APSREDES

Cuidados paliativos e óbito no lar

ROTEIRO PARA INSCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA:

1. Instituição proponente: SADS – Serviço de Atendimento Domiciliar em Saúde
• Endereço: Av João Paulo I, nº 95, Jd. São Luis
• Município/Estado: Embu das Artes / SP
• CNPJ: 46523114/0001-17

2. Autor (es):
Jânio Yoshinobu Inoue
Carla Lima Freitas
Ilka Maria Souza Manrique
Regiane Carvalho
José Ricardo Martins
Cristiane Maria Peres
Adriana Ponciano de Jesus
Carin Cristina Pereira Dias
Daniela dos Santos Ferreira de Souza
Katriana Sousa de Jesus
Magda Cantolli Tavares
Vany Orneles Pereira Rego
Jeusa Alves dos Santos
Joelma Vieira Diniz Mafra

3. Contato:
• Telefone: (11) 4778-3769
(11) 4704-2665

• E-mail de contato: sadsembu@gmail.com
janiofisio@yahoo.com.br

4. Eixo II – Cuidado em Atenção Domiciliar

CUIDADOS PALIATIVOS E ÓBITO NO LAR

Pacientes que não possuem chance de cura e encontram-se em alguma situação de dependência afetam também a estrutura familiar. O fato de estar dependente de cuidados de outros é causador de mudanças nos próprios cuidadores gerando expectativas que muitas vezes não serão alcançadas em virtude da própria doença.

A assistência domiciliar atende, não só o paciente, mas também seus cuidadores e familiares, preparando-os para entender e enfrentar situações decorrentes da doença, o sucesso ocorre quando a família adota e confia nas informações e condutas adotadas pela equipe, criando um vínculo, o qual modificará o atendimento. Neste momento a família entende a verdadeira proposta da equipe que não é apenas o cuidar e tratar, mas sim, assistir todas as pessoas envolvidas com este paciente, de forma que diante da doença sintam-se mais seguras e menos ansiosas frente ao destino que o mesmo terá, tanto na recuperação quanto diante da morte.

O primeiro atendimento é fundamental para a criação do vínculo, neste momento as pessoas envolvidas com o paciente e o próprio devem ser ouvidos, todas as angústias e expectativas, além da história da doença. O comportamento do cuidador, dos familiares e o ambiente onde vivem também são avaliados de forma que possa ser traçado um perfil para aquela família e ocorra empatia, facilitando assim, o relacionamento dos envolvidos na assistência ao paciente, principalmente aos que estão em fase terminal.

O medo da morte é freqüente entre os cuidadores e familiares e é causadora de estresse e ansiedade devido ao sentimento de incapacidade e frustração. A família necessita de apoio por parte da equipe para ter o sentimento de “dever cumprido”, “fiz tudo por ele”, “cuidei até o fim”.

A equipe do Melhor em Casa deste município desenvolveu uma oficina, desde outubro de 2012, onde é definido o “perfil do lar” e através deste é elaborado um plano de atuação para dar assistência ao óbito em casa e preparar a equipe e os familiares psicologicamente para enfrentar esta situação.

Os pacientes incluídos foram aqueles que tinham prognóstico desfavorável, estavam em cuidados paliativos na fase terminal. Dentre estes, oito pacientes foram a óbito e a família enfrentou este momento com o suporte da equipe.

O trabalho tem inicio com a discussão do caso clínico com a equipe de atendimento, onde são abordados fatores como a história natural da doença, evolução, prognóstico e tratamento. Analisando em que fase este paciente se encontra, e se em fase terminal, quais as prováveis complicações que podem levá-lo a óbito.

O “perfil do Lar” é iniciado no primeiro atendimento, porém, está sempre em fase de evolução. O fato de o atendimento ocorrer no domicílio e com a freqüência das visitas, os atendidos encontra-se mais a vontade para falar sobre como era o paciente antes da doença, seu vínculo e relacionamento com a família, seus medos, religiosidade e como estão enfrentando a doença.

Após a definição do perfil da família o médico da equipe comunica a gravidade da doença, e que o mesmo pode ir a óbito em casa. Alguns sabem sobre a gravidade, porém, encontram resistência quando a morte pode ocorrer em casa.

Oficina de Cuidadores

O fato de ser cuidador e responsável por um enfermo é causador de estresse emocional. Desta forma, foram desenvolvidas reuniões mensais, onde os cuidadores podem expor seus sentimentos, preocupações e troca de experiências. Tivemos um resultado muito positivo com este grupo, que abrange todos os cuidadores, independente do estagio da doença. Ocorre empatia entre os mesmo e estes se ajudam, se fortalecem e sentem-se importantes e incluídos como parte da equipe.

Reunião de Equipe

Na reunião de equipe são discutidos os casos dos pacientes e a impressão que cada um da equipe tem sobre a família assistida e a relação cuidador-paciente, abordando questões como referencia e contra-referencia, os estágios do sofrimento e outros fatores que auxiliem no relacionamento e atendimento.

A implantação deste método de trabalho levou a diminuição de internações desnecessárias em pronto-socorros, a integração equipe e cuidador melhorando a assistência e cuidados prestados, diminuição da ansiedade da família frente ao paciente em fase terminal e a equipe não se sente impotente e desestimulada frente ao óbito do paciente, os cuidadores e familiares sentem-se acolhidos mesmo quando o trabalho acaba perpetuando o relacionamento e divulgando o serviço de forma positiva.

 

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