Radionovela “ No AR Posithivas na Prevenção”

1. Identificação da experiência

Radionovela “ No AR Posithivas na Prevenção”

País

1.2 Autores do relato

Nome
Renata Soares de Souza
Silvia Andrea Aloia
Rafaela Queiroz

1.3 Identificação do autor responsável pelo contato durante o processo de seleção

Nome
Renata Soares de Souza
Silvia Andrea Aloia

1 4 Tema do relato

não se aplica

Ações coletivas inovadoras que busquem transformações da saúde e seus determinantes sociais

1.6 Município(s) onde a experiência se desenvolve/desenvolveu

Município
Viçosa
Porto Alegre
Manaus
Rio de Janeiro
Presidente Prudente

1.7 Estado onde a experiência se desenvolveu:

Minas Gerais

1.8 Instituição onde a experiência se desenvolve/desenvolveu (serviço/instituição): *

Radio QuintalFM 105,9 em Viçosa MG, Fundo Positivo, Criar Brasil, Agencia de Noticias da AIDS,Associação de Pessoas Vivendo com HIV/RS - APVHA/RS, bairro Restinga em Porto Alegre, com atividade presencial,Centro de Promoção da Saúde - CEDAPS no centro do Rio de Janeiro,PoliClinica Gilberto Maestrinho em Manaus, Rádios Comunitárias da região dePresidente Prudente, que acessam ocupações e acampamentos do Movimento Sem Terra.

1.9 Data de início da experiência

1 maio , 2022

1.10 Data de fim da experiência

10 dezembro , 2022

2. Relato da experiência

A radionovela surge a partir da ideia de apresentar práticas inovadoras para acessar públicos que se encontram em situação de vulnerabilidade ou risco social.Ela possui um grande potencial para sua utilização nos territórios, como pudemos observar a partir da veiculação de seus episódios na radio Quintal FM 105,9 em Viçosa no Estado de Minas Gerais. Apresentamos o trabalho aos municípios , gestores e agentes públicos das três esferas de governo presentes no evento de certificação dos municípios que atingiram a meta de eliminação da transmissão do HIV e ou Sífilis como problema de saúde publica. Seguimos em uma articulação efetiva com oDepartamento de doenças crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Governo Federal e com as gestões públicas estaduais e municipais que oferecem os serviços de PreP e PEP. Estamoscom agenda programada para apresentar a radionovela na primeira reunião no ano de 2023 do Grupo temático Ampliado das Nações Unidas sobre HIV/AIDS – GT UNAIDS A radionovela possibilitou para além das articulações acima descritas, levar as questões da Saúde para o campo da Cultura, visto que com produtores culturais, diretores de rádios a partir do estabelecimento das parcerias na execução do projeto, tiveram conhecimento sobre as temáticas que envolvem o HIV/AIDS e as mulheres, foram então estabelecidas as parcerias com o setor de cultura (rádio),e com gestores municipais Estamos em constante dialogo para a produção do documento das “Diretrizes e Estratégias de Enfrentamento do HIV/AIDS e outras IST para mulheres em situação de vulnerabilidades”. Com o apoio para ações do Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS) no Rio de Janeiro e Serviço de Informação à Mulher (SIM) e as Promotoras Legais Populares (PLP) em Porto Alegre. A equipe que produziu a radionovela encontra se emdialogo permanente pensando propostas para divulgação e veiculação do material, bem como a continuidade da produção de outros episódios com temas tão relevantes quanto aqueles apresentados no que se refere a prevenção e promoção da saúde da comunidade. O apoio dos serviços soma se a capacidade de produção e articulação para o desenvolvimento de ações futuras como uma inovação para ampliar a cobertura de testagens para o HIV/AIDS e outras IST.

O aumento de infecções por HIV em gestantes nos EstadosRio Grande do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro motivou a reflexão do grupo para apontar estratégias de prevenção inovadoras que contribuíssem para acessar mulheres e meninas e reduzir os número de Transmissão Vertical do HIV. O pesquisador Pedro Ivo apresentou no Conselho Nacional de Saúde em Dezembro de 2022,que houve um aumento significativo em 35% de casos em gestantes com HIV em todo o Brasil e que aproximadamente cercade 108 mil pessoas no Brasil desconhece o seu status sorológico. Recomenda a ampliação de cobertura nas populações mais jovens e o aumento da aquisição de testes, e ainda a promoção deações em parceria com a Educação e a Assistência Social nos municípios brasileiros. Outra característica a ser considerada foi a de ser esta umaepidemia concentrada,mais presente nas grandes cidades e em grupos mais específicos, e que apresentam maiores vulnerabilidades a infecção pelo HIV, o que dificulta as estratégias de prevenção. Chama a atenção para a concentração decasos em jovens entre 14 e 29 anos, e o aumento de casos de HIV na população negra , parda, e um aumento expressivo de novos usuários de PreP (profilaxia pré - exposição), ele informa a necessidade de trabalhar as variáveis,ampliar a cobertura da testagem e a quantidade de pessoas em uso de TARV. Com a exibição da radionovela pretendemos chamar atenção da população para asvulnerabilidades, principalmente as que possuem pouco ou nenhum acesso à Internet, as que residem distantes dos grandes centros urbanos e com pouco ou nenhum acesso a rede mundial de computadores a dialogar sobre prevenção, saúde e autocuidado, evitando novas infecções pelo HIV e outras IST, dentre outros agravos à saúde. Prevenir novas infecções em mulheres e meninas, fortalecer equipesde saúde e dialogar nos territórios de abrangência por meio de rádios comunitárias.

Articulações com rádios comunitárias nos estados e municípios para veiculação do material produzido, com gestores públicos nas três esferas de governo para a continuidade o trabalho desenvolvido. Articulação com espaços em saude para a divulgação dos episódios produzidos.Busca por editais públicos e premiações que possibilitem o financiamento denovasações em que este instrumento possa ser utilizado como forma de acesso ao publico alvo.

A metodologia se deu a partir da criação de um grupo de trabalho para desenvolver o Projeto “ Posithivas na Prevenção”, e a leitura dos dados epidemiológicos do ano de 2022. O levantamento destes dados e a produção de um plano de comunicação, desenvolvido por Rafaela Queiroz foi apresentado à equipe de coordenação que avaliou a necessidades de ações estratégicas. . A consultora de comunicação realizou o processo de identificação de parceiros de outros movimentos e a elaboração de release das temáticas para os reels e vídeos que fizeram parte da “Campanha Prevenção com Diversidade”. Os materiais trouxeram a importância da testagem para o HIV, PREP e PEP, tratamento para o HIV, vacina do HPV, camisinha, gel e redução de danos. Foi veiculada nas redes sociais levando a informação em linguagem simples e de fácil acesso sobre os temas pré definidos. Vale salientar que obtiveram um número considerável de visualizações e compartilhamentos e relatos de utilização do material em oficinas de instituições parceiras. Em seguida realizamos reuniões para discussão e estudos de radionovelas já existentes para nos inspirar e decidir qual o formato que escolheríamos, posteriormente as reuniões para delinear este produto, os orçamentos e a própria produção. Para o MNCP, a radionovela é uma grande inovação estratégica neste projeto, elevando as possibilidades de disseminação e democratização da informação através do rádio, atendendo o público que tem esse meio como único meio de obtenção de informações. Após definir o formato e a produtora, foram surgindo outros parceiros que com muito entusiasmo somaram-se a nós para que este produto fosse com excelência, assim contamos com a dedicação da escritora Etel Frota, iluminada musicalmente pelo premiado cantor e compositor Felipe Radicetti. Paralelamente à construção, iniciamos um levantamento de quais possíveis rádios seriam importantes neste processo, para após a conclusão dos episódios retornarmos o contato para a veiculação do material produzido. Algumas rádios foram pensadas em regiões estratégicas, tais como regiões de acampamentos, de assentamentos, quilombos, de ribeirinhas, de indígenas, privadas de liberdade, em situação de rua e outras comunidades de regiões periféricas. Foram produzidos formulários para que as mulheres do MNCP contassem suas histórias e que poderiam fazer parte dos conteúdos da radionovela, assim como formulário de inscrição de atrizespara posteriormente realizarem os testes. Atrizes selecionadas, roteiro editado, sonoplasta definido e agregado ao time, testes com atrizes realizados e assim foi possível dar início a gravação, com tempo previsto para regravação se fosse necessário e o delineamento da data, definido o lançamento da radionovela no mês dezembro de 2022. A gravação dosepisódios ocorreram em 19 de outubro de 2022, de forma virtual considerando a distancia que cada uma residia e a pandemia da COVID 19, ainda em curso. Após a seleção das atrizes que se deu também em formato online, tivemos a atenção e dedicação do sonoplasta Douglas Vieira da empresa Criar Brasil que após um trabalho exaustivo de gravação, pode inserir a sonoplastia necessária ao produto final e que segundo ele o fez refletir sobre o tema no cotidiano. Ao término da gravação, “ NO AR, Posithivas na Prevenção”, que está apta a ser veiculada nas rádios comunitárias e todas aquelas que tiverem espaço para levar informação, prevenção e cuidado aos territórios mais distantes e de difícil acesso. A radionovela foi lançada através de live promovida pela Agência de Notícias da AIDS, com a participação das atrizes e da roteirista, no site do Movimento Nacional de Cidadãs Posithivase no Spotify. A produção faz parte do acervo do MNCP.

Histórias de MVHA acolhidas, roteiros realizados, testes de atrizes, seleção das atrizes, narradora e cantora, trilha sonora, gravação dos capítulos, sonoplastia realizados. Contatos com rádios para veiculação da radionovela realizados. Todas as metas e ações foram desenvolvidas conforme planejadas no projeto, as ações realizadas propiciaram a todos os envolvidos, conhecer algumas realidades da epidemia em gestantes, através dos boletins epidemiológicos do Ministério da Saúde, possibilitando e disseminando as informações fundamentadas em evidências e assim melhor incidir nos estados e municípios. Foram então estabelecidas as parcerias com o setor de cultura (rádio), com gestores municipais nas oficinas corpo a corpo e nas ações de 1º de dezembro, com agentes públicos acessados para a produção do documento das “Diretrizes e Estratégias de Enfrentamento do HIV/AIDS e outras IST para mulheres em situação de vulnerabilidades”, com lideranças comunitárias e com profissionais da saúde, assim como com o Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS) no Rio de Janeiro e Serviço de Informação à Mulher (SIM) e as Promotoras Legais Populares (PLP) em Porto Alegre.

É fundamental que a comunidade, principalmente as periféricas, tenham conhecimento e acesso às estratégias de prevenção, pois sua realização periódica permite o diagnóstico precoce, reduzindo o adoecimento e a mortalidade por AIDS, nesse sentido promover o conhecimento de fatos reais e estratégias disponíveis de prevenção possibilita a busca por serviços de saúde, prevenção ao HIV e outras IST, promovendo saúde mental e uma vida sexual mais saudável. Defender e propagar conhecimento sobre as estratégias leva a comunidade a adotar práticas com base nas características específicas do momento de vida de cada pessoa, evitando novas infecções e a eliminação/redução da transmissão vertical. Todas as atividades propostas no projeto foram pensadas e estão sendo executadas de forma a reduzir o estigma e a desinformação sobre a doença que é ainda nos dias de hoje tão carregada de mitos e incertezas. Com a exibição da radionovela pretendemos chamar atenção de populações vulnerabilizadas com pouco ou nenhum acesso à internet a dialogar sobre prevenção, saúde e autocuidado, evitando novas infecções pelo HIV e outras IST, dentre outros agravos à saúde.

Há diversos aspectos que devem ser considerados quando se fala do universo feminino e as vulnerabilidades das mulheres para a infecção do HIV/AIDS e das Mulheres com HIV para o cuidado da saúde. A educação em saúde por meio do rádio possibilita ao ouvinte atuar sobre sua saúde com autonomia e autocuidado, pois são informações que recebe em qualquer lugar, que possua um rádio ligado, a caminho do trabalho, nos afazeres domésticos ou mesmo em momentos de lazer e descanso. Vale lembrar que o rádio é um condutor de informações com grande abrangência, apontando que é necessário inovar para acessar cada vez mais as comunidades com menos recursos de acesso à informação, possibilitando que a própria comunidade busque outras informações nos veículos de comunicação e também no fortalecimento dos serviços de saúde. Reconhecendo as dificuldades de acessos nos territórios e contribuindo para ampliação do conhecimento entre profissionais de saúde, lideranças comunitárias que acessam mulheres e usuárias dos serviços para a prevenção combinada, evitando assim novas infecções por HIV, Sífilis e outras IST.

Entendemos que é extremamente importante dar continuidade a outros episódios da radionovela e a viabilização de recursos para a veiculação também em rádiosde amplo acesso, levando informação qualificada e de forma pedagógica. Podemos citar que dentre os obstáculos tivemos a questão de tempo escasso , visto que a produção da radionovela é complexa e precisa de tempo e conexão de agendas e também se apresentou certa dificuldade e morosidade para dialogar com diretores e locutores de rádios comunitárias e sensibilizá-los a conhecer a nossa proposta por envolver agendamento prévio. Contudo, tem sido uma experiência tão positiva e inovadora, que obstáculos enfrentados foram superados pelas oportunidades de inovação e o sucesso das ações.

Há uma importante troca na produção da radionovela que é de via dupla do conhecimento. Nós da equipe do MNCP conhecendo e aprendendo os processos de produção de uma radionovela e os profissionais técnicos, aprendendo sobre as dinâmicas que se apresentam no viver com HIV, gênero e suas interseções. A radionovela possibilitou para além das articulações acima descritas, levar as questões da Saúde para o campo da Cultura, visto que com produtores culturais, diretores de rádios a partir do estabelecimento das parcerias na execução do projeto, tiveram conhecimento sobre as temáticas que envolvem o HIV/AIDS e as mulheres.

Transformar textos corridos em formulário do Google em episódios, que foi possível com parceria de Ethel Frota, cumprir prazos dependendo de agendas de outras pessoas envolvidas, desenvolver uma produção com qualidade e técnica em linguagem popular, o processo de escolhas das atrizes e as reuniões necessárias com agendas diversas, inclusive para as não aprovadas no teste, demandou bastante tempo e emoção, visto que julgamos necessário e importante dar a negativa. A veiculação da radionovela em rádios que leva mais tempo e se realizará para além do termino do projeto. Recursos financeiros necessários limitados para a produção de novos episódios e manutenção da equipe de trabalho com dedicação e continuidade do trabalho.

Foram produzidos cards informativos com link do Google Forms para inscrição das mulheres que tiverem interesse me divulgar suas histórias, disseminadas em redes sociais. Produção de reelese para divulgação do material a ser produzido,de sinopse, eixos, falas das atrizes para teste, fotos para produção de arquivo e relatório descritivo, agendamento de lives para teste de vídeo e áudio, produção de matérias para divulgação do produto final. Contato com outros atores envolvidos, cotação de valores com produtoras, reuniões para alinhamento de ações e calendário de execução do trabalho. Dialogo de sensibilização comatrizes e outros indivíduos envolvidos no contexto do trabalho Pesquisa deproduções cientificas para embasar a produção. Produto final disponível e de fácil acesso

A radio novela esta concluída em sua totalidade o que a torna sustentável, utilizada como instrumento para os movimentos sociais é uma estratégia a ser utilizada a curto, médio e longo prazo, inclusive como fortalecimento para as equipes em saúde.

3.3 Campo para inserção de arquivo de imagens que retratem a experiência

3.3.1 Campo para inserção de arquivos de documentos produzidos relacionados à experiência.

Referencias Bibliográficas