A conquista da alimentação saudável pelas crianças na cozinha

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Raquel Braz Assunção Botelho coordenadora geral Brasília
Renata Puppin Zandonadi coordenadora adjunta Brasília
Ivana Aragão Lira Vasconcelos Almeida Membro da comissão organizadora e nutricionista Brasília
Priscila Claudino de Almeida Integrante do projeto - nutricionista Brasília

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
Departamento de Nutrição, Faculdade de Ciências da Saúde, Fundação Universidade de Brasília

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
Distrito Federal Brasília

1.5 Região do país

Centro-Oeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Ivana Aragão Lira Vasconcelos Almeida Membro da comissão organizadora e nutricionista Brasília

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

Crianças - 2 a 5 anosCrianças - 5 a 10 anosPessoas com necessidades alimentares especiaisPessoas com transtornos mentais
discentes de graduação em nutrição participam como extensionistas no planejamento, logística e execução das oficinas.

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Escola Pública
Universidade
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
intersetorialidade

Por favor justifique/comente sua resposta

O foco principal do projeto está pautado na promoção da alimentação saudável, utilizando as oficinas culinárias como instrumento, por isso o princípio do acesso à alimentação saudável é promovido pelo projeto. A intersetorialidade está presente como princípio porque há intercâmbio contínuo da área da saúde e da educação porque promove-se a alimentação saudável, o projeto contribui para a formação de alunos de graduação em nutrição da UnB, UniceuB e Unieuro (extensionistas), além de já ter sido aplicado, por 2 semestres, em algumas turmas de uma escola pública do DF.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

* Incentivar a promoção da alimentação saudável com o desenvolvimento e a execução de receitas isentas ou com redução de açúcar, gordura e sódio com crianças de 4 a 11 anos do projeto de extensão da Universidade de Brasília. * Desenvolver outras habilidades não menos importantes transversalmente em todas as oficinas executadas: – Trabalho em equipe, como aprender e respeitar regras de convívio; – Elevação da auto-estima das crianças como o sentir-se útil ao preparar uma receita; – Desenvolvimento sensorial (cheiro, cor, sabor, textura) para alimentos com ausência ou baixo teor de gordura, sódio e açúcar. – Conhecer e aprender a experimentar novos alimentos. Um ambiente descontraído e a presença dos colegas e amigos despertarão a curiosidade das crianças; – Ter noções de segurança na cozinha; – Aprender e seguir algumas normas de segurança e higiene na preparação dos alimentos e utensílios; – Desenvolvimento da criatividade e da coordenação motora: atividades como misturar, amassar, modelar, bater, picar, enrolar, abrir embalagens, desfiar etc. Observações: Nas turmas em que haja alunos com restrições alimentares, há esforço da equipe para executar receitas sem os ingredientes em questão para que possibilite à criança com restrição degustar todos os alimentos. Algumas crianças com necessidades especiais (transtorno do espectro autista) também já participaram de algumas oficinas da UnB e na escola pública do DF. Os objetivos e metas para esse público são diferenciados, já que os obstáculos e a neofobia alimentar que esse público apresenta também são diferenciados (exemplo: maior dificuldade com texturas, com a mistura de cores, com o tocar nos ingredientes para fazer as preparações etc). • Para os discentes de graduação e pós-graduação em nutrição: – Contribuir para formação acadêmica em nutrição, articulando ensino, pesquisa e extensão. Há procura espontânea dos estudantes da UnB, da Unieuro ou do UniceuB para a participação no projeto como extensionista, além como possibilidade de participação como aluno de trabalho de conclusão de curso, aluno de estágio complementar ou aluno de mestrado ou doutorado.

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
– Alimentação é mais do que a ingestão de nutrientes; – Recomendações sobre alimentação devem estar em sintonia com o seu tempo; – Ampliar autonomia nas escolhas alimentares; – Estimular consumo de alimentos in natura e redução do consumo de produtos ricos em gordura, açúcar e sódio; – Estimular o desenvolvimento de habilidades culinárias e fazer preparações com ingredientes saudáveis ou com menor quantidade de ingredientes ricos em gordura, açúcar e sódio; – O ato de comer e a comensalidade, comer em companhia, com os colegas de oficina e, em casa, com a família.
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
A profa. Raquel Botelho, coordenadora geral, idealizou a experiência como projeto de extensão a partir da participação de seus filhos em outro projeto de extensão da UnB: Musicalização para crianças (MPC). Ela começou a perceber a necessidade de um projeto similar relacionado à área de alimentação e nutrição para crianças. A partir do 2o semestre de 2016, após sondagem sobre o interesse, o projeto foi iniciado. Houve apenas uma paralisação por 2 anos durante a pandemia covid-19, mas em retomou as atividades em março de 2022.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
Uma aluna de graduação em nutrição fez o seu trabalho de conclusão de curso, no 1o semestre de 2016, sobre o levantamento de demandas dos pais ou responsáveis com filhos participantes no MPC (UnB) sobre o interesse em oficinas culinárias para as crianças. Resumidamente, a aluna aplicou um formulário on line, solicitou autorização para o coordenador do MPC para divulgar a pesquisa aos pais. Com o levantamento, constatou que havia a demanda dos pais (maioria) para ofertar oficinas de culinária para seus filhos. Nessa sondagem, também foram verificados vários aspectos, como o mapeamento de crianças com excesso e peso e baixo peso e que apresentavam dificuldades com alimentação em casa e na escola. Também foi verificado com eles os dias e horários mais adequados para realização das oficinas, conforme a disponibilidade. Ao longo do tempo, observou-se a realidade e a demanda das crianças e dos pais.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Inicialmente, a partir do levantamento das demandas realizado pela aluna de graduação, conforme mencionado, e das diretrizes e necessidades de um projeto de extensão da universidade se integrar com ensino e pesquisa. Os responsáveis pelas crianças procuraram o projeto a partir da divulgação pela Secretaria de Comunicação da UnB (SECOM). Nos semestres seguintes, a divulgação não foi realizada e a procura por vaga foi espontânea, pois a divulgação foi feita pelos pais para outros pais. Essa forma de divulgação ocorre até hoje, inclusive após a pandemia. Ao longo do tempo, a definição tem sido por meio da observação da realidade, levantamento de demandas junto à comunidade acadêmica e ao público-alvo, junto com seus pais e responsáveis. Por exemplo, o público-alvo inicial eram crianças de 4 a 9 anos. Algumas crianças ultrapassaram a idade limite e os pais queriam que elas permanecessem no projeto e a faixa etária foi ampliada para até 11 anos. E, para outros públicos diferenciados (crianças com necessidades especiais e crianças com transtorno do espectro autista) que procuraram o projeto e foram inclusos, as prioridades e objetivos foram adicionados à medida em que houve essa demanda.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Sim

sim, em quais etapas e como participaram ?
Os pais participam na etapa de apresentação e abertura do semestre em apresentações com a coordenadora do projeto, momento em que também dão sugestões de mudanças. Além disso, participam semestralmente da avaliação de satisfação dos responsáveis em relação às oficinas (receitas, ambiente, horários, equipe, apostilas etc) e percepção de alterações no comportamento alimentar dos seus filhos. Um resumo expandido sobre o assunto foi publicado e apresentado, no XI SEREX 2020, por aluna de graduação em nutrição e extensionista e, como resultado da avaliação de satisfação de 17 pais ou responsáveis (resposta a um questionário na plataforma google forms enviado por e-mail), constatou que, apesar da maior parte dos pais (n=14; 82,4%) relatarem que há o costume de cozinhar em casa com os filhos, apenas 10 (58,8%) reproduziram um número mínimo de receitas desenvolvidas pelo projeto em casa, com a justificativa de falta de tempo. A estratégia de fazer a degustação com pais das receitas nos dias de oficina se mostrou favorável a estimular a reprodução em casa (n=12; 70,9%). Os pais se mostraram satisfeitos em relação à estrutura, à equipe, ao uniforme, à taxa de matrícula e à segurança, mas sugeriram aumento da carga horária e a possibilidade de fornecer o material no formato digital. A mudança de comportamento alimentar das crianças foi percebida de maneira positiva (n=16; 94,1%). Em um dos semestres, os pais também puderam participar de uma palestra sobre micro-organismos probióticos na alimentação, com a presença de uma professora especialista sobre o assunto. Os discentes de graduação (TCC) puderam participar do mapeamento nutricional das crianças participantes, do desenvolvimento de instrumentos de aferição dos resultados, assim como tiveram possibilidade de despertar novas pesquisas (neofobia alimentar) que, posteriormente, foram aperfeiçoadas por alunos de pós-graduação. Além disso, os extensionistas participam da seleção, do desenvolvimento e da adequação de novas receitas e da etapa de pré-preparo das oficinas (separação, higienização, organização, pesagem etc.).
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
A oficina culinária em si é uma estratégia já utilizada em metodologias ativas, como a problematização, já que o educando (crianças) aprende fazendo e se envolvendo com toda uma situação e contexto real. Enfatiza-se que, ao selecionar e testar receitas, a equipe do projeto preocupa-se com receitas que permitam ter maior participação das crianças na execução, ou seja, são escolhidas receitas com maior quantidade de passos. Para algumas oficinas, a equipe também questiona as crianças e pais sobre o que gostaria de fazer ou aprender de receitas. Os alunos também são instigados por meio da problematização a indicar os melhores alimentos para desenvolver a preparação culinária, dizer quais os problemas ao optar por alimentos ricos em açúcar, gordura e sódio, e como usar alimentos in natura para desenvolver a receita de forma que fique saborosa. Além disso, há problematização na discussão sobre outros alimentos que poderiam vir a substituir os alimentos que devem ser evitados, segundo o guia alimentar. Os futuros profissionais nutricionistas (Extensionistas do projeto) também têm contribuição para sua formação neste sentido e de maneira ativa, pois participam de várias etapas de planejamento, logística e preparação para as oficinas. Por exemplo, há a participação na testagem e adequação das receitas; na elaboração de materiais educativos e apostilas de receitas; na separação, pesagem, etiquetagem e higienização dos ingredientes das receitas; na execução das oficinas, os extensionistas fazem rodízio entre atividades que requerem maior responsabilidade com o preparo da receita (tempo de cozimento, tempo de crescimento da massa, antever os próximos passos da receita para que o moderador nutricionista consiga gerenciar e organizar o tempo para cada receita da oficina) e outras atividades de maior responsabilidade junto com as crianças, como: ter atenção sobre como as crianças estão pegando nos utensílios, garantir a segurança, ajudar no desenvolvimento motor (a partir de habilidades que podem adquirir nas oficinas, como: picar, amassar, cortar, triturar, desfiar etc) e aplicar o teste de aceitabilidade para cada receita, além de contribuir para incentivar a degustação dos menos encorajados etc.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Antes do início de cada aula é entregue uma apostila relacionada ao tema aos pais, em que há algumas orientações sobre o tema em questão e as receitas bem descritas (com medidas caseiras, gramas ou mililitros, rendimento e modo de preparo, além de possibilidades de substituição de ingredientes). Em algumas atividades educativas adicionais, já foram utilizadas vendas para olhos para fazer uma degustação às cegas, cheirar temperos e fazer jogos de adivinhação dos ingredientes que provavam. Além disso, em um dos semestres, tivemos a possibilidade, em parceira com o laboratório de higiene dos alimentos da UnB, utilizar placas de petri para fazer esfregaço das mãos das crianças antes de lavar e, na oficina seguinte, poder mostrar as bactérias que se desenvolveram na cultura e discutir noções de higiene com as crianças. Para apresentação do início do semestre, feita pela coordenadora e, para eventuais palestras para os pais foram utilizados slides e data show.
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

não se aplica

Descreva sobre o material/tecnologia social
Os materiais utilizados não são direcionadas para uso de outros profissionais e sim das famílias, porém as receitas das apostilas podem ser reproduzidas por outras iniciativas desenvolvidas por profissionais e, como há alunos de graduação e pós-graduação em processo de aprendizagem, pode ser possível o uso futuro do material ou estimular a ideia de produção do próprio material, orientações e receitas de acordo com sua realidade e localidade.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
As crianças fazem o teste de aceitabilidade segundo o manual do FNDE degustando cada receita desenvolvida, por meio da escala hedônica mista. Além de perguntamos às crianças o que elas acharam, e receber feedbacks de satisfação dos pais e a observação deles em relação às mudanças de comportamento alimentar dos filhos (conforme já mencionado). Em relação à aceitabilidade das crianças pelas preparações desenvolvidas, um dos resumos publicados mostra os seguintes resultados: Avaliadas 166 crianças de turmas (de um corte de 2 anos de oficinas culinárias, ou quatro semestres) e com diferentes faixas etárias (4-5, 6-7 e 8-11 anos) e 52 preparações executadas avaliadas. A distribuição das crianças segundo o número de semestres de participação nas oficinas foi: 49% (um); 28% (dois); 7% (três) e 16% (quatro). O teste de aceitabilidade das preparações mostrou que: nas turmas 4-5 anos, tiveram apenas seis receitas (batata chips, biscoito natalino, naked cake, pão de açaí, pretzel e trufa de inhame) com adesão >85%, 13 receitas com aceitação 70-84,9% (considerando≥70% ainda um bom índice) e 33 receitas com aceitação 85%, 18 receitas entre 70-84,9% e 11 receitas <70%; e, na turma de 8-9 anos, 30 receitas ≥85%, 17 receitas entre 70-84,9% e sete receitas <70%. A batata chips, o pretzel e a trufa de inhame (os últimos reduzidos em açúcar) foram as receitas mais bem aceitas por todas as turmas, já o macarrão de cenoura e abobrinha, o salpicão, o crumble de frutas e o bolinho de coco (os últimos isentos em açúcar) tiveram altos índices de rejeição (de 30-65%) em, pelo menos, duas faixas etárias. Cabe ressaltar, porém, que outras preparações modificadas (bolo brasileirinho, cestinha com inhame e abóbora, pizza de couve-flor, picolé de abacaxi com coco, bolo de maçã, tortilha com guacamole e yakissoba de hortaliça e carne) tinham como ingrediente principal uma fruta ou hortaliça e tiveram adesões acima de 70% em pelo menos duas faixas etárias, demonstrando que a rejeição não estava relacionada a presença desses ingredientes. Os resultados mostraram que quanto maior a idade, maior é a quantidade de preparações com aceitação. As receitas com maiores adesões tinham maior proporção de cereal ou tubérculo. Nota-se que preparações com os mesmos ingredientes de origem vegetal por vezes rejeitadas, outras vezes eram bem aceitas, demonstrando que a forma de apresentar pode influenciar na adesão. Conclui-se, portanto, que a experimentação é um ponto positivo na atividade educativa e que diferentes receitas com os mesmos vegetais podem ser oferecidas para ampliar a oferta e melhorar a adesão. Alguns resultados do projeto já foram apresentados em seminários ou congressos regional (XI SEREX 2020), nacional (CONBRAN 2018 e 2020) e internacional (XVIII Congresso Confelanyd 2021), apresentações de Trabalhos de Conclusão de Curso de alunas de graduação em nutrição, além de dissertação de mestrado e artigo científico (construção de um instrumento de identificação de neofobia alimentar em crianças a partir da experiência das oficinas). Referências das divulgações de alguns resultados: Nedel, C.M.; Botelho, R. B. A.; Vasconcelos, I.A.L.; Zandonadi, R. P.; Araújo, A.N; Tavares, N.D. Práticas alimentares de crianças de 4 a 9 anos participantes de oficinas de culinária saudável. In: XXV Congresso Brasileiro de Nutrição, 2018, Brasília. Comida: relações de afeto, tradições e direitos, 2018. VASCONCELOS, I. A. L.; BOTELHO, R. B. A. ; ZANDONADI, R. P. ; AMARAL, T. ; ARAUJO, L. S. ; ARAUJO, S. C. C. . PERCEPÇÃO DAS OFICINAS CULINÁRIAS PELOS PAIS DE CRIANÇAS DE 4 A 9 ANOS PARTICIPANTES DO PROJETO !A CONQUISTA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PELAS CRIANÇAS NA COZINHA”. In: XXV Congresso Brasileiro de Nutrição, 2018, Brasília. Comida: relações de afeto, tradições e direitos, 2018. De ALMEIDA, P. C.; ROSANE, B. P.; NAKANO, E. Y.; VASCONCELOS, I. A. L.; ZANDONADI, R. P.; BOTELHO, R. B. A. Instrument to Identify Food Neophobia in Brazilian Children by Their Caregivers. Nutrients, v.12 n.7, 1943, jun 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/nu12071943. Disponível em: https://www.mdpi.com/2072- 6643/12/7/1943. Acesso em: mar de 2022. De ALMEIDA, P. C.; ROSANE, ALMEIDA, I. A. L. V.; B. P.; ZANDONADI, R. P.; BOTELHO, R. B. A. Neofobia alimentar em crianças de uma escola pública do Distrito Federal. In: Congresso Confelanyd, 18., 2021. Silva, A. P. F. da. Anais do XVIII Congresso Confelanyd – 2021 – Nutrição em Saúde Coletiva. Revista Da Associação Brasileira De Nutrição – RASBRAN, v.12, n.3. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2587. Acesso em: mar 2022. De ALMEIDA, P. C.; ROSANE, B. P.; BOTELHO, R. B. A.; ALMEIDA, I. A. L. V.; ZANDONADI, R. P. Construção e validação semântica de um questionário de neofobia alimentar para crianças brasileiras. In: Congresso Brasileiro de Nutrição – CONBRAN Online / Edição 2020, 26.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Esportiva, 5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição em Produção de Refeições,5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Clínica, 5. SILVA, A. P. F. Anais 2020 – Nutrição em saúde coletiva. Revista da Associação Brasileira de Nutrição – RASBRAN, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 1348, 2021. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2205. Acesso em: 8 abr. 2022. De OLIVEIRA, L. L.; ALMEIDA, I. A. L. V.; MAGALHÃES, R. P. Z.; BOTELHO, R. B. A. Avaliação de satisfação de pais e/ou responsáveis de crianças participantes do projeto de oficinas culinárias. In: SEREX – Seminário Regional de Extensão Universitária da Região Centro-Oeste, 11.; Mostra de Extensão da UFMT, 11, 2020, Cuiabá. Anais SEREX [..], v.1, n.4. Cuiabá: Universidade Federal do Mato Grosso, 2020, p.51, Disponível em: https://www.anais.ueg.br/index.php. Acesso em: mar de 2022. ROSANE, B. P.; De ALMEIDA, P. C; ALMEIDA, I. A. L. V.; ZANDONADI, R. P.; BOTELHO, R. B. A. Hábitos e comportamentos alimentares de crianças de 4 a 11 anos participantes de oficinas culinárias. In: Congresso Brasileiro de Nutrição – CONBRAN Online / Edição 2020, 26.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Esportiva, 5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição em Produção de Refeições,5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Clínica, 5. SILVA, A. P. F. Anais 2020 – Nutrição em saúde coletiva. Revista da Associação Brasileira de Nutrição – RASBRAN, [S. l.], v. 11, n. 2, p. 1101, 2021. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2205. Acesso em: 8 abr. 2022. BOTELHO, R.B.A..; TEIXEIRA, R.S.; ALMEIDA, I. A. L. V.; LUCHINE, B.A.; CORTE, R.G.S.; ZANDONADI, R. P. ANÁLISE SENSORIAL DAS PREPARAÇÕES EXECUTADAS EM OFICINAS CULINÁRIAS COM CRIANÇAS DE 4 A 11 ANOS. In: Congresso Brasileiro de Nutrição – CONBRAN Online / Edição 2020, 26.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Esportiva, 5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição em Produção de Refeições,5.; Simpósio Ibero-americano de Nutrição Clínica, 5. SILVA, A. P. F. Anais 2020 – Nutrição em saúde coletiva. Revista da Associação Brasileira de Nutrição – RASBRAN, [S. l.], v. 11, n. 2, 2021. Disponível em: https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/2205. Acesso em: 8 abr. 2022.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Observamos mudança no quesito experimentar novos alimentos, visto que, na própria oficina, as crianças degustam uma preparação nova, que é modificada para ser reduzida em açúcar, sódio, e/ou gordura, além de sempre que possível ser acrescida frutas e hortaliças na preparação, por exemplo uma massa de cenoura e espinafre com molho de tomate caseiro. Além disso, na oficina promovemos o conhecimento para que as crianças tenham autonomia para melhores escolhas alimentares, e com a apostila de receitas, conscientização dos pais para reproduzir as receitas em casa, optando por preparações culinárias e alimentos in natura ao invés de alimentos processados. Então nossas oficinas promovem mudanças e melhorias na realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas e gerou experiências e conhecimentos que podem contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades. A experiência do projeto em questão é viável para locais que, de preferência, contem com cozinha ou copa e mesas de apoio para viabilizar a participação das crianças. Se não houver cozinha, um local que tenha pias para lavagem de mãos, utensílios de cozinha e poucos equipamentos (fogão, liquidificador ou mixer), mesas e cadeiras podem ser suficientes, conforme o grau de complexidade das receitas. Algumas oficinas da nossa experiência também já passaram por imprevistos, como executar as receitas sem energia elétrica e, apesar de requerer maior tempo e ter que adaptar as receitas, foi possível concluir com sucesso.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
Trata-se de uma projeto de extensão universitária que acontece a cada semestre letivo da Universidade de Brasília, para acompanhar as aulas dos alunos de graduação, extensionistas do projeto. Cada semestre é composto por quatro oficinas com duração de 1 hora e 40 minutos cada. As crianças são divididas em três tipos de turma, conforme a faixa etária: turma A – 4 a 5 anos de idade; turma B – 6 a 7 anos de idade; turma C – a partir de 8 anos de idade. Cada oficina tem de 8 a 12 crianças para garantir que todas possam participar o mais ativamente possível das atividades e pela questão de segurança. Cada aula conta com um nutricionista responsável, que conduz a preparação das receitas e, em média, 10 alunos de graduação em nutrição como apoio para ajudar na logística da preparação e com as crianças, diretamente no preparo e na manipulação dos utensílios. Em cada semestre anterior às oficinas, uma nutricionista junto com alguns alunos de graduação em nutrição fazem pesquisas na internet, programas de televisão e livros de receitas sobre possíveis receitas dentro de temáticas como lanches saudáveis, cozinha brasileira, cozinha internacional e datas comemorativas. As receitas pré-selecionadas são potenciais quando: são inéditas no projeto; com etapas que permitissem participação das crianças, inclusive as menores; a modificação para torná-la mais saudável é viável; e é relativamente prática ao ponto de permitir a reprodução em casa junto com a família. Após seleção prévia de receitas potenciais cada uma é testada no Laboratório de Técnica Dietética da Universidade e dados como medidas caseiras, peso, rendimento e tamanho de porção eram mensurados. Posteriormente, a receita sofre modificações e adaptações como a retirada total ou a redução de açúcar, gordura e sódio; a inserção de fibras; a inserção de frutas, hortaliças ou tubérculos, a troca ou exclusão de um ingrediente alergênico. A proposta de modificação é testada e, posteriormente, cada receita era avaliada quanto à aceitabilidade (incluindo sabor, textura, odor, cor e aparência) pela equipe do projeto. As receitas podem ser elegíveis na primeira alteração, sofrer sucessivas modificações para melhorar a aceitabilidade ou ser definitivamente excluídas. As crianças executam, em média, três receitas por aula com diferentes níveis de participação. Os níveis de participação nas receitas é variável para cada receita e conforme a faixa etária da turma da criança. Em geral, as oficinas das turmas de 4-5 anos e 6-7 anos costumam utilizar facas sem ponta para cortar hortaliças, frutas e carnes, por exemplo, para estimular o desenvolvimento da coordenação motora. Porém, por questões de segurança, o acesso das crianças dessa faixa etária ao fogão é bastante restrito, pois iam uma a uma, com a presença de um monitor, somente para olhar como estavam sendo feitas ou sentir o aroma das preparações. Já as crianças da turma de 8-11 anos têm acesso geral a todos os equipamentos e participavam mais das etapas de cada receita, sempre com supervisão. Durante as oficinas e na condução de cada receita, a nutricionista responsável apresenta cada ingrediente para as crianças. Para isso, pode adotar a brincadeira de adivinhação e as crianças eram convidadas a cheirarem, pegarem e verem ingredientes como temperos (páprica, tomilho, salsa, canela, açafrão etc.) e diferentes tipos de frutas, folhagens e tubérculos. Algumas vezes, quando os ingredientes passavam por algum pré-preparo prévio, como um cozimento de leguminosas (grão de bico, lentilha) ou cárneos, as crianças também eram convidadas a provarem antes de iniciarem a preparação das receitas. Dessa forma, durante a execução das receitas, as crianças tinham um contato mais íntimo com os alimentos. Além disso, outras informações nutricionais sobre as receitas e os ingredientes eram exploradas, como a diferença geral do teor de açúcar entre o cacau em pó (0%), o chocolate em pó (50%) e o achocolatado (80%) ou a preferência de uso de um tempero natural ou tempero pronto para reduzir o teor de sódio das preparações. Por fim, informações culturais, diversidade de ingredientes, métodos de preparo e origem das preparações poderiam ser abordadas conforme o tema da oficina, como nas aulas em que o foco era a cozinha internacional ou a cozinha brasileira. Nos 10 a 15 minutos finais das oficinas, as crianças são convidadas a provarem as preparações que executam na aula. Para isso, as preparações são oferecidas uma de cada vez. As crianças são estimuladas pelos monitores e nutricionista a provarem, mesmo que a preparação contenha algum ingrediente que ela não gosta. Além disso, ao início da oficina seguinte, o nutricionista pergunta às crianças se conseguiram fazer alguma receita em casa, mesmo que não seja a reprodução das receitas ensinadas no projeto. Ao final de cada semestre, as crianças atualmente participantes são convidadas para renovar a matrícula para o próximo semestre. As desistências geram novas vagas e as novas crianças da lista de espera são convidadas para participar. O projeto, atualmente, tem um compilado com cerca de 100 receitas testadas e adaptadas desde 2016.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
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APSREDES

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e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
  • Utilizar material educativo e/ou publicitário de empresas privadas ou fundações/organizações a elas relacionadas que atuam direta ou indiretamente com o setor alimentício, farmacêutico, tabaco, bebidas alcoólicas;