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Tecnologias de cuidado em saúde para mulheres em vulnerabilidade social fortalecem a atenção primária em Belém e no Rio de Janeiro

Representantes do Conselho Nacional de Saúde e da OPAS visitaram duas experiências selecionadas para o Laboratório de Inovação sobre a Participação Social na Atenção Integral à Saúde das Mulheres, ambas desenvolvidas em universidades e aplicadas na Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde (SUS). Os projetos da Universidade Federal do Pará intitulados TranformaDor: Parir com Amor, Sem Violência e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Mulheres da AP2.2: Grupos de Convivência, Educação em Saúde e Geração de Renda nas unidades da ESF têm como foco o aperfeiçoamento da atenção prestadas às mulheres em situação de vulnerabilidade social e desenvolvidos por profissionais da atenção primária. As visitas ocorreram nos dias 8 e 9 de junho.

A consultora da OPAS, Alejandra Carrillo Roa, conheceu a experiência de Belém, onde visitou a Unidade Básica de Saúde de Pratinha. O Projeto TransformaDor foi aplicado durante as reuniões de pré-Natal em grávidas atendidas na UBS em 2016, empoderando mulheres para reconhecer e evitar as diversas formas de violência obstétrica. “Foi inovador a metodologia utilizada nestes encontros com a realização de danças circulares, massagens, seções de relaxamento onde as informações sobre o direito delas de parir sem violência eram repassadas de forma afetiva. Também foi inovador o número de atores envolvidos no projeto, de voluntários como atriz, doula, alunos medicina, de enfermagem, de pedagogia”, conta Edna Abreu, professora do Instituto de Ciências da Educação da UFPA, idealizadora do projeto. O projeto também atende alunas grávidas da UFPA.

Já a conselheira do Conselho Nacional de Saúde, a enfermeira Jupiara Castro, visitou, no dia 9 de junho, o Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Atenção Primária da UERJ que desenvolveu a metodologia do projeto Mulheres da AP2.2, que tem o artesanato como ferramenta de cuidado de mulheres em tratamento de saúde mental, já aplicado em sete de unidades básicas de saúde da Grande Tijuca, bairro no Rio de Janeiro. O projeto visa atender uma demanda crescente na saúde pública, onde cerca de 40% de usuários atendidos na Estratégia Saúde da Família apresentam transtornos mentais, como a depressão.

“A inovação foi a parceria com os Agentes Comunitários de Saúde que coordenam as reuniões com as usuárias e recebem o apoio de psicólogos, inicialmente ligados à Universidade e depois substituídos pela equipe dos NASF (Núcleos de Apoio de Saúde da Família), ressaltando também o protagonismo das participantes”, explica Káren Athié, psicóloga da UERJ.

Até o fim de junho, serão visitadas outras quatro experiências selecionadas para o Laboratório de Inovação, são elas:

  • Projeto Barriguda, do Instituto Santos Dumont, do Rio Grande do Norte.
  • Projeto Ambulatório Trans de Sergipe Portas Abertas – Saúde Integral das pessoas Trans: cuidar e acolher, da Universidade Federal de Sergipe.
  • Projeto Passo a Pássaro, da Penitenciária Feminina de Teresina, Piauí.
  • Práticas de Cuidado em Saúde com Trabalhadas do Sexo: extensão universitária desenvolvida pelo Núcleo de Estudos sobre Drogas da Universidade do Ceará.

Após as visitas, o grupo de trabalho do Laboratório de Inovação divulgará quais experiências participarão de encontro a ser realizado durante a 2a Conferência Nacional de Saúde das Mulheres prevista para ocorrer entre 17 a 20 de agosto, em Brasília.

Veja os vídeos gravados durante as visitas

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