1. Identificação da experiência

Pré-conferências de caráter territorial como proposta estratégica para potencializar a participação social na construção de políticas públicas de saúde mental

País

1.2 Autores do relato

Nome
José de Siqueira Gonçalves Júnior
Alexciane Priscila da Silva
Bruna Rafaeli Alves da Silva Arruda

1.3 Identificação do autor responsável pelo contato durante o processo de seleção

Nome
José de Siqueira Gonçalves Júnior

1 4 Tema do relato

A3 - Gestão participativa do sistema sanitário
não se aplica

1.6 Município(s) onde a experiência se desenvolve/desenvolveu

Município
Vitória de Santo Antão PE

1.7 Estado onde a experiência se desenvolveu:

Pernambuco

1.8 Instituição onde a experiência se desenvolve/desenvolveu (serviço/instituição): *

Secretaria Municipal de Saúde de Vitória de Santo Antão PE

1.9 Data de início da experiência

18 abril , 2022

1.10 Data de fim da experiência

28 abril , 2022

2. Relato da experiência

2.1 Contextualização/introdução: Conte sobre sua experiência, onde ela ocorreu ou ocorre, quais os serviços ou instituições envolvidas, quem são os atores, a quem ela se dirige, quem os apoiou

O município em questão está localizado na região da mata centro do Estado de Pernambuco situado a 45km da capital do Estado Recife, atualmente apresenta uma população estimada em 140.389 habitantes(IBGE, 2022). A respeito da rede de saúde local, essa está configurada da seguinte forma: 34 unidades básicas de saúde com 36 equipes de saúde da família e 36 equipes de saúde bucal, ou seja, para cada de equipe de saúde de Saúde da Família, tem-se uma equipe de Saúde Bucal proporcionalmente. Dessas equipes, 26 são de zona urbana e 10 de zona rural, divididos em 03 territórios sanitários que foram definidos a partir do perfil de modos de vida e rede de atenção à saúde presente nesses territórios. Com uma cobertura de atenção primária estimada 80% dessa população (e-Gestor APS, novembro de 2022). Também dispõe de 05 equipes de Núcleo ampliado de Saúde da Família- NASF. Na assistência especializada, possui 01 academia da saúde; 01 policlínica da criança e do adolescente; 1 Clínica de Saúde da Mulher; 01 Núcleo de Atenção à Saúde Mental- NASM; 01 Clínica de Fisioterapia; 01 Unidade Pública de Pronto Atendimento Especializado- UPAe; 01 Centro de Atenção Psicossocial- CAPS II; 02 Centros de Especialidades Odontológicas CEO; 02 Odontomóveis; 01 Serviço de Urgência e Emergência- SAMU; 02 Consultórios multiprofissionais de saúde instalados na zona rural do município; 01 Laboratório Central; 01 Centro de Testagem e Aconselhamento- CTA; e 01 Residência Multiprofissional em Saúde da Família desenvolvida na Universidade Federal de Pernambuco- UFPE, Centro Acadêmico de Vitória de Santo Antão. Além de serviços conveniados, prestadores de serviços, consultorias, terceirizados e 01 hospital estadual que se faz presente nesse território. Além da UFPE, Vitória de Santo Antão conta com mais 2 instituições de ensino superior, as quais são parceiras para campos de práticas e parceirias de ensino e serviço. Quanto a programas municipais oriundos da saúde, tem-se com destaque o programa Saúde até mais tarde que atua em algumas equipes de atenção primária e especializada. Atualmente, 05 equipes de estratégia de saúde da família atuam em horário extendido das 08h às 21h. Por outro lado, na média complexidadade, tem-se a clínica de fisioterapia e UPAe funcionamento nesse mesmo horário das 08 às 21h. Outro programa de destaque é o programa Saúde Campo, que aproxima os serviços de saúde da população do campo que residem em locais mais remotos do município, é válido frisar que o município de Vitória já ganhou o Prêmio APS Forte 2021 do Ministério da Saúde em Parceria com a Organização Pan Americana- OPAS, a partir da experiência relatada. Contudo, é válido lembrar da Constituição Federal de 1988 que, em seu art. 198, III, dispõe que a participação da comunidade é uma das diretrizes organizadoras do Sistema Único de Saúde (SUS), a ser exercida, especialmente, nos Conselhos de Saúde e também nas Conferências de Saúde. Já a lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe acerca da participação da comunidade na gestão do SUS como requisito essencial à democracia brasileira e que a Conferência de Saúde é uma instância colegiada que conta com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. Dessa forma, cabe ao poder público garantir e facilitar esses espaços para que essa cidadania aconteça. Cidadania significa o conjunto de direitos e deveres pelo qual o cidadão está sujeito no seu relacionamento com a sociedade em que vive. Cidadão é aquele que exerce seus deveres e luta por seus direitos. Nosso grande desafio está em avançarmos para uma sociedade composta de cidadãos informados, conscientes dos seus direitos e deveres, ou seja, emancipados plenamente. A informação e a educação em saúde são formas de oportunizar o exercício da cidadania. No contexto da Emergência em Saúde Pública e o estado de calamidade pública decorrente da COVID-19 trouxe situações anteriormente não previstas pelo controle social, o que exigiu a reorganização dos processos sociais e institucionais. Quanto a aspectos da saúde mental isso não tivera sido diferente. As Conferências de Saúde são espaços democráticos de construção da política de Saúde, portanto é o local onde o povo manifesta, orienta e decide os rumos da saúde em cada esfera. No âmbito municipal a Conferência visa a construção de políticas públicas que deverão compor o plano municipal de saúde e o plano pluri anual PPA. Mais que um instrumento legal de participação popular, a Conferência significa o compromisso do gestor público com os necessários avanços do sistema de saúde. Aqui, é válido apontar também aspectos acerca da reforma psiquiátrica, pois o processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços, e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado. A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais, e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendida como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios. No entanto, o processo da Reforma Psiquiátrica Brasileira tem uma história própria, sendo maior que a sanção de novas leis e normas governamentais nos serviços de saúde. A partir desse momento passam a surgir, denúncias sobre a violência dos manicômios, a mercantilização da loucura, a hegemonia de rede privada de assistência e a construção coletiva da crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais, decorrente do uso de álcool, crack e outras drogas. Através da reforma psiquiátrica foi possível um olhar diferenciado sobre a loucura, privilegiando o cuidado humanizado e individualizado às pessoas em sofrimento psíquico. Entretanto isso vai muito além de aspectos inerentes à saúde, deve contemplar todos os âmbitos que perpassam a vida cotidiana dos sujeitos, proporcionando assim um aumento de sua autonomia, resgatando a cidadania destes em todas as nuances do seu viver. O aparecimento de novos serviços respaldados pelas iniciativas das políticas públicas de saúde mental gerou um avanço no enfoque do trabalho terapêutico, o qual anteriormente era centrado no modelo biomédico, com a evolução da reforma psiquiátrica o cuidar em saúde mental começou a se estruturar numa visão holística do indivíduo,visando a garantia do cuidado integral e interdisciplinar. Ao invés das práticas tradicionais que reduziam o adoecimento ao doente e ao seu corpo, hoje se rompe um novo modelo de atenção, no qual a subjetividade é reintegrada com o corpo social dos indivíduos em sofrimento psíquico. Essa tomada de consciência a respeito da importância dessas intervenções produz movimentos de superação dos modelos a que foi submetido o usuário e, também, a reconstrução de um corpo subjetivo, social e físico. A criação de serviços substitutivos ao modelo manicomial surgiu como suporte e alternativa a todos os indivíduos em sofrimento psíquico, pois estes dispositivos se apresentam de maneira especializada proporcionando oferta às diversas especificidades de cuidados. A promulgação da lei 10.216 redireciona a assistência em saúde mental, priorizando o fornecimento de tratamento de base comunitária. A mesma dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, porém não institui formas claras para a progressiva extinção dos manicômios. Nessa perspectiva, é na III Conferência Nacional de Saúde Mental, no ano de 2001 que a Reforma Psiquiátrica se consolida como política de governo e delega ao Centro de Apoio Psicossocial - CAPS o papel estratégico de articular a mudança do antigo modelo assistencial, contemplando também nesse momento os usuários de álcool e outras drogas. Atualmente as bases da Política Nacional de Saúde Mental, tem em seus princípios a consolidação em relação aos indivíduos em sofrimento psíquico, sugerem a implantação de uma rede de cuidados territorializada. A partir da portaria 3088/11, que institui a Rede de Atenção Psicossocial – RAPS em substituição ao modelo asilar, onde se faz necessário ampliar o cuidado em dispositivos diversificados compostos por serviços de abrangência desde a atenção básica até o âmbito hospitalar.
2.2 Justificativa: o que motivou a realização desta experiência/ Diagnóstico e análise do problema enfrentado
A preocupação com a saúde mental da população se intensifica durante qualquer grave crise social. Com a pandemia do novo coronavírus(COVID-19), que pode ser descrita como uma dessas crises, foicaracterizado como um dos maiores problemas de saúde pública internacional das últimas décadas, tendo atingido praticamente todo o planeta. Um evento como esse ocasiona perturbações biológicas, psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade, em variados níveis de intensidade e propagação. Esforços emergenciais de diferentes áreas do conhecimento - dentre elas a Saúde Coletiva - são demandados a propor formas de lidar com o contexto que permeia a crise. Considerando a posição estratégica que a APS e o CAPS ocupa em um modelo de atenção à saúde que organiza seus serviços a partir do território em que eles se inserem, adaptando os serviços às necessidades da população, e não o contrário; o nível primário é fundamental no planejamento de ações em saúde mental eficazes e humanizadas, que estejam de acordo com os princípios do SUS e da Reforma Psiquiátrica, tendo sempre a desinstitucionalização e a autonomia do usuário como horizonte na construção de um modelo de assistência que compreenda os fenômenos de saúde e adoecimento como determinados por múltiplos fatores e por múltiplos agentes. Portanto, a participação constitui o meio pelo qual as pessoas podem promover reformas sociais significativas que lhes permitam compartilhar dos benefícios da sociedade envolvente. A cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais assegurados não apenas na lei, mais o acesso aos serviços com qualidade. Expressa a igualdade dos cidadãos perante a lei, pertencendo a uma sociedade organizada.
2.3 Objetivo(s) da experiência: o que está sendo feito
Desenvolver mecanismos de participação social nas etapas do ciclo de planejamento e orçamento, assim como desenvolver mecanismos de participação social acessíveis aos grupos sociais historicamente excluídos das decisões do poder público.
2.4 Metodologia e atividades desenvolvidas: como a experiência se desenvolveu. Quais caminhos e que mecanismos foram escolhidos para desenvolver a experiência?
As pré-conferências foram pensadas a partir do diálogo com alguns membros da rede de saúde e instituições de ensino superior do superior, e ainda atuando com base nas diretrizes nacionais do SUS e apontamentos da Secretaria do Estado de Pernambuco para realização dessas conferências municipais de saúde mental. A princípio, havia a possibilidade de realizar uma conferência de saúde mental de caráter mais direto, porém foi pensado em realizar pré-conferências. Foram realizadas 05 pré-conferências. Sendo 03 na zona urbana e 02 na zona rural, todas pensadas em locais mais estratégicos com objetivo de promover maior adesão dos comunitários. Ao todo foram 06 reuniões, sendo 05 pré conferências, que ocorreram entre os dias 18 e 26 de abril e a final que ocorreu no dia 28 de abril no auditório da Universidade Federal de Pernambuco- Centro Acadêmico de Vitória. Todas aconteceram das 8 às 12h. Nessas reuniões foram discutidos 04 eixos, citados a seguir: Cuidado em Liberdade como garantia de direito à cidadania; Gestão, financiamento, formação, participação na garantia de serviços em saúde mental; Política de saúde mental e princípios do SUS: Universalidade, Integralidade e Equidade; Impactos na saúde mental da população e desafios para o cuidado psicossocial durante o pós-pandemia. Nas pré-conferências foram divididos os diversos segmentos presentes: usuários, gestores, prestadores de serviços, trabalhadores da saúde a partir do eixo que os mesmos gostariam de participar e contribuir. Ao final, juntavam-se todos para discutir todos os eixos e por fim, podia propor alterações no texto. Ou seja, o indivíduo poderia escolher um eixo de sua afinidade para propor estratégias, mas ao final, poderia ter acesso aos demais eixos e propor. Ao final foram eleitos e escolhidas representações para a etapa estadual da conferência de saúde mental. É importante citar que todos os momentos contaram com relatoria e redação de produto final com intuito de divulgar e publicizar as informações a respeito dessas pré conferências.
2.5 Quais os resultados alcançados? O que foi transformado por meio da experiência? Os objetivos foram cumpridos? Se não, justifique. Apresentar dados ou outras evidências que comprovem que os objetivos foram atingidos
Quanto aos resultados alcançados, começamos trazendo um grande desafio: sim, é desafiador fazer a participação social acontecer. Não é somente levar ou trazer o usuário nesses espaços. É preciso estimulá-los a se sentirem pertencentes e os fazer compreender que aquele é um espaço deles. O próprio momento das pré-conferências serviu de momento para “fazer e aprender”, pois no momento era possível ensinar algo aos usuários e aprender com eles. Por vezes de forma simples e humilde, os mesmos se expressavam à sua maneira e ia sendo traduzidos seus relatos e angustias em ações que poderiam solucionar os problemas escutados. Ademais, também foi essencial ouvir os profissionais de saúde, prestadores de serviços e outros gestores. Dessa forma, a experiência das conferências e pré conferências foi uma dinâmica de exercício da escuta qualificada e da verbalização propositiva. Saúde mental é tema que pode ser discutido com todos, mas essa compreensão nem sempre fora tida. Há algum tempo, não tão distante, os usuários com transtornos ou “doenças mentais” eram abastados da vida em sociedade e quem dirá em espaços de decisão para formulação de políticas públicas. Promover cidadania é compromisso do governo local e dar voz a usuários dos serviços de saúde mental, é uma atitude do poder público ainda mais. Dentre algumas ações que foram construídas pelos atores presentes tem-se: Eixo1: Capacitação dos profissionais da rede de atenção à saúde do município para manejo de casos de saúde mental; Educação Permanente para redução de danos; Educação Permanente para ACS; criação de centro de convivência, CAPSi e Residência terapêutica; fortalecimento da saúde mental especificamente na atenção primária. Eixo 2: formação de grupos de diálogo na atenção primária sobre saúde mental; composição de equipe multiprofissional especializada itinerante em saúde mental, aprimoramento da parceria entre ensino e serviço; consolidar a vigilância em saúde mental; realização de concurso público e garantia do financiamento para ações e política de saúde mental. Eixo 3: Estabelecer classificação de risco e vulnerabilidades melhorando fluxos de referência e contra referência na rede; sistematizar reuniões de matriciamento na atenção primária para discutir casos de saúde mental com classificação de risco; implementar tele consultas com especialistas de saúde mental; incluir o debate sobre violência contra a mulher nos debates acerca da saúde mental. Eixo 4: Ampliar e fortalecer o programa local cuidando de cuida para ofertar melhores serviços para os profissionais da zona rural; ofertar melhores condições para atendimento psicológico aos profissionais de saúde da rede local; utilizar as Práticas Integrativas e Complementares da saúde como potencializadoras de estratégias em saúde mental e fortalecimento das ações intersetoriais na saúde mental.
2.6 Considerações finais: Importância da participação social para a solução do problema? Por que essa experiência foi importante?
Em quase quatro décadas de movimento pela reforma psiquiátrica no Brasil, muitos avanços foram conquistados na construção de uma sociedade sem manicômios. Como ocorre na democratização das políticas sociais, a luta social foi fundamental e as Conferências Nacionais de Saúde Mental foram palco de debates importantes que nortearam a luta por uma política de saúde mental universal, democrática e pautada pelo respeito ao sujeito com transtorno mental. Ainda há muito o que trilhar, porém é possível falar em avanços no campo da saúde mental. Contudo, não é mais possível retroceder a um modelo excludente, torturante e violento como o manicomial. É preciso dar voz a esse público que por muito tempo foram silenciados e excluídos da sociedade, reconhecer essas pessoas enquanto cidadãos é o caminho para efetivar uma política de saúde mental humanizada e eficaz. É um compromisso e privilégio democrático que nosso país, e consequentemente nosso município, possibilite expressiva participação do povo na formulação e controle da política pública de saúde mental. É necessário sempre garantir esse espaço e é responsabilidade do gestor municipal do SUS viabilizar que a discussão se dê em seu Município de forma ampliada e ascendente, ou seja, a partir de pré-conferências em bairros, regiões ou distritos, e que dessas reflexões surjam avaliações e propostas consistentes que se traduzam em políticas públicas de saúde mais robustas e direcionadas as reais necessidades da população.
2.7 Por que pode ser considerada inovadora?
A conferência ou pré conferência não é a inovação em si. Mas a proposta de realizar pré conferências para debater saúde mental, tema caro na atualidade e principalmente pós pandemia, a partir de territórios estratégicos para zona urbana e rural, garantindo acesso e estímulo à participação social é o diferencial dessa ação. Ademais, destaca-se que a concepção de participação aqui aplicada é a de que todos os atores envolvidos precisam ter voz e serem escutados, não somente usuários dos serviços, mas os trabalhadores, gestores, prestadores de serviços e academia que também se fez presente. Fazer a participação social se efetivar nos territórios plurais hoje em dia já é um grande desafio e que não deve ser subestimado. Além de fazer os cidadãos estarem nos locais, é preciso atuar como provocador/facilitador para que esses sujeitos se coloquem e defendam suas propostas.
2.8 Quais as perspectivas de aplicação das práticas desenvolvidas em outros locais ou instituições? Análise das principais dificuldades e estratégias de enfrentamento. Lições aprendidas e recomendações.
Algumas diretrizes foram tomadas em consideração para o planejar e o fazer dessa atividade: Territorialização: trazer as pré-conferências para mais perto do público e em locais estratégicos para aumentar a possibilidade de adesão do público dos diferentes territórios sanitários; Equidade: pensar no processo de forma que públicos diferentes pudessem ser ouvidos de acordo com suas necessidades e especificidades, a exemplo da população de zona rural e urbana. Não somente pensando no espaço físico, mas em horários acessíveis a essas populações; Parceria ensino e serviço: no planejar e no fazer das pré-conferências, tomou-se a parceria com as Instituições de Ensino Superior como fundamentais no processo; Publicização: pensando estratégias para fazer com que a população pudesse ter ciência desse momento. Por meio de divulgação pelos Agentes Comunitários de Saúde, demais membros da atenção primária em seus territórios, profissionais do CAPS e NASM a seus públicos, divulgação em rádios locais e redes sociais institucionais da prefeitura municipal. As pré-conferências de saúde mental despendem poucos recursos para serem efetivas, podem ser realizadas em escolas, associações, salões de igrejas, universidades e dependências dos serviços de saúde local. Dura apenas um turno para sua realização (manhã ou tarde). Todos os municípios sem exceção podem utilizar-se dessa estratégia
2.9 Envolvimento e mobilização de instituições e parceiros na execução da experiência?
no planejar e no fazer das pré-conferências, tomou-se a parceria com as Instituições de Ensino Superior como fundamentais no processo
3 Principais desafios persistentes (o que segue sendo desafio apesar da ação empreendida?)
A participação e controle social por si só já vem se apresentando enquanto grandes desafios do sistema único de saúde. Para além disso, é preciso trabalhar a cidadania e a criticidade dos cidadãos para estarem mais perto do planejamento, monitoramento, execução e avaliação das políticas públicas.
3.1 Quais ações de sensibilização, comunicação, informação, educação em saúde e educação permanente foram utilizadas?
pensando estratégias para fazer com que a população pudesse ter ciência desse momento. Por meio de divulgação pelos Agentes Comunitários de Saúde, demais membros da atenção primária em seus territórios, profissionais do CAPS e NASM a seus públicos, divulgação em rádios locais, instituições de ensino em saúde e redes sociais institucionais da prefeitura municipal.
3.2 Qual é a sustentabilidade da solução implantada (quais são as garantias de que a experiência é sustentável ao longo do tempo desde os pontos de vista técnico, político, financeiro, social, etc?)?
As conferências municipais de saúde é algo que pela estrutura das leis orgânicas do SUS são garantidas. No caso do município de Vitória-PE, a partir da experiência percebeu-se que a atividade teve boa fluência e se propôs a chegar mais próximo a população, respeitando seus territórios e trazendo-os para dialogar junto aos serviços. O êxito da proposta já carrega em si o desejo de reproduzir de maneira sustentável, sem mencionar que uma das propostas levantadas pelos cidadãos foi a de: criação de grupos no âmbito da atenção primária à saúde para discutir a saúde mental nos territórios. Dessa forma, acreditamos que a partir desses espaços, o planejamento ascendente terá ambiência para acontecer.
3.3 Campo para inserção de arquivo de imagens que retratem a experiência
3.3.1 Campo para inserção de arquivos de documentos produzidos relacionados à experiência.

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