APSREDES

Aspiração e higiene de vias aéreas superiores e traqueostomia

Laboratório de Inovações em Atenção Domiciliar

Instituição proponente: Hospital Nossa Senhora da Conceição (Programa de Atenção
Domiciliar) Grupo Hospitalar Conceição
Endereço: Av. Francisco Trein, 596/ Bairro Passo d´Areia
Município/Estado: Porto Alegre/RS

Autor(es): Verlaine B. Lagni, Sati J. Mahmud, Adriana Moog, Anita L. Leitão, Cristina O.
Cecconi, Diani O. Machado, Dirce R. P. Nunes, Edimara P. L. Fontes, Gislaine S. Jardim,
Guilherme E. Bruning, Inara L. Gornidki, Igor Padova, Karine Zortéa, Jeronima S. Arnoud,
Jesaías G. Rosa, Luis Eduardo R. Moraes, Mateus C. Becker, Mauro B. Kalil, Nilson S.
Venturini, Patricia Pilatti, Patricia T. Alievi, Rosane P. Coelho, Vivian D. Souza
Contato:
Telefones: 51 33572443
E-mail: lagni@uol.com.br

Eixo: Eixo II Cuidado em Atenção Domiciliar
Tema Principal: 2.1 Capacitação e apoio aos cuidadores
Título do Trabalho: Treinamento sobre aspiração e higiene de vias aéreas
superiores e traqueostomia
Período de desenvolvimento: março de 2013
Abrangência/Número de pessoas beneficiadas: 03
Atores envolvidos: cuidadores

O Grupo Hospitalar Conceição (GHC) possui um Programa de Atenção Domiciliar (PAD) iniciado em 2004, cuja atuação ocorre através de visitas por equipes multidisciplinares compostas por núcleos mínimos de médico, enfermeiro e técnico de enfermagem apoiados por fisioterapeuta, assistente social e nutricionista. Responsável por uma população de 400.000 habitantes pertencentes à zona norte de Porto Alegre, o serviço realiza a desospitalização e acompanhamento temporário de pacientes egressos de seus quatro hospitais: Hospital Nossa Senhora da Conceição, Hospital Fêmina, Hospital Cristo Redentor e Hospital da Criança Conceição, denotando real implicação na integralidade e transição do cuidado.

O PAD presta assistência a pacientes adultos e pediátricos com diversas patologias. A média anual de internações é de 700 pacientes, sendo 60% adultos e 40% pediátricos. Entre os pacientes adultos, os diagnósticos mais comuns segundo CID-10 são as doenças cerebrovasculares e doenças respiratórias, denotando 44% do total. Entre os pacientes pediátricos, doenças respiratórias perfazem, aproximadamente, 70% do total de diagnósticos, sendo, também, elevada a frequência de doenças neurológicas.

Muitos desses pacientes possuem grau de funcionalidade para as atividades de vida diária reduzido ou aquisições psicomotoras inadequadas e, consequentemente, comprometimento da capacidade de higiene das vias respiratórias, necessitando de aspiração das vias aéreas e/ou higiene da traqueostomia que deverão ser realizadas por um cuidador.

O cuidador que, em geral, é um indivíduo ligado de forma parental ou social ao paciente responsabiliza-se pelas demandas do cuidado, mas não possui preparo técnico para exercê-las. Dessa forma, é dever da equipe de atenção domiciliar transferir e compartilhar conhecimentos a fim de preparar os responsáveis para a realização dos procedimentos.

Além de supervisionar o cuidado a cada visita, a equipe oferece treinamento em aspiração e higiene de vias aéreas e traqueostomia aos cuidadores antes da efetivação da alta hospitalar do paciente.

O processo se inicia na consultoria, durante a avaliação do paciente, quando a equipe denota a necessidade desses procedimentos. Então, a partir da inclusão do paciente pelo serviço procedida pelos critérios de elegibilidade, são desencadeados dois processos: o cuidador estabelecido é estimulado a assistir aos referidos procedimentos quando realizados pelos funcionários da unidade de internação onde o paciente se encontra (mediante combinação prévia com a equipe hospitalar) e também é convidado a participar de treinamento no setor de internação domiciliar PAD.

O PAD fornece todo material necessário para a realização do procedimento de aspiração e higiene das vias aéreas superiores e da traqueostomia no domicílio. São fornecidos: aspirador portátil, extensores, luvas, sondas de aspiração, gazes. Esses materiais são utilizados durante a internação domiciliar do paciente, sendo o equipamento de aspiração devolvido ao final do período.

O treinamento é realizado através da demonstração prática em peça de acrílico (adulto/infantil) de todos os procedimentos simulando espaço e demais utensílios a serem utilizados no domicílio. São respeitadas as seguintes etapas, onde o cuidador:

*Recebe informações sobre conceito de aspiração e da importância da permeabilidade das vias aéreas.

*Aprende sobre procedimentos de segurança, reprocessamento e assepsia do procedimento.

*É orientado a organizar equipamento e material necessários para os procedimentos.

*Aprende a montar/desmontar e ligar/desligar o equipamento.

*Aprende os procedimentos de aspiração ou higiene das vias aéreas e/ou

*Aprende os procedimentos de aspiração ou higiene das vias aéreas e/ou traqueostomia, conforme protocolos próprios do serviço.

*Aprende a descartar corretamente os materiais utilizados.

*É orientado quanto aos procedimentos de limpeza e manutenção das partes do equipamento portátil de aspiração de vias aéreas.

*É orientado a reconhecer eventuais intercorrências provocadas pelo procedimento em si, assim como modos de proceder.

*É incentivado a dialogar para sanar dúvidas quanto aos procedimentos.

O treinamento é desenvolvido baseando-se nos POP (Procedimentos Operacionais Padrão) desenvolvidos pelo serviço (em anexo ao final do texto) para os devidos fins. Um manual contendo todas as informações passadas durante o treinamento também é fornecido aos cuidadores e familiares para que estes possam consultá-lo em casa.

Os cuidadores e familiares têm total liberdade de entrar em contato com a equipe durante todo o período da assistência (nos horários de funcionamento do serviço) para esclarecer possíveis dúvidas ou solicitar visitas adicionais

Embora não haja análise descritiva dos benefícios dessa rotina por sua recente incorporação ao serviço, acreditamos que esta seja uma prática de favorecimento a essas pessoas. Procedimentos como higiene e aspiração de vias aéreas e traqueostomias, ainda são fontes de tensão física e emocional para os cuidadores. Além do mais, o tempo que transcorre durante a internação dos pacientes, é muito pouco aproveitado pelos acompanhantes e familiares, no sentido de aprendizagem e participação nos procedimentos. Prepará-los, então, para realizar esses procedimentos em casa pode auxiliar no complexo processo de cuidado do indivíduo.

Em desenvolvimento para este ano, estão a inclusão de material audiovisual durante o treinamento no setor e de uma avaliação descritiva do processo pelos cuidadores. Também, estão sendo confeccionados vídeos educativos para acesso dos cuidadores no domicílio, considerando a mídia digital como parte incorporada do cotidiano dos nossos usuários.

ANEXOS:

Grupo Hospitalar Conceição – GHC
Hospital Nossa Senhora da Conceição
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP
Unidade: PROGRAMA DE ATENÇÃO DOMICILIAR

 

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