Guia Prático para Problemas intersetoriais e sociais

Rio de Janeiro/RJ

INTRODUÇÃO: A evolução da Medicina de Família e Comunidade (MFC) no Brasil, influenciada por marcos como a Declaração de Alma-Ata e a Carta de Ottawa, reflete uma abordagem centrada no paciente, destacando a atenção integral na Atenção Primária à Saúde (APS) e promoção da saúde intersetorial. Este trabalho propõe um Guia Prático de equipamentos sociais para otimizar a coordenação do cuidado na APS, reconhecendo a importância de intervenções oportunas em contextos complexos. MÉTODO: O Guia é fruto da abordagem comunitária na Residência Médica de MFC, realizando pesquisa qualitativa no território da Equipe Petrocochino, no Rio de Janeiro, e suas proximidades. A revisão bibliográfica foca na colaboração intersetorial. RESULTADOS: Organizado considerando a relação entre equipamentos sociais e problemas sociais, o Guia aborda 14 problemas sociais, cada um com um capítulo próprio, além de explorar as relações intersetoriais da equipe. Não foram encontrados trabalhos similares na revisão bibliográfica. Apesar da necessidade de atualização constante e dependência de informantes-chave, destaca-se sua praticidade, facilitando a identificação e encaminhamento eficiente dos pacientes para recursos sociais específicos. CONCLUSÃO: O Guia representa uma abordagem original na integração de ferramentas à abordagem comunitária, primando pela integralidade e intersetorialidade, contribuindo para uma APS mais eficaz e abrangente.

Características da População:
População de grande vulnerabilidade em comunidade do município do Rio de Janeiro, correspondente a parte do Morro dos Macacos.
Estimativa Nº Pessoas Atendidas:
4500
Principais Desafios de Saúde:
Violência de diversas formas com constantes conflitos armados, insuficiência financeira, abandono escolar.
Objetivos Principais:
Proposição de Guia prático de de equipamentos sociais do território para abordagem intersetorial de vulnerabilidades e de outras situações críticas, determinantes para o contexto de saúde integral da população atendida. Fornecer instrumento que permita segurança e celeridade na condução de tais casos, tornando acessível a toda equipe um conhecimento de abordagem social sistematizado.
Resumo da Experiência:
INTRODUÇÃO: A evolução da Medicina de Família e Comunidade (MFC) no Brasil, influenciada por marcos como a Declaração de Alma-Ata e a Carta de Ottawa, reflete uma abordagem centrada no paciente, destacando a atenção integral na Atenção Primária à Saúde (APS) e promoção da saúde intersetorial. Este trabalho propõe um Guia Prático de equipamentos sociais para otimizar a coordenação do cuidado na APS, reconhecendo a importância de intervenções oportunas em contextos complexos. MÉTODO: O Guia é fruto da abordagem comunitária na Residência Médica de MFC, realizando pesquisa qualitativa no território da Equipe Petrocochino, no Rio de Janeiro, e suas proximidades. A revisão bibliográfica foca na colaboração intersetorial. RESULTADOS: Organizado considerando a relação entre equipamentos sociais e problemas sociais, o Guia aborda 14 problemas sociais, cada um com um capítulo próprio, além de explorar as relações intersetoriais da equipe. Não foram encontrados trabalhos similares na revisão bibliográfica. Apesar da necessidade de atualização constante e dependência de informantes-chave, destaca-se sua praticidade, facilitando a identificação e encaminhamento eficiente dos pacientes para recursos sociais específicos. CONCLUSÃO: O Guia representa uma abordagem original na integração de ferramentas à abordagem comunitária, primando pela integralidade e intersetorialidade, contribuindo para uma APS mais eficaz e abrangente.
Resultados:
O Guia foi concluído com uma distribuição em 40 páginas organizado e sumarizado principalmente por problemas sociais. Os problemas sociais nele encontrados, como anteriormente dito, são frutos de situações e demandas discutidas diretamente com pacientes da população adscrita e com a equipe de saúde correspondente. Foram elencados 14 problemas sociais, separados em capítulos próprios para cada, onde se inserem os equipamentos sociais levantados, apresentando serviços de apoio ou para encaminhamento em caso do respectivo problema, sem desconsiderar no entanto que antes de tal uso é importante o acolhimento qualificado da pessoa atendida e o olhar integral. Quando necessário, o capítulo traz um embasamento maior acerca do problema em si, contendo normas ou legislações que constantemente se relacionam ao respectivo problema. Os problemas elencados foram: “Violência contra a Mulher”, “Violência Doméstica”, “Violência Obstétrica”, “Direitos Laborativos da Gestante não acatados”, “Sedentarismo”, “Isolamento de Idoso” (correspondendo à necessidade de rede de apoio), “Negligência e Violência à Criança”, “Negligência e Violência ao Idoso”, “Deficiências Físicas e Intelectuais”, “Analfabetismo ou Abandono Escolar” (visando inclusive abordagem voltada para adultos e idosos), “Desemprego ou Insuficiência Financeira”, “Racismo”, “Fobia a grupos de gêneros”, “Família Numerosa ou Desestruturação Familiar” Além de sumarizar os problemas como capítulos de abordagem, com a respectiva página em que o tema é abordado, foi incluído um ecomapa comunitário da equipe, conforme modelo proposto por Kaippert (2017), demonstrando o fluxo de energia e ilustração do vínculo entre a mesma e as principais instituições com as quais se relaciona ou precisaria se relacionar. Foi acrescido ainda um capítulo para “Ouvidoria da População” onde se descreve a ocorrência do Colegiado Gestor que a população possui como ferramenta social para aprimorar o serviço de saúde; um capítulo de “Outros Fatos” elencando algumas instituições úteis a outras demandas sócio-geográficas e que não correspondiam às necessidades dos problemas tratados anteriormente, para que a equipe as conheça e saiba indicá-las; um capítulo com instituições que oferecem atendimento profissional em saúde mental de forma acessível, muitas vezes gratuita, como opção à sobrecarga do sistema de saúde para demandas desta área; e ainda um capítulo com as principais creches e escolas de matrícula da população adscrita, visando direcionar a melhora do vínculo com as instituições convenientes ao trabalho de educação em saúde para a população acompanhada pela equipe de saúde e permitindo melhor abordagem de casos específicos por meio do relato de observação de determinados pacientes em campos de outros setores, ampliando a abordagem intersetorial. Quanto às buscas na revisão bibliográfica, não foi encontrado estudo com proposta similar de ferramenta, mas sim outras abordagens que abrangem a intersetorialidade na APS e contribuem com situações específicas, assim como alguns capítulos do Guia produzido. Os estudos em sua maioria abordaram o tema com ferramentas tradicionais como a atuação no Programa Saúde na Escola (PSE).
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