O IFome é um projeto que visa a construção de um observatório de estudos sobre a alimentação e a fome no ambiente de um instituto federal no interior da Bahia. O produto tem como finalidade abrir um espaço de ensino e aprendizado com alunos de diferentes faixas etárias que estudam no campus, em sua maioria adolescentes e jovens, no entanto existem adultos em menor quantitativo. Com esse grupo o intuito é desenvolver atividades que estão diretamente associadas com a exposição de materiais gráficos e momentos de diálogo. Um dos resultados esperados por esse trabalho é a construção é a modificação do olhar crítico dos discentes, além da construção de um hábito saudável pelos mesmos.
Trazendo essa forma de material para dentro de um refeitório quebra os paradigmas de educação apenas dentro de sala, além de configurar esse espaço de construção de conhecimento, e também um local político, por ter sua operação voltada a políticas públicas de alimentação. O uso da frase “o ato político de se alimentar” está diretamente vinculado com esse ambiente, como comer nesse espaço está ligado não só em nutrir, com macros e micronutrientes, mas enriquecer e fortalecer a relação dos comensais com as políticas públicas de alimentação.
A produção dos materiais está diretamente associada com os hábitos alimentares da comunidade, buscando inicialmente desmistificar mitos propagados sobre alimentação, que fazem parte da fase dos adolescentes, fase na qual tudo tem um potencial de influenciar nos hábitos nutricionais. Sabe-se que muitos dos estudantes que estão na instituição vem de outras cidades, então o consumo de comidas rápidas como miojo, bebidas prontas, bolachas doce, é bem recorrente, então inicialmente foi visto esse ponto como fundamental para ser focado, buscando alternativas para esse problema.
Na criação dos materiais focou-se também na produção de conteúdo que está ligado com a cultura baiana e sua ancestralidade, para que isso não seja perdido dentro da comunidade. Outro fator que foi importante para a produção dos dispositivos gráficos está relacionado com questões associadas a dúvidas antigas dos alunos, principalmente dúvida de cardápio dos lanches “por que fruta?” “por que tal fruta?”, e com isso produzimos materiais sobre as safras alimentares mensais, os benefícios de alimentos ali citados e após isso na semana encontra-se refeições com esse alimento no cardápio.
Na constituição desse espaço utilizamos um grupo focal onde testamos os materiais além de avaliar se esse produto está diretamente ligado com a realidade e a linguagem dos estudantes. Esse grupo é formado de representações dos alunos na instituição, formando uma amostra de teste, além de ser uma porta de entrada entre os idealizadores e a comunidade acadêmica. Os materiais são postados em rede social (Instagram) e em televisores que estão disponíveis no refeitório da instituição.
A cada dia buscamos transmitir conhecimentos que auxiliam na produção de conhecimento dos estudantes, sabemos que o cardápio de refeições já é um início para a educação alimentar e nutricional nesse espaço, mas usamos de ferramentas virtuais para potencializar esse aspecto, assim construindo uma comunidade politizada e crítica, além da estruturação de hábito alimentar saudável. Por meio desse projeto estamos quebrando a parede do local onde pode-se fazer educação e levando a ambientes diferentes e atrativo a determinados públicos.