Esta experiência mostra a importância das equipes de Atenção Primária à Saúde conhecerem o território que atuam para atingirem a meta nas campanhas nacionais de vacinação. Desde 2017, a vacinação contra a Influenza em Mombaça, no Ceará, é destaque no ranking nacional e Estadual do Programa Nacional de Imunização. O planejamento prévio das ações para cada edição anual da vacinação mobiliza toda Secretaria Municipal de Saúde.
Atingir a meta de vacinação contra a Influenza (Trivalente) é um tarefa árdua pois a população recomendado é bastante diversificada, como crianças de seis meses até menores de 6 anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, mulheres com até 45 dias pós-parto, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, população indígena, adolescentes e jovens sob medida socioeducativa, população carcerária e funcionários do sistema prisional, professores e profissionais das forças de segurança e salvamento.
O Ceará, na campanha de vacinação contra Influenza deste ano (2019), atingiu 78% de cobertura do grupo prioritário, abaixo da meta de 90%. Em Mombaça, a cobertura foi de 105%. Mas nem sempre os resultados foram tão positivos.
Em 2015, o município atingiu com muita dificuldade a cobertura de vacinação de 90%, especialmente no grupo prioritário de criança de 6 meses a menores de 5 anos. Esse resultado fez com que a Secretaria Municipal de Saúde planejasse as campanhas seguintes com antecedência.
Desde 2016, é adotado o planejamento estratégico que se baseia em cinco etapas: concepção, análise do cenário, elaboração, implantação e avaliação. A busca ativa da população prioritária pelos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) em seus territórios e posteriormente a vacinação em domicilio dos idosos e em creches faz parte da estratégia de vacinação em Mombaça.
Com uma população recomendada para vacinação de Influenza de 13.922 habitantes, em 2019, Mombaça mantém o título de destaque no ranking de vacinação do Estado. Em 2016 atingiu a meta geral estimada com uma cobertura de 113%, porém ainda com dificuldades no grupo das crianças, e nas campanhas dos anos seguintes (2017, 2018) Mombaça ultrapassou a meta estipulada, alcançando 127% e 126%, ficando em décimo lugar entre os 184 municípios do Ceará.
Implementar estratégias de acesso para os grupos prioritários nas campanhas de vacinação contra a influenza no município de Mombaça-ce.
Secretaria Municipal de Saúde do Município de Mombaça-CE
Mombaça-CE: está localizado na Mesorregião dos Sertões Cearenses e compõe a 18 Regional de Saúde do Ceará. Esta Regional está inserida na Macroregional do Cariri. Os 10 municípios que compõem a 18 Região de Saúde são: Iguatu (município polo), Acopiara, Mombaça, Jucás, Cariús, Saboeiro, Quixelô, Piquet Carneiro, Catarina e Deputado Irapuan Pinheiro.
A vacina contra a influenza é trivalente. Protege contra H1N1, H3N2 e B/Colorado/06/2017. A influenza é uma doença sazonal, mas comum no inverno. No Brasil, devido às diferenças climáticas e geográficas, podem ocorrer diferentes intensidades de sazonalidade da influenza e em diferentes períodos nos estados. O Ceará possui 184 municípios e nesta última Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza (21) o Estado até dia 27 de maio de 2019 tinha vacinado um percentual de 74,25% do grupo prioritário, a meta é 90%. A população dos grupos prioritários são: crianças de 6 meses até menores de 6 anos, gestantes, idosos com 60 anos ou mais, mulheres com até 45 dias pós-parto, doentes crônicos, trabalhadores da saúde, população indígena, adolescentes e jovens sob medida socioeducativa, população carcerária e funcionários do sistema prisional e professores de escolas públicas e particulares e profissionais das forças de segurança e salvamento (policiais civis, militares, bombeiros e membros ativos das Forças Armadas). A população dos grupos prioritários no município de Mombaça em 2019 é de 13.922 habitantes.
Esta experiência tem sido aplicada nas campanhas de vacinação contra a influenza nos anos de 2017, 2018 e 2019.
Trata-se de um estudo do tipo relato de experiência que foi desenvolvido através das etapas do planejamento estratégico. O planejamento foi realizado no início do ano de 2017, antes de começar a campanha de vacinação contra a influenza; A realização foi a partir de reuniões entre a gestão da Secretaria Municipal de Saúde, coordenação da imunização e coordenação da Atenção Básica; Foi traçado um planejamento mediante as inquietações e problemática vivenciadas em campanhas de vacinação contra influenza em anos anteriores; O passo a passo foi baseado nas cinco etapas do planejamento estratégico: concepção, análise do cenário, elaboração, implantação e avaliação e reavaliação.
Etapa Concepção: teve como missão atingir a meta da vacinação contra a influenza em tempo oportuno e de forma uniforme entre os grupos prioritários;
Etapa Análise do Cenário: Foi solicitado aos enfermeiros de cada equipe da estratégia saúde da família um levantamento de sua população inserida nos grupos prioritários;
Etapa Elaboração: Definimos as estratégias para a campanha de 2017:- Realização de busca ativa pelos ACS em seus territórios e posteriormente realizar a vacinação no domicilio dos idosos que não comparecem as unidades; – Realização de visitas e busca ativa de crianças da faixa etária nas creches municipais; sendo a vacinação das mesmas administrada na creche (nas visitas que são realizadas pela coordenadora da imunização é aprazado datas para que a escola faça a comunicação com os pais); – Vacinação dos professores da rede pública na sede da secretaria de educação por dois dias; – Intensa divulgação na redes sociais e programação das rádios da cidade;
Etapa Implantação: Foi a implantação das estratégias após a visualização de nosso público dos grupos prioritários em cada território e a sensibilização dos profissionais envolvidos (enfermeiros, vacinadores, ACS e motoristas) para colocar em prática estas estratégias; Etapa
Avaliação: esta etapa foi contínua durante toda a campanha; onde se avalia o itinerário dos profissionais e doses aplicadas no final de cada dia. O controle nominal foi possível a partir das campanhas de 2018 e 2019
O trabalho não quantifica o custo da experiência. Os autores informam que a experiência se realizou com recurso já existente de vacinas (distribuídas pelo Governo Federal), insumos (município), transportes na APS e a disponibilidade dos profissionais. A captação externa de recurso foi apenas para a divulgação em meios de comunicação e carro volante.
Em 2015 o município não atingiu 100% de cobertura, no que se refere a população geral estimada da campanha: 9.837,00 hab. Sendo que as doses aplicadas no geral foi de 9.028, totalizando uma cobertura vacinal de 91,78%. Porém, um dado que nos fez planejar estratégias de acesso para a campanha a partir de 2015 foi a dificuldade em atingir a meta do grupo prioritário de crianças de 6 meses a < de 5 anos que ficou em 86,23%.
Em 2016, o município conseguiu atingir a meta geral estimada com uma cobertura de 112,98% e também a meta de todos os grupos prioritários, mas sempre apresentando dificuldades nos grupos de crianças e idosos.
Na campanha contra influenza 2017: Período:10/04/2017 a 14/06/2017; Percentual atingido dia 25/05/2017: 127,11% (10 lugar dos 184 municípios do Ceará); População dos grupos prioritários: 10.083 Campanha contra influenza 2018: Período: 23/04/2018 a 01/06/2018; Percentual atingido em 24/05/2018: 126% (10 lugar dos 184 municípios do Ceará); População dos grupos prioritários: 10.064 Campanha contra influenza 2019: Período: 10/04/2019 a 14/06/2019; DIA D: 04/05/2019: O município já havia atingido 88% dos grupos prioritários; Percentual atingido em 31/05/2019: 105%;
Importante ressaltar que nos três anos se tem atingido os grupos prioritários uniformemente. A experiência tem sido um sucesso, contemplando por três anos consecutivos (2017, 2018 e 2019) o município de Mombaça em primeiro lugar no ranking do Estado do Ceará e garantindo assim uma cobertura vacinal contra a influenza em um tempo oportuno dentro da campanha e atingindo de forma uniforme os grupos prioritários e podendo também dar uma resposta vacinal a população (doses/ extra grupos prioritários) em menor tempo.
Esta experiência se torna inovadora por mostrar que apenas o fato de conhecer o território e se inserir nos espaços existentes nele podem, literalmente, ultrapassar os muros e fazer da atenção primária a ordenadora do cuidado e coordenadora da rede de atenção à saúde que tanto se fala na teoria. Pois não se pode planejar ações que sejam eficientes se não se houver conhecimento de fato da população local. Esta experiência tem trazido destaque para o município e não apresenta custos elevados.
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