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A lista de ensinamentos produzidos pela experiência da FESF SUS poderia ser sintetizada em múltiplos aspectos não só enfatizados pelos trabalhadores e gestores entrevistados, como através da percepção da equipe de pesquisa.
Em síntese não exaustiva podem ser destacados alguns aspectos, a saber.
a) Especificamente na capacitação da força de trabalho, colocação no cenário de propostas de estabelecimento de parcerias para garantia de qualificação, inclusive pós graduação, como outro fator diferencial.
b) Impacto da ação da FESF SUS sobre serviços e indicadores é considerado real, mediante mudanças culturais positivas nos municípios, ao se contrapor à informalidade das relações de trabalho, não responsabilização dos gestores, não valorização da qualificação de servidores, com envolvimento e co-responsabilização da força de trabalho em tais processos.
c) Instituição de uma “nova institucionalidade” na área da saúde, com práticas de gestão compartilhada; responsabilização; apoio institucional (supervisão) etc.
d) A certeza de que não compete à FESF SUS assumir o papel de gestor do SUS, pois carece de tal obrigação legal e nem está preparada para tanto, embora se reconheça que no cenário atual nem o gestor estadual e muito menos os municipais, no geral, estejam preparados para tanto.
e) Diante do dilema constituído por uma partida de um “ponto zero”, com transição rápida ao muito complexo e diferenciado na gestão da saúde, se reconhece que, da utopia à realidade, a experiência já mostra caminhos, sem dúvida, o que pode ser traduzido por pela expressão de um dos participantes: “a atuação da Fundação é uma espécie de ‘do-in’ na realidade, com provocação de mudanças reais.
f) Fica claro, ainda, que os caminhos da superação das dificuldades atuais passam pela ampliação do diálogo, no que a atuação do Conselho Consultivo é fundamental, sendo necessário, também incluir novos atores nas discussões.
g) Em relação ao objeto central da presente análise, ou seja a construção de um PECS, há que se admitir que o mesmo já carece de atualização e que esta deve ser permanente.
h) Devem ser valorizadas, também, algumas experiências geradas no âmbito da FESF SUS, citando-se com especial o PIQ – Prêmio de Inovação e Qualidade, que acontece no mínimo uma vez ao ano, capta experiências que os próprios trabalhadores identificam como inovadoras.
Ocorrem ainda programas interessantes e de possível potencial de replicação no âmbito da FESF SUS, citando-se, entre eles, a Praça Virtual, uma estratégia de comunicação interna; o PIQ, voltado para inovação e qualidade; o “Banco de Talentos”, com forte foco na inovação dos processos de trabalho internos. Projeto também interessante é o denominado FIT – Formação Inicial do Trabalhador – com ações de acolhimento, com formação associada de tutores.