Análise da implantação do programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade (PRMFC) em uma Unidade de Saúde da Família (USF) do interior da Bahia sob da preceptora

Santo Antônio de Jesus/BA

O PRMFC foi implantado no ano de 2025, em decisão unilateral da gestão sem comunicação e preparo prévio da equipe, garantindo a alocação de três médicos para atuar em cada equipe (uma médica de família e comunidade, preceptora do programa, e dois residentes) com a proposta de desenvolver ações assistenciais e de ensino em serviço. Durante o espaço reservado para apresentação do programa, realizado por preceptores, foi ressaltado que ele representava apenas uma aproximação com a equipe e que os novos profissionais se comprometeriam a estar próximos da equipe para prestar assistência e construir o processo de cuidado ao território através do diálogo horizontal, com valorização de práticas centradas no trabalho vivo, que envolvem protocolos, afetações e subjetividade. A vivências do processo de trabalho prévio e o curto período de apresentação do PRMFC repercutiram em desafios marcados por questionamentos e elevada pressão assistencial. Como preceptora e membro da equipe, me comprometo a me aproximar da equipe e da comunidade para encontrar estratégias para superar as dificuldades apresentadas, desenvolver atividades formativas e assistenciais que contribuam para aprimorar a qualidade do serviço ofertado e para formar médicos de família críticos, reflexivos, mediadores de conflitos e modificadores de realidades, sobre a ótica de que eles são membros das equipes que fazem parte e que suas ações não surtirão efeitos se o local de atuação dos mesmos for restrito ao consultório médico. Diante do cenário apresentado, como produto técnico, pretende-se construir uma agenda de atividades de formação para as equipes que irão receber residentes em seus serviços nos próximos anos, para ser desenvolvidas pelos preceptores do PRMFC com apoio da gestão municipal.

Características da População:
A USF localiza-se na zona urbana e periférica. O território de alocação do serviço é marcado por duas realidades: de um lado encontram-se os condomínios de luxo e do outro nota-se situações de extrema pobreza, insegurança alimentar, insuficiência familiar, violência armada, opressões de gênero, barreiras de acesso aos serviços.
Estimativa Nº Pessoas Atendidas:
A USF é composta por três equipes de Estratégia de Saúde da Família , com um total de 8 mil usuários cadastrados.
Principais Desafios de Saúde:
As vulnerabilidades sociais do território e a elevada pressão assistencial, em detrimento das atividades de ensino, representam os principais desafios para o desenvolvimento das atividades no serviço.
Objetivos Principais:
Avaliar o processo de implantação dos programas de residência em MFC no município de Santo Antônio de Jesus – BA. Identificar os desafios enfrentados para aplicar práticas de ensino em serviço pela residência em MFC no desenvolvimento das atividades de campo no Município de Santo Antônio de Jesus BA. Relacionar o saber clínico com a subjetividade do cuidado para o enfrentamento das desigualdades em saúde nos territórios no município de Santo Antônio de Jesus – BA. Evidenciar a importância e promover atividades de educação permanente nas equipes para aprimorar as práticas em saúde na ESF no município de Santo Antônio de Jesus – BA. Implantar uma agenda formativa para as ESF que serão campos do Programa de Residência Médica na APS do município de Santo Antônio de Jesus – BA.
Resumo da Experiência:
O PRMFC foi implantado no ano de 2025, em decisão unilateral da gestão sem comunicação e preparo prévio da equipe, garantindo a alocação de três médicos para atuar em cada equipe (uma médica de família e comunidade, preceptora do programa, e dois residentes) com a proposta de desenvolver ações assistenciais e de ensino em serviço. Durante o espaço reservado para apresentação do programa, realizado por preceptores, foi ressaltado que ele representava apenas uma aproximação com a equipe e que os novos profissionais se comprometeriam a estar próximos da equipe para prestar assistência e construir o processo de cuidado ao território através do diálogo horizontal, com valorização de práticas centradas no trabalho vivo, que envolvem protocolos, afetações e subjetividade. A vivências do processo de trabalho prévio e o curto período de apresentação do PRMFC repercutiram em desafios marcados por questionamentos e elevada pressão assistencial. Como preceptora e membro da equipe, me comprometo a me aproximar da equipe e da comunidade para encontrar estratégias para superar as dificuldades apresentadas, desenvolver atividades formativas e assistenciais que contribuam para aprimorar a qualidade do serviço ofertado e para formar médicos de família críticos, reflexivos, mediadores de conflitos e modificadores de realidades, sobre a ótica de que eles são membros das equipes que fazem parte e que suas ações não surtirão efeitos se o local de atuação dos mesmos for restrito ao consultório médico. Diante do cenário apresentado, como produto técnico, pretende-se construir uma agenda de atividades de formação para as equipes que irão receber residentes em seus serviços nos próximos anos, para ser desenvolvidas pelos preceptores do PRMFC com apoio da gestão municipal.
Resultados:
Os desafios enfrentados para aplicar práticas de ensino em serviço pela residência em MFC são representados pela alta pressão assistêncial e a implantação do programa no serviço sem o preparo prévio. As atividades de educação permanente passaram a fazer parte das reuniões de equipe , que também tiveram o seu número de realização mensal aumentado, passaram a ser realizadas duas reuniões por mês. Estamos realizando a escuta dos trabalhadores do serviço sobre o desenvolvimento das atividades do programa. Após a conclusão das entrevistas, iremos construir a programação da agenda de formação das equipes para receber os programas de residência no muncípio.
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