Experiências que Alimentam II

1.2 Autores(as) da experiência

Nome Cargo/Função Município
Elizabeth Feffermann Coordenadora de projetos São Paulo
Amanda Severo Nutricionista São Paulo
Bianca Guedes Nutricionista São Paulo
Cinita Andrade Educador Social São Paulo
Evelyn Fracaro Educador Social São Paulo
Livia Martins Nutricionista São Paulo
Sarah Crispim Auxiliar Administrativo São Paulo
Thomas Ohara Educador Social Guarulhos
Vanessa Acras Nutricionista São Paulo

1.3 Organização(ções)/Instituição(ções) promotora(s) da experiência

Organização/Instituição
CREN- Centro de Recuperação e Educação Nutricional

1.4 Cidade(s) e Estado (s)

Estado Cidade
SP São Paulo

1.5 Região do país

Sudeste

1.6 Identificação do(a) autor(a) responsável

Nome Cargo/Função Município
Elizabeth Feffermann Coordenadora de Projetos São Paulo

1.7 Eixo temático da experiência

Eixo 2 - EAN no campo da Educação

1.8 Público participante da experiência

Crianças - 0 a 2 anosCrianças - 2 a 5 anosFamíliasComunidades/famílias em vulnerabilidade socialOutros
Educadores de unidades escolares de educação infantil
Equipe de apoio - cozinha e auxiliar de sala

1.9 Onde esta experiência foi desenvolvida

EDUCAÇÃO
Escola Pública
Educação infantil
1.10 Na avaliação do grupo responsável esta experiência atendeu e/ou promoveu os seguintes princípios
todas as pessoas têm o direito de ter acesso à alimentação adequada saudável
universalidade
integralidade
equidade
intersetorialidade
participação social
apoio ao desenvolvimento sustentável

Por favor justifique/comente sua resposta

Por meio de todas as suas linhas de ação, o projeto Experiências que Alimentam II promove e defende o direito à uma alimentação adequada e saudável, valorizando os espaços de educação infantil como atores centrais das políticas públicas para garantia do acesso à alimentação e compreendendo a alimentação como um direito dos bebês e crianças atendidos nestes espaços. As formações realizadas e materiais desenvolvidos no Experiências que Alimentam II buscam proporcionar reflexões acerca do que configura uma alimentação “adequada” e “saudável” e sua interface com o desenvolvimento infantil e como o entendimento destes conceitos influencia a realização da Educação Alimentar e Nutricional – EAN. Todas as ações do projeto buscam promover uma EAN pautada na universalidade, integralidade e equidade, reconhecendo a diversidade de pontos de vista. A importância do trabalho intersetorial, articulado com a rede de serviços do território, permeia todas as discussões e é presente nos diversos materiais elaborados, bem como a importância da participação social. O apoio ao desenvolvimento sustentável, com proposições de reflexões sobre os sistemas e cadeias de produção aparece como um dos temas centrais para realização de EAN e se reflete nos diferentes materiais produzidos pelo projeto.

2. OBJETIVOS E PRINCÍPIOS RELACIONADOS À EXPERIÊNCIA

2.1 Objetivo(s): Qual é/foi a finalidade das atividades desenvolvidas

O projeto Experiências que Alimentam II tem como finalidade ampliar e difundir as ações de Educação Alimentar e Nutricional em ambiente escolar de primeiríssima infância para favorecer o desenvolvimento integral das crianças e suas famílias, a promoção de saúde e a prevenção de desvios nutricionais. Visando alcançar esta finalidade, as atividades desenvolvidas têm como objetivos específicos: capacitar os profissionais dos equipamentos de educação sobre as temáticas da alimentação e nutrição no contexto da educação infantil; desenvolver de forma colaborativa um recurso pedagógico criativo e inovador a ser utilizado pelos profissionais de educação junto às crianças e caderno de experiências – lúdicos e educativos para as famílias de crianças matriculadas nos CEIs; criar um material orientador com conteúdos e reflexões sobre a prática da EAN para educadores dos CEIs; criar um ambiente virtual de disseminação de conhecimentos na temática de EAN e de troca de experiências para educadores, e para sensibilização das famílias sobre este tema; disponibilizar o acesso ao ambiente virtual para todas as unidades de educação infantil da Diretoria Regional de Educação – São Miguel Paulista (DRE -MP)

2.2 Os objetivos e as atividades desenvolvidas adotaram de maneira explícita algum ou alguns dos princípios do Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas

I - Sustentabilidade social, ambiental e econômica
II- Abordagem do sistema alimentar, na sua integralidade
III- Valorização da cultura alimentar local e respeito à diversidade de opiniões e perspectivas, considerando a legitimidade dos saberes de diferentes naturezas
IV- A comida e o alimento como referências; Valorização da culinária enquanto prática emancipatória
V- A Promoção do autocuidado e da autonomia
VI- A Educação enquanto processo permanente e gerador de autonomia e participação ativa e informada dos sujeitos
VII- A diversidade nos cenários de prática
VIII- Intersetorialidade
IX- Planejamento, avaliação e monitoramento das ações
2.3 Quais temas/diretrizes dos Guias Alimentares para População Brasileira e/ou para Crianças brasileiras menores de 2 anos são/foram abordados na experiência?
Na experiência do projeto Experiências que Alimentam II estão presentes os seguintes temas abordados nos Guias Alimentares: Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade Introdução da alimentação complementar Cultura alimentar Qualidade e processamento dos alimentos Escolhas alimentares Comensalidade Valorização das práticas culinárias Práticas de sustentabilidade e valorização de território
2.4 Vocês consideram que esta experiência pode contribuir de maneira direta ou indireta a um ou mais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável ?
ODS 3 - Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades
ODS 4- Assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos

3. ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA EXPERIÊNCIA

3.1 Como foi identificada a necessidade de realização desta experiência
A atuação e metodologia do CREN ao longo de quase 30 anos, em diferentes equipamentos da área da saúde, educação e assistência social, evidenciaram a necessidade de qualificar e potencializar as ações em Educação Alimentar e Nutricional – EAN junto a equipamentos de educação da primeira infância, diante da importância de trabalhar essa temática desde os primeiros anos de vida. Nesta perspectiva entende-se que o ambiente escolar representa um lugar estratégico de aprofundamento de concepções sobre EAN, uma vez que a alimentação ocupa um lugar indissociável da rotina e das atividades na escola, e sua potência é amplamente reconhecida em documentos oficiais e legislações; no entanto, nota-se uma dificuldade no que tange a abordagem dessa temática por meio de práticas pedagógicas de forma estruturada, enquanto campo de conhecimento, com ações planejadas e de intencionalidade clara e, que abordem o universo da alimentação em toda sua multidimensionalidade.
3.2 Foi realizado algum diagnóstico da situação (observação da realidade, levantamento de demandas junto ao público etc) antes de iniciar a experiência

Sim

descreva rapidamente
O projeto Experiências que Alimentam II contou com uma fase inicial de pesquisa qualitativa, na qual foram realizadas entrevistas e grupos focais com representantes da Diretoria Regional de Educação de São Miguel Paulista, zona leste do município de São Paulo, gestores das unidades escolares de educação infantil, educadores, profissionais da cozinha e familiares de bebês e crianças, e análise de território, buscando entender suas percepções e desafios acerca da prática em EAN. Este processo permitiu que a experiência, mesmo em face à pandemia, se aproximasse do território e da realidade do público envolvido.
3.3 Como foram definidos as prioridades e objetivos da experiência
Durante a elaboração do projeto entendeu-se a necessidade de colocar em pauta de discussão sobre a temática de EAN em universos de educação infantil, de forma a dar relevância e significado às ações realizadas, considerando que a escola é um espaço de experimentação, socialização, promoção de autonomia e qualidade de vida para todos os envolvidos. Desta forma, as linhas de ação do projeto que ocorrem junto a educadores e equipe de apoio (auxiliares e cozinha) favorecem o engajamento da comunidade escolar em prol de uma ação mais ampliada sobre a temática junto ao público interno (bebês, crianças e profissionais) e reverberando para as famílias.
3.4 Os sujeitos da ação participaram das etapas de planejamento da experiência?

Sim

sim, em quais etapas e como participaram ?
O desenvolvimento das ações e dos materiais do projeto EA II foi pautado nas devolutivas e demandas de seu público, bem como em momentos de cocriação junto aos educadores. Os módulos formativos foram aprimorados a partir dos feedbacks oferecidos pelos participantes; o recurso pedagógico (“Experimonte”) foi cocriado com os educadores possibilitando que as discussões, desafios e propostas de ações em EAN fossem representados na construção desta ferramenta, além de ser produzido um protótipo desta ferramenta que foi testada pelas unidades que participaram da etapa piloto do processo, possibilitando incorporar ao produto final as sugestões de alteração.
3.5 Foram desenvolvidas metodologias ativas como estratégias pedagógicas para a EAN

Sim

Se sim, indique a(s) metodologia(s) com uma breve descrição
No processo formativo foi utilizada metodologia dialógica e participativa, dinâmicas propositivas de autopercepção, análise de situações do cotidiano, entre outras, para sensibilizar e fomentar a reflexão sobre a prática realizada pelos profissionais, bem como ampliar e contribuir para novas práticas dos educadores em EAN junto às crianças e famílias. Foi desenvolvido um recurso pedagógico chamado “Experimonte”, para realização de EAN pelos educadores junto às crianças. Este recurso corresponde a um conjunto de fichas ilustradas, que procuram, de forma interativa e lúdica, ampliar as possibilidades de trabalho nesta temática, com imagens que remetem aos temas de: cultura alimentar, sistemas alimentares e sustentabilidade, comensalidade e celebração, importância práticas culinárias, além de abordar dimensões de auto cuidado, construção de autonomia, cooperação e valorização da comunidade e do território. O recurso traz no verso de cada ficha instruções de uso para favorecer a sua utilização ao mesmo tempo que permite autoria de cada educador. Outras estratégias desenvolvidas foram um “Caderno de Experiências” que tem o objetivo de ampliar a realização de EAN para o ambiente familiar, através de sugestões de atividades que podem ser feitas com os recursos existentes e que promovem o estreitamento de laços familiares, exploração do território e vivências positivas em torno da alimentação; e um videoclipe musical que aborda temáticas de cozinhar juntos e comensalidade.
3.6 Foram utilizados recursos materiais nas atividades desenvolvidas

Sim

sim, quais recursos?
Foram utilizados recursos materiais para criação, design e produção das ferramentas criadas pela experiência: recurso pedagógico “Experimonte” (serviços de ilustração, diagramação e produção); “Caderno de Experiências” (serviços de ilustração, diagramação e produção); material orientador para educadores (serviços de ilustração, editoração e produção); materiais de apoio para formação (serviços de ilustração, diagramação e produção); desenvolvimento do ambiente virtual do projeto (programação, criação de layout, identidade visual, diagramação e editoração).
3.7 Sua experiência se configura no desenvolvimento de materiais educativos e desenvolvimento de tecnologias sociais a serem aplicados por outros profissionais?

sim

Descreva sobre o material/tecnologia social
O recurso pedagógico “Experimonte” configura um material educativo que favorece a prática em EAN, ampliando as possibilidades de atuação nesse campo de conhecimento. Ainda, a fim de apoiar o uso do “Experimonte” e aprofundar os conteúdos discutidos no processo formativo, foi desenvolvido um material orientador que reúne, em forma de textos, as principais temáticas acerca de EAN. O objetivo é que ele seja um material de fácil e amplo acesso para toda a equipe escolar, abordando conteúdos sobre a infância, alimentação e o trabalho em EAN; seus princípios, objetivos e potencialidade. No âmbito das tecnologias sociais, o Experiências que Alimentam II conta com uma plataforma virtual de acesso por educadores e familiares de CEIs pertencentes à DRE de São Miguel Paulista, no qual são disponibilizados conteúdos sobre infância, alimentação e educação; ideias de receitas e compartilhamento de atividades. Este site representa um espaço de interação e troca de experiências no universo da EAN.
3.8 Como a experiência foi avaliada e quais os resultados obtidos
O projeto conta com uma equipe externa para realização de ações de Avaliação e Monitoramento; com seu apoio são realizados questionários antes do início das intervenções e após a realização das ações, com cada público participante. Além deste processo quantitativo são realizados também grupos focais com os participantes e avaliações após cada módulo formativo, com o objetivo de coletar percepções qualitativas sobre o projeto. Até o momento, os resultados têm indicado um impacto significativamente positivo para o aumento de conhecimento sobre EAN e de reflexões sobre sua prática nos CEIs, além de mostrar um impacto importante na vida pessoal dos participantes, incluindo sua percepção de saúde e qualidade de vida que reverbera na sua atuação profissional. Depoimentos e visitas às unidades participantes revelam alterações concretas na ambientação de refeitório, ambientes escolares, melhoria da relação com os bebês, crianças e famílias.
3.9 Relevância: Na avaliação das/os responsáveis, essa experiência contribuiu para algum nível de mudança/melhoria da realidade alimentar e nutricional das pessoas envolvidas; e/ou gerou experiência/conhecimento que pode contribuir para a prática de EAN em outros momentos e realidades
Essa experiência tem contribuído para capacitar os profissionais de educação para o desenvolvimento de ações de EAN no ambiente escolar de forma mais consciente e integrada à rotina das unidades, compreendendo a EAN como um processo pedagógico que colabora com o desenvolvimento integral dos bebês e crianças. Essa experiência tem refletido em mudanças de comportamento dos profissionais no que tange sua prática pedagógica, seu olhar para os bebês e crianças e seu diálogo com as famílias vinculadas às unidades escolares. É uma experiência com potencial de ser expandida e escalonada para diferentes equipamentos de educação, nas diferentes modalidades de ensino, bem como para equipamentos de assistência social e saúde.

4. RELATO RESUMIDO DA EXPERIÊNCIA

Relato resumido da experiência
O projeto Experiências que Alimentam II nasce com a proposta de ampliar e difundir as ações de Educação Alimentar e Nutricional (EAN) em ambiente escolar de primeiríssima infância para favorecer o desenvolvimento integral das crianças e suas famílias, a promoção de saúde e a prevenção de desvios nutricionais. O projeto tem sua entrada efetiva nos Centros de Educação Infantil – CEIs compreendendo-os como ambientes chave para a realização de ações de formação e vivências de aprendizagens significativas junto aos educadores, gestores, familiares e crianças, Para isso, o projeto compreende a capacitação de educadores sobre as temáticas da alimentação e nutrição no contexto da educação infantil, o desenvolvimento de recursos pedagógicos para os profissionais e materiais lúdicos e educativos para famílias de crianças vinculadas aos CEIs, além do acompanhamento dessas famílias; a criação de um ambiente virtual de troca de experiências e disseminação de conhecimento no universo da educação e da alimentação para educadores e para sensibilização das famílias. Esta experiência tem sido desenvolvida ao longo de três anos e contempla as etapas de: análise de contexto, escuta qualificada de profissionais dos CEIs e famílias e desenvolvimento de materiais. A partir disso, foi feita a aplicação piloto dos materiais, formação e ambiente virtual em 6 CEIs e após esta etapa iniciou-se um processo de expansão das ações para outros 44 CEIs no território da DRE de São Miguel Paulista, zona leste do município de São Paulo. O processo formativo foi e está sendo realizado em 4 módulos de formação, totalizando 16 horas no semestre, contando ainda com acompanhamentos periódicos nas unidades participantes e acesso ao ambiente virtual que contém conteúdos e atividades referentes a EAN e configura um espaço de compartilhamento de experiências realizadas por estas unidades de educação infantil. A abrangência de alcance deste projeto é de 50 Centros de Educação Infantil, 1.150 educadores, 6.250 crianças e 5.100 famílias.

5. DOCUMENTOS

5.1 Campo para inserção de arquivo de imagens que documentaram a experiência
Campo para inserção de arquivo de documentos produzidos relacionados à experiência

APSREDES

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É considerado conflito de interesses:

Associação, afiliação ou link com atores do setor comercial, entidades de setores das indústrias de armas, tabaco, álcool, indústrias, empresas e organizações relacionadas a quaisquer outras organizações e/ou alianças e iniciativas concebidas, fundadas, financiadas, lideradas, controladas ou organizadas por essas indústrias e empresas, cujos:

  • Produtos incluam organismos geneticamente modificados, agrotóxicos, fertilizantes sintéticos, bebidas e produtos comestíveis com altas concentrações de açúcar, gorduras, sal, energia, outros produtos ultraprocessados ou quaisquer outros produtos que necessitem ter sua demanda, oferta ou disponibilidade reduzida para melhorar a alimentação e a saúde da população;

e/ou cujas

  • Práticas incluam: 1) Publicidade, promoção e outras estratégias mercadológicas que visem aumentar a demanda pelos referidos produtos e/ou promovam ou estimulem modos de comer não saudáveis, tais como comer excessivamente, comer sozinho, comer sem pensar, comer compulsivamente, comer rápido, ou modos de produzir alimentos pautados pelo uso de agrotóxicos e organismos geneticamente modificados, ou; 2) Lobby contra medidas legislativas, econômicas, jurídicas ou socioculturais que visem à redução da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou da exposição aos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos; e/ou cujas 3) Políticas, objetivos, princípios, visões, missões e/ou metas que incluam ou se relacionem com o aumento da produção, abastecimento, disponibilidade ou demanda dos referidos produtos e/ou com a expansão de oportunidades e promoção dos referidos modos não saudáveis de comer e produzir alimentos.

Alguns exemplos de experiências de Educação Alimentar e Nutricional que configuram conflito de interesses:

  • Ser financiado ou ter recebido qualquer tipo de apoio (técnico, infraestrutura, equipe, financeiro etc) por entidades e atores acima citados;
  • Utilizar material educativo e/ou publicitário de empresas privadas ou fundações/organizações a elas relacionadas que atuam direta ou indiretamente com o setor alimentício, farmacêutico, tabaco, bebidas alcoólicas;