitos “gastro-anomia” e “comensalidade”. O módulo 5 é o momento de sistematização final da experiência, no qual os cursistas são estimulados a (re)conhecerem o ambiente alimentar da comunidade, dos comércios e da universidade e a identificarem as principais questões, barreiras e facilitadores para uma alimentação adequada e saudável. Sob essa perspectiva, os cursistas produzem portfólios criativos ou “photovoice”. Ainda, o Curso apresenta um componente transversal, o “Caldeirão de Dicas”, no qual os cursistas compartilham, de forma lúdica e interativa, suas experiências, receitas, ideias, inovações e estratégias (imagens, vídeos, textos) para facilitar a rotina alimentar e apoiar colegas em seus contextos de vida e moradia. O compilado das publicações no “Caldeirão de Dicas” das edições do curso constitui um acervo relevante para apoiar processos educativos em EAN. A partir das interações em fóruns e dos materiais produzidos pelos cursistas, os tutores problematizam questões acerca do acesso aos alimentos (físico, financeiro, geográfico), da disponibilidade de recursos (como meios de transporte para compra de alimentos, equipamentos e utensílios para cozinhar) e as dinâmicas relacionadas às práticas alimentares (cozinhar, comer junto, influências e determinantes) nos diversos contextos de vida e moradia. Estimula-se o pensamento crítico, complexo e sistêmico para “o comer” e a comida, assim como suas relações com o processo saúde-doença de indivíduos e coletividades. O curso busca também incentivar o desenvolvimento de habilidades culinárias, o espírito coletivo e colaborativo para comprar e preparar alimentos “in natura” e minimamente processados, o apoio a sistemas alimentares mais justos e sustentáveis e a comensalidade nas moradias estudantis.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência

APSREDES

Lote 19 – Avenida das Nações

SEN – Asa Norte, DF – 70312-970

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É considerado conflito de interesses:

Associação, afiliação ou link com atores do setor comercial, entidades de setores das indústrias de armas, tabaco, álcool, indústrias, empresas e organizações relacionadas a quaisquer outras organizações e/ou alianças e iniciativas concebidas, fundadas, financiadas, lideradas, controladas ou organizadas por essas indústrias e empresas, cujos:

  • Produtos incluam organismos geneticamente modificados, agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, bebidas e produtos comestíveis com altas concentrações de açúcar, gorduras, sal, energia, outros produtos ultraprocessados ou quaisquer outros produtos que necessitem ter sua demanda, oferta ou disponibilidade reduzida para melhorar a alimentação e a saúde da população;

e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
  • Utilizar material educativo e/ou publicitário de empresas privadas ou fundações/organizações a elas relacionadas que atuam direta ou indiretamente com o setor alimentício, farmacêutico, tabaco, bebidas alcoólicas;